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Bahia recebe Palmeiras na Fonte Nova, que volta a ter público após quase 2 anos
Por Rafael Teles
Um ano e sete meses depois, chegou a vez do Bahia voltar a ter o apoio do torcedor dentro de um estádio de futebol. A Turma Tricolor está liberada para ocupar 30% das cadeiras da Fonte Nova, o que significa cerca de 14 mil pessoas na Arena. O adversário vai ser o Palmeiras, nesta terça-feira, 12, a partir das 21h30, em compromisso válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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O hino do Bahia coloca a “Turma Tricolor” como “a voz do campeão”. E por muito tempo essa voz veio apenas de caixas de som, importantes para representar o torcedor, mas incapazes de simular a “vibração” na qual ninguém vence o clube, como traz outro trecho do hino do Esquadrão. Mas, a partir desta terça-feira, os barulhos que empurram os jogadores vão voltar a ser produzidos por mãos e cordas vocais nos jogos em Salvador.
Entre 7 de março de 2020 e esta terça, foram 584 dias sem que a torcida do Bahia pudesse acompanhar o clube in loco. Nesse período, o Esquadrão disputou 58 partidas como mandante em três estádios diferentes: Fonte Nova, Pituaçu e Joia da Princesa (Feira de Santana).
Enquanto esteve longe, o torcedor perdeu alguns momentos de festa, como os títulos do Campeonato Baiano (2020) e da Copa do Nordeste (2021). Agora, a volta do público acontece em uma fase delicada, com o Bahia na zona de rebaixamento. E aí, mais que matar a saudade da Arena Fonte Nova, a Turma Tricolor vai precisar mostrar que consegue ser um 12º jogador, como pediu o técnico Guto Ferreira.
“Mais do que nunca, num momento como esse, precisamos de você, torcedor, junto com a gente. A gente não tem como jogar sozinho, tendo a força que nós temos nas arquibancadas. Venha e jogue junto. Não vai ser um jogo fácil, vai ser difícil. Mas pode ter certeza de que vamos nos entregar muito. Os jogadores vão se entregar muito. E eu preciso que você incentive, vibre, empurre, mesmo na hora do nervosismo. Acredite e empurre a nossa equipe”, cobrou o treinador, depois de estrear com triunfo contra o Athletico.
O Esquadrão vai ter pela frente um desafio e tanto para conseguir deixar o Z-4. Terceiro colocado no Campeonato Brasileiro e finalista da Taça Libertadores, o Palmeiras desembarca em Salvador amparado por um tabu que já dura 33 anos. A última vez que o Tricolor venceu o Alviverde na capital baiana foi em 1988, durante a campanha do bicampeonato brasileiro.
O histórico recente dos encontros entres os dois times também pende para o lado paulista, que não sabe o que é perder para o Bahia desde 2012. De lá para cá, são 14 partidas, com sete vitórias do Palmeiras e sete empates.
A boa notícia para o Esquadrão é que a fase do Alviverde não é das melhores no Brasileirão. O time não vence há quatro rodadas, e só ganhou dois dos últimos dez jogos na competição nacional.
Possível retorno
A preparação do Bahia para enfrentar o Palmeiras começou e terminou na segunda-feira, com treino único na Cidade Tricolor. Os jogadores assistiram a vídeos sobre o adversário e participaram de uma conversa com Guto Ferreira antes de ir para campo.
Quem esteve no gramado e trabalhou com bola sem limitações foi o zagueiro Germán Conti. Ele não joga desde o dia 26 de setembro, quando o Tricolor perdeu para o Internacional, mas pode reaparecer no time inicial.
Marcelo Cirino e Rossi, no entanto, seguem fora de ação. Na segunda, a dupla deu continuidade aos trabalhos de transição, com treinos físicos e técnicos especiais no CT.
Antes do treinamento, o goleiro Danilo Fernandes esteve na sala de imprensa e projetou uma continuidade no time titular. Ele voltou a defender a meta do Bahia na estreia de Guto Ferreira e segue embaixo das traves contra o Palmeiras.
“Estou 100% apto para ajudar o clube, e voltar ganhando dá muita moral para o jogo seguinte”, disse o goleiro.
Fonte Nova é preparada para receber torcedores
A liberação do público nos estádios de futebol da Bahia veio acompanhada de uma série de protocolos e restrições, a começar pela capacidade das praças esportivas, que vão operar com no máximo 30% da lotação. No caso da Fonte Nova, onde o Esquadrão entra em campo, isso representa cerca de 14 mil torcedores.
Na segunda, a Arena passou por uma desinfecção e foi preparada para receber os tricolores a partir das 18h30, três horas antes do apito inicial, previsto para as 21h30. A ideia é evitar aglomerações. Haverá, inclusive, bloqueios para controlar a chegada na Ladeira da Fonte das Pedras e na região do Dique do Tororó.
No entorno da Fonte Nova está liberado o consumo de bebida alcoólica, mas dentro, não. O acesso à Arena vai acontecer nos setores Oeste, Norte e Sul. Além do ingresso, os torcedores vão precisar apresentar um documento com foto e o cartão de vacinação, ou o ‘certificado Covid’ do Connect SUS para comprovar que está com as duas doses (ou a dose única).
“Será permitida a comercialização de bebidas alcoólicas por comerciantes informais, mas de maneira ordeira. Teremos todo o afastamento social, teremos também a preocupação do monitoramento pra que não se crie aglomerações junto com a Polícia Militar e Guarda Civil Municipal. A gente não vai permitir que tenha aglomeração. A ideia é que o torcedor chegue e entre logo no estádio”, explicou Adriano Silveira, diretor da Semop.
De acordo com os protocolos elaborados para o evento, é permitido entrar no estádio com frasco de álcool em gel com até 100 ml. Recipientes com álcool líquido serão retidos pela organização. Dentro da Fonte Nova é obrigatório o uso de máscaras e o cumprimento das distâncias estabelecidas com marcações nas cadeiras da arquibancada. Além disso, alguns setores foram fechados, como todo o anel superior.
“A Arena tem sido uma grande parceira, até pelo pouco tempo que a gente teve desde a liberação oficial. A gente também já vinha se preparando antes, mas todos os processos com a arena têm sido fundamentais para garantir a segurança sanitária dos torcedores que vêm ao estádio”, disse Felipe Fonseca, gerente do programa de sócios do Bahia em entrevista ao Grupo A TARDE.
A operação do retorno do público aos estádios será composta por equipes da Prefeitura, como Guarda Civil, Municipal, Semop, Sedur e Transalvador. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros também fazem parte da ação que visa dar tranquilidade e segurança para os torcedores.
“É um evento-teste. Tem um ano e sete meses sem eventos na Fonte Nova, mas as medidas estão sendo tomadas para tudo ir bem. Percebida alguma falha, ela será corrigida”, completou o diretor da Semop, Adriano Silveira.
Mais jogos
Além da partida desta terça, contra o Palmeiras, o Bahia ainda tem outros sete compromissos como mandante até o fim do Campeonato Brasileiro.
Dessa forma, a operação para receber torcedores na Fonte Nova deve se repetir nos jogos contra Chapecoense, Ceará, São Paulo, Atlético-MG, Cuiabá, Grêmio e Fluminense, este último no dia 1º de dezembro.
Último jogo com público teve 29 mil na Fonte Nova
Com um público de 29.304 pagantes e uma renda de R$ 544.720,00, a Fonte Nova recebeu torcedores pela última vez no dia 7 de março de 2020. A rodada dupla teve jogo do time de aspirantes, que empatou sem gols com o Doce Mel pelo Campeonato Baiano, e também da equipe principal: 1 a 0 sobre o Confiança, pela primeira fase da Copa do Nordeste. O dia ainda marcou a estreia de Rodriguinho pelo Tricolor, à época comandado por Roger Machado
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