E.C.BAHIA
Melhor do Brasil? Torcida questiona meio de campo do Bahia
Números apontam queda de rendimento dos atletas de meio de campo do Tricolor
Por Patrick Levi
Todos os times mais vitoriosos do futebol têm algo em comum: o seu sistema pensante funciona bem. Qual o ‘cérebro’ de uma equipe? O seu meio de campo. Seguindo essa lógica, o Grupo City foi ao mercado no início desta temporada e trouxe para o Tricolor de Aço o meio de campo mais caro do Nordeste — chegaram Éverton Ribeiro, Caio Alexandre e Jean Lucas para jogar junto a outros grandes nomes, como Cauly e Thaciano, que já faziam parte do elenco.
Por tempo determinado a ‘meiuca’ do clube baiano funcionou bem, conquistou triunfos importantes contra grandes adversários da Elite e fez brilhar os olhos dos torcedores — os mais empolgados chegaram a defender que, no papel, os atletas formavam o melhor meio com maior qualidade do País. No entanto, desempenhos abaixo em jogos mais recentes colocaram em cheque a eficácia dos jogadores de construção do Esquadrão, sobretudo porque em um curto período o Bahia foi eliminado da Copa do Brasil e se afastou das primeiras posições do Brasileirão.
E a queda de aproveitamento pode ser constatado com números. Em alguns momentos no ano, por exemplo, foi Thaciano a ser o artilheiro da equipe. Durante o estadual e a Copa do Nordeste, o ‘coringa’ do técnico Rogério Ceni sempre achava o caminho do gol, mas, no decorrer da Série A, seu faro de gol parece ter perdido força. Para se ter ideia, nos últimos 19 jogos o meia só estufou as redes em uma única partida: ‘ThaciThanos’ (apelido dado carinhosamente pela torcida na boa fase do jogador, em alusão ao personagem da Marvel) marcou duas vezes contra o Grêmio, em Porto Alegre, no dia 17 de agosto.
As estatísticas também apontam para uma queda de desempenho de Jean Lucas. Embora o ex-jogador do Santos viva no Tricolor de Aço a sua fase mais goleadora desde de que se profissionalizou (com nove gols marcados, sua taxa de conversão é de 6%), já são treze partidas consecutivas em que o atleta não marca um gol ou dá assistência, o que é o seu maior jejum com a camisa azul, vermelha e branca.
Substituído na derrota por 2 a 0 contra o Flamengo no último sábado, Caio Alexandre está há 23 confrontos sem fazer gol. No ano, o jogador fez três ao total e deu quatro passes para tentos de companheiros, mas nenhum desses foi pelo Brasileirão.
Para Rogério Ceni, o que pode estar sendo determinante para a diminuição dos números dos meio-campistas do Tricolor tem sido o calendário, conforme comentou na última entrevista coletiva, após o revés diante do Mengão. Embora julgue como normal a queda de desempenho, o comandante vem sendo criticado pela torcida por não alterar muito seu esquema tático, o que também pode explicar a piora da equipe, já que os adversários teriam captado como joga o Bahia. Em sua defesa, o técnico afirma que esse mesmo meio já colocou o clube em uma boa colocação na Série A.
“O Jean talvez pela minutagem, fisicamente cai um pouco. É natural oscilação. é um jogador bastante importante, tem maior força física do meio. [...] Dentro das alternativas que temos, tentamos fazer o melhor para a equipe. Claro que um jogo ou outro o jogador pode jogar abaixo, natural, e o torcedor cobra, vaia, enfim. [...] Esse sistema de jogo também fez muitos pontos no Campeonato Brasileiro e nos deu uma sétima posição”, explicou o treinador.
Outros números
Caio Alexandre e Jean Lucas têm o mesmo número de partidas disputadas na atual edição do Brasileiro (28). Enquanto Jean acerta em média 19.2 passes no terço final do campo (aproveitamento de 83%), o ex-Fortaleza acerta 33 (87%), de acordo com o site de esttatísticas Sofascore.
No que se refere a grandes chances criadas por jogo, segundo o site, Caio Alexandre geraria só uma, enquanto Jean Lucas produziria quatro.
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