DESASTROSO
Bahia é dominado em casa pelo Fortaleza e mantém jejum no Nordestão
Time de Renato Paiva não se encontrou na partida e levou três gols no primeiro tempo
Por Rafael Tiago Nunes
No primeiro teste de fogo da temporada, contra um time da Série A do Campeonato Brasileiro, o Bahia falhou, e falhou feio. Com o maior orçamento da sua história - já passa dos R$ 60 milhões investidos -, o Tricolor, que agora é gerido pelo Grupo City, foi presa fácil e sofreu uma sonora e impagável goleada por 3 a 0 para o Fortaleza, na noite desta quarta-feira, 14, diante de sua torcida, na Arena Fonte Nova, em partida válida pela 3ª rodada da Copa do Nordeste.
Com um péssimo futebol apresentado, jogadores afoitos e ansiosos, pouca criatividade, erros infantis de marcação e de passe e um esquema tático suicida - já sofreu em jogos do Campeonato Baiano com os zagueiros expostos e sem proteção -, o Bahia mostrou toda a sua fragilidade e o quanto está distante de ter um elenco fechado para a disputa do Brasileirão. Tudo isso somado à falta de padrão tático do time, o técnico português Renato Paiva começa a ter seu trabalho e a sua metologia questionados.
Os jogadores começaram a ser vaiados ainda na primeira etapa, com a bola rolando. Os principais alvos da torcida foram o volante Diego Rosa e o lateral Cicinho, que eram pressionados com críticas vindas da arquibancada sempre que tocavam na bola. Mas ninguém do time foi poupado.
Os gols da partida foram marcados por Thiago Galhardo, Romarinho e Marcelo Benevenuto, todos no primeiro tempo do jogo. Na segunda etapa, o time cearense apenas cozinhou a partida.
Com o resultado de ontem, o Tricolor soma apenas um ponto, após três jogos disputados no Nordestão, e está em uma situação delicada no grupo B do torneio, no qual ocupa a penúltima colocação e segue sem vencer.
O Bahia já volta a campo nesta sexta-feira, mais uma vez pela Lampions, quando visita o Atlético de Alagoinhas, que ainda não pontuou na competição, no Carneirão.
Além do Carcará, o Tricolor ainda enfrentará no Nordestão o Sport (fora), o Vitória (em casa), o Fluminense-PI (fora) e o CRB (casa).
Já o Fortaleza é o líder isolado do grupo A, com nove pontos conquistados. Na próxima rodada, também na sexta-feira, o Tricolor cearense recebe o CSA no estádio Presidente Vargas.
O Leão não vencia o Bahia como visitante desde 1982.
Desastroso e vaias
A noite de terror para a torcida do Bahia começou logo aos dois minutos de jogo. Após falha do goleiro Marcos Felipe na saída de bola, o Fortaleza recuperou a bola e saiu rápido em contra-ataque. Thiago Galhardo saiu de cara, driblou o goleiro e abriu o placar.
Sem pressa e se aproveitando do nervosismo e imaturidade dos comandados de Renato Paiva, o Leão do Pici foi cirúrgico. Aos 24 minutos, mais um do time cearense. Romarinho aproveitou a marcação frouxa do Bahia, ajeitou a bola e soltou um bomba no ângulo, sem chance para Marcos Felipe.
O Tricolor baiano sentiu muito o segundo gol e passou a errar ainda mais, se precipitar na jogadas e sem assustar o gol do Fortaleza.
Tranquilo em campo, o Leão ampliou aos 36 minutos sem fazer muito esforço e com a ajuda da arbitragem. Sem VAR, o bandeirinha errou feio e validou um gol impedido. Após cobrança de falta na área, Marcelo Benevenuto apareceu livre, com mais três atletas, para cabecear e fazer o terceiro gol da partida.
O único lance de perigo do Bahia só aconteceu aos 45 minutos. Mas Everaldo, de cara com o goleiro, desperdiçou a chance de diminuir o prejuízo. Após o apito árbitro uma chuva de vaias da torcida e cânticos, como: “Time sem vergonha”, “Fuleiro, time fuleiro” e “Não é mole não, tem que ser homem pra jogar no Esquadrão”.
Sem força
Com o placar elástico construído no primeiro tempo, o Fortaleza voltou num ritmo mais lento e se arriscando menos, esperando o desorganizado e afoito Bahia avançar.
Dessa forma, o primeiro lance de perigo do segundo tempo só veio acontecer aos 34 minutos. Yago Pikachu recebeu bom passe, saiu de cara com o goleiro Marcos Felipe, mas escorregou na hora do chute e mandou pra fora.
O Bahia respondeu dois minutos depois. Após testada de Everaldo, o goleiro Fernando Miguel fez uma bela defesa, a bola correu lentamente na direção do gol, mas bateu na trave e o arqueiro salvou.
Ainda deu tempo para Pedro Rocha perder mais um gol de cara com Marcos Felipe aos 46 minutos. E um gol legal do Fortaleza ser anulado pela arbitragem, ao marcar impedimento de forma equivocada.
E depois daí nada de futebol ou chances reais de gol.
O que ecoou na Arena Fonte Nova foram as vaias e os gritos de protesto. “Fuleiro, time fuleiro” foi um dos mais cantados nas arquibancadas.
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