BRASILEIRÃO
Dois caminhos, uma meta: O que Bahia e Cruzeiro têm de melhor
Os dois times entram em campo nesta segunda-feira, 15, às 20h, na Fonte Nova, pela 23ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

Faltam poucas horas para Bahia e Cruzeiro entrarem em campo na Fonte Nova valendo o retorno do Esquadrão ao G-4 do Brasileirão - e os dois prometem chegar ao campo com estilos bem diferentes de lutar pelo triunfo. Ambos em boa fase, não faltam números sólidos na disputa, cada um a sua maneira e com as duas em um embate fervoroso dentro das quatro linhas.
Por um lado, o Tricolor aposta na posse e no controle, enquanto a Raposa constrói sua campanha a partir da defesa consistente e da eficiência nas transições. O jogo, então, é quase um mapa de calor: se o Bahia aposta mais no meio campo, o Cruzeiro aposta mais fichas na zaga.
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Posse x transição: dois caminhos diferentes para o mesmo objetivo
O Bahia tem a bola como marca registrada. São 54,9% de posse em média, com 412 passes certos por jogo e índice de acerto de 86,3%. A equipe tricolor troca quase o dobro de passes no terço final em relação ao Cruzeiro, com 209 passes certos por partida contra 147 da Raposa. No próprio campo, a precisão é ainda maior: 91,1% de acerto.
O Cruzeiro, por sua vez, não se preocupa em dominar a posse. Com 46,5% de posse média e 287 passes certos por jogo (80,6% de acerto), o time aposta em ser direto. A estatística dos contra-ataques mostra a diferença de estilo: a Raposa já puxou 38 na competição, mais que o dobro dos 17 do Bahia.
E os gols, de onde vêm?
No ataque, os dois chegam fortes, mas de maneiras diferentes. O Bahia marcou 28 gols em 20 partidas, média de 1,4 por jogo. Já o Cruzeiro balançou as redes 35 vezes em 22 jogos, média de 1,6. O detalhe, então, está atrás: o Esquadrão sofreu 22 gols, contra apenas 15 da Raposa, que ostenta a melhor defesa do campeonato, levando em média 0,7 gol por partida.
Esses mesmos números revelam também a forma como cada time chega ao gol. O Bahia tem 21 dos seus 28 gols saindo de dentro da área, além de cinco de fora. Em termos de fundamentos, o Tricolor marcou doze vezes com a perna esquerda, dez com a direita e quatro de cabeça.
O Cruzeiro é ainda mais letal dentro da área: 30 de seus 35 gols vieram próximos ao gol adversário, contra apenas quatro de fora da área. Foram 11 gols de canhota, 18 de direita e cinco de cabeça.
Sabem finalizar
As duas equipes finalizam bastante. O Bahia tenta em média 12,8 chutes por jogo, com 4,1 certos, 5,6 errados e 3,2 bloqueados. A Raposa arrisca ainda mais, tendo 13,9 finalizações, com 4,9 certas, 5,6 erradas e 3,4 bloqueadas.
Na criação de chances claras, o equilíbrio é quase absoluto. O Bahia gera 2,6 grandes oportunidades por jogo, enquanto o Cruzeiro cria 2,5. A diferença aparece na hora de concluir: os baianos desperdiçam 1,8 delas, contra 1,3 dos mineiros.
Se o jogo for truncado, então, a bola parada pode ser decisiva. O Bahia tem 100% de aproveitamento nos pênaltis (3/3), mas ainda não marcou em cobrança de falta, desperdiçando 13 tentativas. Já o Cruzeiro fez um gol de falta em 17 tentativas, mas foi irregular nas penalidades: apenas 1 convertido em 3 cobranças.
Nos escanteios, o Cruzeiro também leva vantagem, com 5,9 por jogo contra 4,3 do Bahia. Nos cruzamentos, as duas equipes têm desempenho semelhante, com 23,8% de acerto para o Tricolor e 22,1% para a Raposa.
Duelo direto
No campo da intensidade física, por sua vez, o equilíbrio é absoluto. O Bahia vence 49,6% dos duelos pelo chão e 49,2% dos aéreos. O Cruzeiro, praticamente igual, ganha 50,6% pelo chão e 47,9% pelo alto. Esse balanço indica que o meio-campo - especialidade do Bahia de Ceni - deve ser uma verdadeira batalha de divididas, onde cada detalhe pode definir a posse tão querida pelo Esquadrão.
Nos desarmes, interceptações e cortes, a Raposa também leva vantagem mínima. São 17,7 desarmes por jogo contra 16,4 do Bahia, 8,7 interceptações contra 8,1, além de 26,8 cortes por jogo contra 23,5 do Tricolor.
Segurança defensiva: quem erra menos leva vantagem
Um ponto que pode pesar é a concentração defensiva. O Bahia já cometeu dez erros que geraram finalizações adversárias, dois deles resultando em gols sofridos. O Cruzeiro, por outro lado, foi mais seguro: seis falhas do tipo, mas nenhuma convertida em gol.
Os números de bolas recuperadas também são próximos: 44,2 por jogo do Bahia contra 46,4 do Cruzeiro. Nas defesas, ambos os goleiros têm média semelhante, com 2,9 do Bahia e 3 da Raposa.
Nos cartões, o equilíbrio se repete: o Bahia soma 2,1 amarelos por jogo, contra 2,4 do Cruzeiro. Ambos tiveram dois jogadores expulsos até aqui. Nas faltas, a Raposa comete 13,8 por jogo, enquanto o Tricolor registra 12,6.
Até nas estatísticas periféricas há semelhança: o Bahia perde 113 posses de bola por jogo, o Cruzeiro, 122. Os laterais são 15,6 contra 20,6, e os tiros de meta ficam em 7,9 contra 7,8.
Dois caminhos, um objetivo
O equilíbrio, então, é palpável.Os números mostram dois times que se equivalem em muitos aspectos, mas que chegam ao gol e defendem de formas diferentes. O Bahia aposta na posse, no toque e na criação constante de jogadas. Já o Cruzeiro, na solidez defensiva, na objetividade e no aproveitamento das transições rápidas.
Em um jogo que promete ser decidido nos detalhes, eficiência nas finalizações, disciplina defensiva e aproveitamento das bolas paradas podem ser os fatores decisivos. Bahia e Cruzeiro chegam fortes, como estiveram na tabela ao longo de todo o Brasileirão - e os números indicam que a briga deve ser equilibrada até o último minuto.
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