Danilo diz que não pensou em deixar o Bahia após ataque a ônibus

Principal atingido pela atentado ocorrido ao ônibus do Bahia, na última semana, o goleiro Danilo Fernandes falou pela primeira vez em entrevista coletiva após o ataque. O arqueiro de 33 anos chegou ao CT Evaristo de Macedo com os ferimentos no rosto, causado pela bomba caseira.

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Apesar da grave situação causada por um grupo de torcedores, Danilo garante que não se abalou e que a possibilidade de deixar o Bahia não passou pela cabeça dele. Segundo o goleiro, ele e a família já se encontram bastante adaptados ao clube e a cidade de Salvador.

"Não me passou pela cabeça sair. Eu, minha família, estamos bem adaptados, apaixonados pelo clube, pela cidade e nenhum momento passou isso na minha cabeça. (...) Minha motivação é fazer o que eu mais amo. O verdadeiro torcedor não faz isso. O verdadeiro torcedor vai ao estádio, mesmo que seja para xingar, para cobrar, mas não faz isso. Minha motivação é fazer o meu melhor, é estar com minha família, com meus companheiros. Estar saudável para fazer o que eu mais amo", garantiu.

Depois da situação do Bahia, coincidentemente ou não, outros dois ataques acontecerem contra ônibus de delegações de futebol. Na última sexta-feira, 26 de fevereiro, veículos com as delegação de Grêmio e Castavel-PR foram atingidos por pedras e também feriram atletas.

Por conta do ocorrido, Danilo classificou a entrevista como "a mais difícil de sua vida". Ele também reforçou a falta de segurança que tem ocorrido no futebol brasileiro e citou outros tantos casos de violência física ou moral que têm sido praticadas contra companheiros de profissão.

"Antes de tudo, acredito que é a entrevista mais difícil da minha vida. Falando coisas que não é o que a gente quer falar. A gente quer falar o que acontece dentro do campo. Uma situação chata, no futebol pentacampeão mundial, que tem tudo para ser o mais bonito do mundo e está virando notícias policiais. Em um momento em que o mundo vem passando por guerra e adversidades [...] Não só na Bahia, mas no Brasil todo, a paixão está sendo confundida com agressão. A preocupação é com todos envolvidos nessas situações complicadas", pontuou.

Previsão de volta

Questionado sobre uma previsão de retorno aos gramados, Danilo Fernandes falou que ainda não sabe. Ele descreveu algumas situações com seu olho, mas espera que na semana que vem possa fazer exercícios na academia. Sem o titular, o elenco do Bahia conta com Matheus Teixeira, Mateus Claus e Dênis Júnior.

"Teve o trauma próximo ao olho, nenhum vidro cortou meu olho, mas, devido ao trauma aqui nessa região, passei pelo oftalmologista. Mas isso causa aquele sangramento, e hoje o olho esquerdo tem umas fumacinhas e fica meio desfocado, mas a médica disse que é por causa do sangramento, que o corpo vai absorver. Vamos fazer um procedimento simples e vou recuperar 100%. (...) Eu não sei. Vou fazer procedimento, tenho alguns pontos no corpo, tem que esperar cicatrização, e semana que vem posso estar fazendo alguma coisa na academia, porque a gente não consegue ficar parado. Primeiro quero me recuperar e voltar o mais rápido possível", afirmou.

Relato do ataque

Sobre o momento exato do ataque, Danilo revelou que não conseguiu assimilar muita coisa. Principal prejudicado no atentado, o goleiro lembra de sangrar muito e membros da delegação tricolor tentando ajudá-lo, mas que ele demorou de entender o que estava acontecendo. .

Eles relataram que eu demorei para reagir, eu estava de fone de ouvido, então demorei para entender o que estava acontecendo. Quando eu me dei por conta, estava sangrando, pingando, muito sangue no meu corpo. Pediram para eu ir mais para frente, para sair da zona de perigo. Eu não sabia o que estava acontecendo, e ficou estranho de entender o que estava acontecendo