GRATIDÃO
Ceni revela contato de Ferran Soriano e agradece apoio da torcida
Treinador comentou a permanência do Bahia na Série A
Por Marcello Góis
Alívio. Esse é o sentimento geral da nação Tricolor após a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. A confirmação veio com a goleada por 4 a 1 diante do Atlético-MG, na última rodada do Brasileirão. Em coletiva, o técnico Rogério Ceni parabenizou os jogadores pela entrega e fez seu resumo do jogo.
"Sabia que iríamos sofrer porque o Atlético é um time de qualidade. Acho que a gente povoou bastante o meio, fez uma partida segura, compacta. Cedemos o gol de empate, mas foi uma partida segura. Criamos muitas oportunidades, com foi contra o América, o Atlhetico e outros jogos. Seria um peso muito grande ir para a Série B com o Bahia. Infelizmente foi com muito sofrimento, deveria ter sido antes, mas conseguimos. Parabéns aos jogadores pela entrega e por não desistir nunca", comentou.
Diferente da derrota contra o América-MG, a atuação diante do Galo mineiro foi completamente oposta, com um time vibrante, atento e decisivo no ataque. Ceni diz que o time criou oportunidades em Minas Gerais e que a equipe azul, vermelha e branca manteve a concentração.
"Não acho que a gente fez um jogo ruim contra o América. Criamos 12 oportunidades. A gente recebe um relatório de Manchester depois de todos os jogos. Aquele foi o jogo com mais chances criadas em todo o Campeonato. Acho que a derrota para o São Paulo nos pressionou muito. Todos ficaram muito abatidos. Hoje fizemos um bom jogo, tivemos frieza e calma. E também a competência do Fortaleza que nos ajudou a terminar fora da zona de rebaixamento", explicou.
Na derrota contra o América-MG, Ceni apareceu completamente abatido. Ele falou do apoio dos jogadores no momento difícil. Ceni também revelou um contato com Ferran Soriano, CEO do Grupo City. O papo o motivou para trabalhar focado no Atlético. Ele ressalta que as dificuldades em 2024 serão maiores.
"Foi uma ajuda mútua dos jogadores. Na segunda-feira eles falaram comigo: "Precisamos de você". Na terça-feira eu fiz o movimento trocado. Ontem, o Ferran me ligou, ele me perguntou como eu estava, falei que estava triste e chateado. Ele falou que a tristeza tem que durar 24h, e disse que, independente de onde a gente acabe, que ele queria que eu continuasse o projeto, na Série A ou B. Isso faz diferença. É muito importante ter o suporte e apoio das pessoas. O Bahia é um clube de massa, esse é o principal ponto para você escrever uma história. Que o Bahia continue crescendo mais, chegando na Sul-Americana, na Libertadores. Não sei até quando vamos ficar aqui, mas quero dizer que fiz parte da construção de um clube que já era gigante, bicampeão brasileiro. Não esqueço tudo de ruim e errado que aconteceu, é importante ser lembrado isso para diminuir o número de erros para o próximo ano", disse.
"Quando me chamaram eu tinha 16 jogos. Olhei a tabela, vi o elenco, e fiz as contas que dava para chegar nos 43 pontos. Nas minhas contas, contra São Paulo e América seriam quatro pontos. Ficou então tudo para o último dia. Eu estava bem cabisbaixo. Até os atletas falaram comigo. Eu também sou humano. É natural depois de uma derrota. Mas conseguimos reagir e fazer uma vitória contra a melhor equipe do segundo turno. Não vamos esquecer do que erramos, que é importante, mas vamos valorizar os acertos. Quero falar do público também. Hoje não batemos 30 mil pessoas, né?! Foram 27, mas com uma energia incrível que superaram muitos outros dias. Em nenhum momento houve uma vaia. Foram caras que vieram o jogo, parecia que tinha 45 mil. Mantiveram o Bahia lá no topo. Foram parte muito grande em todos os jogos", completou.
Atento a história do Bahia, Rogério Ceni comentou sobre a mística Tricolor, de decidir no último instante, ao recordar do gol histórico de Raudinei. Ele agradeceu a a Raul Aguirre, CEO do Bahia/SAF e ao diretor de futebol Carlos Santoro, que o apoio durante os momentos difíceis.
"Eu acho que o Bahia tem aquela mística do, fim né?! Do eterno gol de Raudinei, né?! Acho que isso fez parte de nossa essência. Foram 90 minutos que valeram um ano. No dia que eu cheguei aqui eu falei que o Bahia vai surpreender muita gente em poucos anos. Seria um regresso muito grande voltar para a Série B. Perderíamos dois anos. Mas sobrevivemos ao ano zero. Não podemos desistir nunca, isso é uma coisa que eu levo. Outra coisa é que temos que nos preparar melhor para não repetir isso. Quero agradecer também dois caras que quase não falam, que são o Raul e o Cadu. São caras que sempre me trataram bem. Na derrota contra o Coritiba e na derrota para o América, sempre me trataram igual. Nunca mudaram o jeito de ser. Eu sei, pelas diretrizes do grupo, que o Cadu fala muito pouco. São caras do bem, corretos, e tenho certeza que vão fazer o Bahia crescer. Queria falar isso porque é o primeiro lugar que eu trabalho que os caras olham para mim no triunfo e na derrota e me tratam da mesma maneira", concluiu.
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