'PEGADA DE 10'
Daniel assume a responsabilidade de ser cérebro do Tricolor
Meia de 26 anos é líder da equipe em finalizações e dribles certos na Série B
Por Rafael Tiago Nunes
Franzino, pouco combativo, com sérias dificuldades de desenvolver o jogo ao enfrentar times mais fortes fisicamente e vindo de trás. Essas são algumas características que marcaram a carreira de Danielzinho, meia do Bahia, ao longo da sua carreira, desde quando surgiu para o futebol no Fluminense, em Duque de Caxias (RJ), nos campos de Xerém.
Desde 2020 no Tricolor baiano, essas também foram as principais características vistas no atleta, atualmente com 26 anos. Mas parece que o jogador aproveitou a queda para a Série B para se reinventar e resgatar a sua origem como camisa 10, como era na base. Para isso, pediu para trocar a 8 pelo icônico número no universo do futebol, e tirar definitivamente o diminutivo do nome para se tornar apenas Daniel.
E essa versão mais madura, decidida e que assume a responsabilidade de ser o cara que faz o time andar tem aparecido em campo desde o início da disputa da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, na qual ele já marcou dois gols e deu uma assistência após seis jogos disputados.
Mas os bons números desse novo Daniel não param por aí. Essa ‘pegada’ de camisa 10 fica ainda mais nítida quando incluídos outros aspectos. O meia tem pisado mais na área, tem participado mais da construção ofensiva, tem atuado mais próximo do gol e ajudado mais os companheiros do setor de ataque.
Prova disso é que ele é o líder do time em finalizações na Série B, com seis ao todo – é o sétimo no quesito em toda a competição – e, ao lado de Marco Antônio, é o jogador com mais dribles certos. Além disso, é o quarto que mais acerta passes, é o segundo em cruzamentos e em assistências, atrás apenas de Davó.
O bom momento do meia tricolor coincide com a boa fase do Bahia, líder da Segundona, com 13 pontos conquistados e dono do melhor ataque, com nove gols marcados, e da melhor defesa, vazado apenas duas vezes, mesma marca do Grêmio, vice-líder.
Ajuda dos colegas
A evolução do futebol de Daniel pode ser explicada também pela ajuda que o meia vem tendo, principalmente no setor de meio de campo. O camisa 10 tem ficado muito mais livre para criar, avançar e ajudar um pouco menos na marcação. E isso só é possível por causa do suporte que vem recebendo dos colegas.
Os volantes Emerson Santos, que chegou para a disputa da Série B, e Rezende estão entre os líderes em desarmes na competição nacional. Com 15 acertos cada no quesito, os tricolores estão em segundo e terceiro, respectivamente, atrás de Felipe Vieira, do Londrina, com 17.
Outro que vem se destacando no setor é Patrick de Lucca, líder em interceptações certas na Segundona, com sete ao todo. E para deixar Daniel ‘solto’, obviamente algum preço precisa ser pago. E o sacrificado tem sido justamente Patrick, jogador que mais fez falta na competição ao lado de Kaio, do Ituano, com 16 cada.
“A gente sabe que é bom começar assim o torneio [na liderança]. Se a gente começasse lá atrás, com resultados abaixo, a pressão seria maior. A gente tem o mesmo discurso, todos sabemos que foram apenas seis rodadas. A gente sabe que tem muita coisa para rolar, a gente só vai conseguir dar uma tranquilizada na 38ª rodada, conseguindo subir ou conquistar o título”, falou o volante tricolor Patrick.
Decisão
O Bahia só volta a campo na próxima terça-feira, dia 10, quando enfrenta o Azuriz-RS, em Pato Branco, pelo jogo de volta na Copa do Brasil. Como a partida de ida acabou em 0 a 0, quem vencer avança.
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