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"Craque" da Série B, Souza volta à vitrine do futebol brasileiro

Por Agência Estado

30/11/2006 - 22:29 h

Que corintiano ou são-paulino não se lembra de Souza? José Ivanaldo de Souza é aquele meia baixinho (1,70m), fala mansa, habilidoso, que ficou conhecido no Corinthians em meados dos anos 90 e depois se transferiu para o São Paulo. O talento reconhecido não foi capaz de apagar a fama de sonolento, distraído, desatento, devagar... Com esse rótulo, deixou o Estado em 2001.



Hoje, aos 31 anos, chutou para escanteio o apelido de soneca - garantem os companheiros - e, no sábado, alcançou a consagração no Rio Grande do Norte ao liderar o América-RN no retorno à elite do futebol brasileiro, após incrível empate contra o Atlético-MG, em pleno Mineirão lotado.



Souza é tranqüilo como antes. Não mudou o visual, mantém o cabelo comportado, veste-se de forma discreta, não gosta de pulseiras ou colares de ouro. Na semana passada, recebeu a equipe do Estado no enorme centro de treinamento do clube. Contou histórias, deu dicas de restaurantes e respondeu a várias perguntas com paciência, sem pressa.



Dentro de campo, porém, não é o mesmo de cinco ou dez anos atrás. Agora dedica-se muito mais ao time, diz. “Quando fui a São Paulo, era muito novo, morava sozinho, tinha problemas particulares, não era nem de perto o profissional de hoje”, afirma. “Hoje me dedico mais aos treinamentos, ajudo a equipe na marcação, me movimento mais.”



O talento e a força de vontade o elevaram a grande ídolo do futebol potiguar na atualidade. Foi artilheiro do time, com 9 gols. E ontem, numa churrascaria de São Conrado, no Rio, recebeu prêmio por ter sido eleito craque da Série B. "Ele não se desliga mais dos jogos, põe os atacantes a toda hora na cara do gol”, avalia, satisfeito, o técnico da equipe, Heriberto da Cunha.



Nascido em Itajá, interior do Rio Grande do Norte, Souza começou a carreira no América, mas ainda muito jovem mudou-se para o Rio Branco, de Americana-SP, antes de seguir para a capital. Após mais de uma década fora, resolveu voltar para casa como forma de gratidão ao clube que o iniciou no esporte. “Apareceram outros clubes, mas preferi o América e vim para cá sem remuneração.”



O meia chegou no primeiro semestre para participar da Série B e acertou com o presidente, Gustavo Carvalho, que atuaria sem salário. “Ele não recebeu nenhum centavo nos primeiros 90 dias aqui”, conta Carvalho. Para garantir seu futebol, o dirigente lhe deu lotes de terra em troca de um contrato até o fim da competição.



Souza é respeitado e tratado como profissional acima da média pelos colegas. Dá sugestões de como investir o dinheiro, de como se comportar. Já viveu, afinal, muita coisa no mundo da bola. Depois de Corinthians e São Paulo, jogou no Atlético-PR, no Atlético-MG e passou dois anos na Rússia, onde ganhou bastante dinheiro, mas teve dificuldades. “Aprendi muito lá, tive ótima experiência de vida, mas não foi fácil”, comenta. “O frio era muito grande, os locais de pré-temporada eram isolados, a comida, ruim.”



Hoje, depois de curta temporada no Flamengo - em que recebeu salário em apenas dois dos cinco meses que ficou no Rio - festeja a tranqüilidade de Natal e a boa condição financeira. Investe o dinheiro em imóveis, tem um haras e procura ser controlado nos gastos. Mora numa confortável casa em uma das mais valorizadas regiões da cidade, com a mulher, Fernanda, e o filho, Iago, de apenas 5 meses - uma de suas principais razões para ter voltado para a capital do Rio Grande do Norte. Deu-se ao luxo de trazer para o clube seu amigo e fisioterapeuta particular Manoel Almeida, que também trabalha com o restante do grupo. Seu salário sai do bolso de Souza. “Somos amigos há muito tempo, estive com ele na Rússia”, ressalta Manoel.



Souza é o mais falado nas tevês e rádios locais. É destaque nos jornais e o mais badalado jogador do povo potiguar - tem prestígio até com os rivais. O sucesso em Natal atraiu o interesse de alguns clubes, inclusive de São Paulo e do exterior.



Não tem pressa, no entanto, para decidir o futuro. Por enquanto, quer curtir o bom momento e o acesso do América para a Série A do Brasileiro. O empate por 2 a 2 no Mineirão, no último sábado, depois de o time ter iniciado o confronto perdendo por 2 a 0, foi “inesquecível”, “o jogo mais importante da carreira”. Uma derrota acabaria com o sonho potiguar e levaria o Paulista, de Jundiaí, para a Primeira Divisão.

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