COPA DO MUNDO
Goycochea tem nova versão com Martínez
Na Copa de 90, a Argentina eliminou Iugoslávia e Itália, dona da casa, nos pênaltis
Por Paulo Leandro

Emiliano Martínez, ao pegar dois pênaltis na eliminação da Holanda, reativou a memória do herói argentino da Copa de 1990, Goycochea, responsável direto pela eliminação da então Iugoslávia e da dona da casa, a Itália.
Hoje, ao enfrentar a Croácia, vale lembrar como Goycochea classificou a Argentina para a final, pois Maradona havia desperdiçado uma cobrança e a Iugoslávia passaria à frente no placar, não fosse o Mão Santa.
Brmovic foi pra bola convicto, escolheu o canto direito, mas o argentino pegou. No tiro livre decisivo, foi a vez de Hadzibegic tentar o outro canto, e a história se repetiu, levando a Argentina à semifinal.
No empate contra a Azzurra, o primeiro gol nasceu de um chute de Vialli, Goycochea enjoou e Schilacci conferiu. Antes do intervalo, no entanto, Caniggia conferiu uma bola alçada por Olarticoechea porque Zenga não chegou.
Nos pênaltis, as duas seleções aproveitaram as três primeiras cobranças. No quarto chute, Donadoni bate e Goycochea defende. Maradona , ídolo do Napoli, fez 4 a 3, deslocando Zenga. Novamente a definição ficou por conta de Goycochea.
Serena não contou conversa, tampou-lhe a zorra, uma bomba de mil reduziria as chances de defesa para qualquer goleiro, menos o inspirado Goycochea, ao servir de parede para evitar a bola tomar o rumo das redes.
A Argentina foi para a decisão e terminou vice, ao perder para a Alemanha. Por ironia, com um gol de pênalti, no tempo normal, desta vez em chute colocado de Brehme. Talvez Goycochea tenha gasto todo o estoque de sorte nos jogos anteriores.
Na final, Maradona sentiu sua Argentina garfada, pois o encontrão de Sensini com Voeller na área teria sido normal de jogo, e o tanque alemão não era fácil de derrubar.
Chiquito tava no dia
Na dúvida, é melhor a Croácia não deixar a decisão ir para os pênaltis, pois além de Martínez e Goycochea, há ainda um terceiro herói goleiro que sinaliza uma repetição com tendência a vitória argentina. Na Copa do Brasil de 2014, no dia da independência argentina, em 9 de julho, foi um xará de Sergio Goycochea quem obrou os milagres: Sergio Romero, de apelido Chiquito (Chiquinho), defendeu as cobranças dos holandeses Ron Vlaar e Wesley Sneidjer, depois de um empate sem gols no tempo normal. Chiquito classificou a Argentina para sua terceira finalíssima contra a Alemanha, perdendo por 1 a 0. Antes, a Argentina tinha vencido a decisão em 1986 e os alemães, a de 1990.
Maradona acorda e despacha belgas
Em 1986, no México, a Bélgica chegava pela primeira vez a uma semifinal de Copa, e parecia ser este o limite de uma seleção sempre meeira. Mas para quem tinha Pfaff no gol, a oportunidade de um contra-ataque ou um erro da zaga argentina permitia sonhar em chegar à decisão. O problema era Maradona. Depois de um primeiro tempo equilibrado e encerrado sem abertura de contagem, dom Diego resolveu tomar conta do jogo. Um passe de Burruchaga deixou Dieguito entre dois zagueiros, mas mesmo meio apertado, ele conseguiu concluir para a rede. O segundo foi mais bonito: com três toques na bola, ele livrou-se de três marcadores e fez 2 a 0. Na finalíssima, a Argentina deu 3 a 2 na Alemanha.
EUA e Peru, dois massacres
A Argentina classificou-se para as finais da Copa do Mundo de 1930, a primeira, e a de 1978, dentro de casa, ambas com goleadas de meia-dúzia. Na primeira, a vítima foram os Estados Unidos. Naquele tempo, não tinha substituição e os estadunidenses perderam o goleiro e o melhor jogador, ambos machucados. Então, foi aquela chuva de gols, 6 a 1, destacando-se Guillermo Stabile, com três tentos anotados. Na decisão, deu Uruguai: 4 a 2. Já na Copa de 1978, bem, a Argentina poderia até, honestamente, pedir à Fifa para devolver aquele título. O Peru simplesmente abriu o jogo, a Argentina fez 6 a 0 e na finalíssima derrotou a Holanda na prorrogação, placar final de 3 a 1.
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