REVIRAVOLTA
Com novo esquema, Renato Paiva consegue redenção à frente do Bahia
Mudanças trouxeram equilíbrio e fizeram atletas, antes questionados, como Everaldo, se destacar no time
Por Rafael Tiago Nunes
O começo de ano do Bahia na tão sonhada ‘era City’ não foi nem de longe o aquilo que o torcedor esperava. As fracas atuações, as goleadas sofridas para Sport (6x0) e Fortaleza (3x0), a eliminação precoce na Copa do Nordeste e o esquema tático ‘suicida’ que fez o time ser o dono de uma das piores defesas do Nordestão, com 15 gols em oito jogos, foram apenas alguns dos problemas que fizeram com que o trabalho do técnico português Renato Paiva e as contratações de nomes como o do atacante Everaldo e do lateral-esquerdo equatoriano Jhoanner Chávez, além da manutenção do atacante/ala Jacaré fossem questionadas a cada jogo disputado.
Por diversas vezes, nos confrontos na Arena Fonte Nova, parte da nação tricolor, insatisfeita com o desempenho do time, fez coro pedindo a saída de Renato Paiva, sem falar nas constantes vaias a alguns jogadores enquanto a bola ainda rolava. Falhas do goleiro Marcos Felipe, como no duelo contra o Sampaio Corrêa, e o futebol pouco objetivo deixaram o clima entre torcida e time ainda mais quente.
Mas desde que o técnico português resolveu mudar o esquema tático, saindo do 4-3-3 para um 3-5-2, tudo começou a fluir melhor e as peças começaram a encaixar. A mudança de chave aconteceu na partida de volta contra o Itabuna, válida pela semifinal do Campeonato Baiano, quando o Tricolor venceu por 4 a 1.
O Esquadrão de Aço fez quatro jogos com o novo esquema, com um saldo positivo: três vitórias e um empate, com 11 gols feitos e dois sofridos.
Desencantou
Com o novo modelo de jogo, algumas peças já começaram a se destacar. Um exemplo é Everaldo. Com status de titular desde que desembarcou na Cidade Tricolor, o atacante de 31 anos demorou a engrenar e viu Ricardo Goulart assumir o comando de ataque.
O camisa 9 só conseguiu estufar as redes no oitavo jogo com a camisa do Bahia. E só havia marcado quatro gols em 16 partidas. O ‘recomeço’ do camisa 9 se dá justamente quando o time passa a jogar com três zagueiros.
Com o esquema novo, Everaldo balançou as redes em todos o jogos. Foram cinco gols em quatro embates: dois conta o Itabuna, um contra o CRB e marcou nas duas partidas da final contra o Jacuipense, além de ter dado uma assistência.
O jogador, que chegou a viver dois momentos de ‘seca’, passando sete jogos em branco em cada um deles, agora vive lua de mel com a torcida. Marcou seis gols nos últimos cinco jogos, estufando as redes em todos eles e assumindo de vez o papel de ‘matador’.
Outro que começa a jogar a desconfiança pra longe é o lateral Chávez. O garoto de 20 anos chegou no Bahia com status de grande promessa do futebol mundial. Mas no campo a realidade foi bem diferente. O jogador teve dificuldades para se encaixar na equipe de Paiva e perdeu espaço para Ryan e depois para Matheus Bahia.
Após oscilar bastante, o habilidoso lateral começou a encontrar o seu melhor futebol quando passou a jogar como ala, na linha de cinco do meio de campo. A boa fase também se reflete nos números. Marcou um gol contra o CRB e deu uma assistência na decisão conta o Jacupa na Fonte.
Quem também não pode deixar de ser citado é o incansável Jacaré. Mesmo tendo virado xodó da torcida, a má fase do time respingou nele. Porém, o velocista cresceu de produção ao deixar de ser escalado como atacante para atuar como ala. Prova disso é que ele deixou André e Cicinho para trás na briga pela titularidade.
Quem agradece é Paiva, que parece ter encontrado um padrão de jogo e, com o título Baiano, tira um pouco da pressão para estreia no Brasileiro, dia 15, contra o RB Bragantino.
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