COPA DO MUNDO
Convocados da Argentina mistura experiência com mudança geracional
Hermanos chegam para o torneio no Catar com 19 atletas estreantes em uma Copa
Por Daniel Farias

Nas últimas Copas do Mundo, a Seleção Argentina chegou ao torneio com a alcunha de equipe veterana. Foi para a Rússia, em 2018, com a mais alta média de idade e a presença de jogadores como Javier Mascherano, Agüero, Di María e o próprio Messi, todos com mais de 30 anos em 2018. Repetiu o primeiro lugar no quesito idade que tinha já na Copa do Mundo do Brasil, em 2014.
Em 2022, no Qatar, a história é diferente, como mostra a lista divulgada ontem. Com uma ampla mudança na comissão técnica e no elenco, com a chegada de um técnico, Lionel Scaloni, de 44 anos, e jogadores jovens, a seleção hermana disputa a copa como uma das favoritas.
A falta de renovação e o peso da idade no condicionamento físico dos atletas foram fatores de desconfiança da torcida sobre a Seleção na Rússia. O jogador mais jovem naquele ano era o atacante Lo Celso, que tinha 24 anos. Dessa vez, o jogador do Villarreal ficou de fora da lista de Scaloni por conta de lesão.
O convocado para o lugar do atacante foi um jovem, Exequiel Palacios, de 24 anos, do Bayer Leverkusen.
São 19 estreantes que irão à Copa do Mundo. Sete já disputaram o mundial, Messi, do PSG, Di Maria, da Juventus, Otamendi, do Benfica, Franco Armani, goleiro do River Plate, Nicolás Tagliafico, lateral do Lyon, Marcos Acuña, lateral do Sevilla e Paulo Dybala, atacante da Roma são os veteranos, que elevam a média etária da equipe argentina.
O treinador Lionel Scaloni, de 44 anos, é o mais jovem da Copa do Qatar. Ele é parte central do processo de renovação da Seleção Argentina, com a convocação de atletas com menos de 25 nos diferentes setores da equipe. Desde que chegou ao comando, o técnico vem acumulando excelentes números, triunfos em confrontos importantes e conquistas de campeonato, como a Copa América de 2021
Jovens e veteranos
Aliando veteranos, mais experientes, como o goleiro Franco Armani, o zagueiro Otamendi e os atacantes Lionel Messi e Di Maria com jovens que vêm se destacando nos seus clubes, a exemplo do meia Enzo Fernandez, a Seleção Argentina dessa vez vai mais leve para a disputa do mundial. Fez grande campanha nas eliminatórias, terminou invicta e é uma das favoritas para levantar a taça este ano.
Nos jornais argentinos, os principais destaques da convocação foram as novidades em relação à equipe que conquistou a Copa América por 1 a 0 na final contra o Brasil no ano passado. Isso porque Scaloni já havia definido 22 jogadores. Faltavam somente quatro. São eles Paulo Dybala, Juan Foyth, Joaquín Correa e Ezequiel Palacios.
O primeiro, Paulo Dybala, era dúvida até poucos dias porque se recuperava de uma lesão. Mas voltou a treinar na Roma na última semana e entrou na lista de Scaloni. Pelo mesmo motivo, um afastamento por conta de lesão, Foyth também não era certeza na lista. Já Joaquín Correa entrou como uma opção versátil para o setor ofensivo e Ezequiel Palacios substituiu Lo Celso na lista final de Scaloni.
Em entrevista publicada no jornal Olé, Lionel Messi celebrou o momento da seleção e as similaridades entre o grupo atual e a seleção que foi à Copa do Mundo de 2014, no Brasil. "Hoje sinto muitas semelhanças entre esse grupo e o de 2014 e todo esse processo até a Copa do Mundo. Parece muito, o grupo que foi montado e a força mental que eu acho que é muito importante”, falou o capitão argentino, que tem a responsabilidade de liderar essa equipe renovada.
Já o técnico Scaloni, ao anunciar os convocados, falou do sentimento de orgulho dos jogadores e convocou a torcida se somar no mesmo clima. "Eles estão orgulhosos de serem convocados e vestirem esta camisa, esperamos que vocês também estejam”, disse. Se a redução da média de idade pode realmente influenciar na sua trajetória no Qatar, a Seleção Argentina tem mais um motivo para reforçar a confiança. Uma das favoritas já é.
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