EC BAHIA
Com jogo decisivo, Gilberto faz tatuagem com manto tricolor
Destaque do time nas últimas temporadas, o jogador não sabe se fica para 2022
Por Rafael Tiago Nunes
Um caso de amor, com mais altos do que baixos, cheio de expectativas, com muitas cobranças, momentos de reflexão, direito a muita DR (discutir relacionamento) e que transborda de paixão nos momentos mais difíceis. Essa poderia ser a descrição de muitos relacionamentos em qualquer canto do mundo, mas basta incluir futebol, gols, vibração, camisa e estádio para tornar a relação do artilheiro Gilberto com o Bahia e a nação tricolor ainda mais especial.
E esse relacionamento foi sendo construído aos poucos, com muita dedicação e um caminhão de gols – e uns momentos de seca também. Em três anos de Bahia, o camisa 9 fez 188 jogos, com um total de 83 bolas na rede, 14 assistências e ainda ostenta as marcas de artilheiro do Nordestão-2021 e o status de maior goleador de um clube do Nordeste na história da Série A, com 46 gols. Gibagol, como é chamado carinhosamente pela nação tricolor, soma ainda um título Baiano (2019) e uma da Copa do Nordeste (2021).
“Eu vivi coisas excelentes aqui e, dentro de campo, respeitando os meus companheiros, buscando ajudá-los e sempre sendo ajudado, porque nenhum centroavante faz gol sozinho. Eu só tenho a agradecer por todos aqueles que passaram e aqueles que estão aqui hoje me ajudando a continuar fazendo história”, agradeceu.
Tatuagem
Vice-artilheiro da atual edição do Campeonato Brasileiro, com 15 gols, Gilberto tinha tudo para estar vivendo num mar de rosas com a torcida do Bahia. Mas um mesmo filme, que começou há dois anos, volta a se repetir, como um looping temporal. O atacante teve seu nome especulado em times como São Paulo, Flamengo e Internacional ao fim das temporadas de 2019 e 2020, e, agora, mais uma vez o jogador tem o seu futuro incerto no clube.

Nos anos anteriores, o final foi feliz. Dessa vez, em meio a todo esse universo de frases misteriosas, Giba eternizou a o seu amor pelo Bahia na pele, com uma tatuagem na perna esquerda, onde ‘riscou’ sua própria imagem com a camisa 9 do Esquadrão.
“Acho que a passagem em si resume a tatuagem. É algo para ficar marcado na história. Na minha história. E eu faço parte de 1% do que é a história do Bahia. O Bahia é extremamente gigante, é um clube bicampeão brasileiro e deve ser respeitado sempre, assim como a gente vem respeitando, como diversos jogadores que passaram aqui e fizeram história também respeitaram. Aqueles que vierem futuramente, que venham buscar fazer aquilo que eu fiz também, consigam entregar o melhor e respeitar esse escudo [...] a torcida vibra demais, sempre junto”, se declarou Gilberto.
A tatuagem pode ser um bom presságio para os torcedores que anseiam pela permanência dele? Talvez. Mas a verdade é que o jogador prefere não dar qualquer dica sobre o desfecho dessa história de amor e apenas apegar-se à decisão com o Fortaleza, nesta quinta-feira, 9, às 21h30, na Arena Castelão, na última rodada do Brasileirão.
“A gente tem que decidir ainda. Não terminamos o campeonato. Acho que é importante deixar o Bahia na Primeira Divisão. Isso é o mais importante para mim. Depois a gente discute o que for melhor para o Bahia”, disse o artilheiro dos saltos mortais, que completou: “Então eu acho que não é o momento de falar sobre mim e da história que eu construí no Bahia. É o momento de falar em ganhar o jogo muito importante para a gente continuar na Série A”.
Aos torcedores e fãs de Gilberto, só resta esperar os próximos capítulos para saber se esse caso de amor ganhará novo fôlego ou se a tatuagem marcará o fim dessa relação e, em breve, será coberta por uma nova memória.
Reforços
Para permanecer na Série A, o Bahia precisa vencer o duelo com o Fortaleza para não depender de nenhum outro resultado na última rodada.
Para a partida, o técnico Guto Ferreira não terá o atacante Rossi, mas volta a ter os meias Daniel e Mugni à disposição.
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