Com Guto, Bahia vive dilema de pontuar em casa e ir mal fora

Mal o árbitro havia trilado o apito final da derrota do Bahia para o Vasco, no último domingo, as redes sociais de torcedores do Tricolor já debatiam um velho dilema que acompanha o treinador Guto Ferreira em sua carreira: como pode o time fazer tantos pontos dentro de casa e quando atua longe de Salvador, mesmo com uma postura melhor e de mais volume de jogo, como foi contra o Cruzmaltino, os resultados não vêm.

>>Leia mais notícias sobre o Bahia

Os números mostram que realmente as críticas dos torcedores não são por mera perseguição ou algo majoritariamente passional, e não estamos falando de uma amostra pequena de jogos. Guto Ferreira tem um excelente desempenho no comando do Bahia, com 131 partidas, 66 triunfos, 32 empates e 34 derrotas (58,5% de aproveitamento de pontos). Contudo, nos 63 duelos que teve o Tricolor como mandante (46v, 11e e 6d), a performance é de 78,8%. Já quando o Esquadrão é visitante (64 jogos, 18v, 20e e 26d), o índice é de 38,5%. Em campo neutro foram mais quatro partidas (1v, 1e e 2d, com 33,3%).

Normalmente, há uma diferença de aproveitamento de pontuação para qualquer time no mundo quando atua dentro ou fora de casa, com vantagem sempre para o mandante. O problema é que o índice de Guto Ferreira é muito grande, praticamente o dobro, e isso é por demais chamativo para deixar ileso seu ótimo retrospecto no geral, sobretudo na disputa do Campeonato Brasileiro.

Dentre Séries A (27) e B (33), Guto Ferreira já comandou o Bahia em 60 jogos pelo Brasileirão, com 25 triunfos conquistados. Entretanto, das oito vitórias conquistadas na 1ª Divisão, somente uma ocorreu como visitante. Já dos 17 triunfos na Segundona, apenas três aconteceram fora de casa.

Torcida convocada

Por bem ou por mal, já que os resultados fora de casa não vêm com a frequência esperada por todos, o técnico do Bahia terminou a coletiva do jogo de domingo convocando a torcida para a partida de sexta-feira, às 21h30, na Arena Fonte Nova. Um triunfo contra a Macaca garante a estadia do Tricolor no G-4 da Série B e pode até levá-lo de volta à liderança.

“É muito importante. A Ponte é um candidato de meio de tabela e vem com pontuação interessante. Mais do que nunca, nossa torcida está chegando. Espero que chegue como chegou a do Vasco aqui, e empurrou 90 minutos. Tenho certeza que os torcedores do Bahia assistiram e querem fazer melhor. A torcida do Bahia consegue fazer o que já fez em 2016 sobre o meu comando, nos empurrando a 11 triunfos seguidos no returno. Isso, com certeza, foi trabalho de equipe”, disse.

Somando os duelos de 2016 com os da atual temporada, o Bahia venceu os últimos 14 jogos que fez pela Série B atuando como mandante, todos eles sob o comando de Guto Ferreira. É o recorde histórico do clube por qualquer competição.

Para conquistar seu 15º triunfo consecutivo como mandante na Série B, o Bahia não terá em campo seu principal articulador de jogadas. O meia Daniel recebeu contra o Vasco seu 3º cartão amarelo na competição e cumprirá suspensão automática.

Em sua coletiva pós-jogo, Guto falou sobre a ausência do seu camisa 10, que teria como substitutos imediatos os meias Mugni e Warley. Contudo, ambos estão voltando de lesão (Warley sequer estreou pelo clube ainda) e em período de recondicionamento. Segundo o treinador, “Warley está evoluindo. Mugni também está em uma transição e também não trabalhou com o grupo. O time que estiver em campo é o que achamos melhor para o Bahia e acho que tudo vai depender da semana”.

Guto Ferreira também comentou a possibilidade do retorno do atacante Rodallega, fora desde que sentiu uma lesão muscular ainda na 1ª rodada. “Temos cinco dias para trabalhar em cima dele. Ele ainda não fez nenhum treino com o grupo e deve fazer essa semana. E aí vamos conversar para ver, primeiro, se ele vai ser liberado nessa partida. Depois, quanto pode jogar. Se tiver ele, é uma situação. Se não tiver, é outra”.