TORCIDA DE OLHO
Previsão de Sofrimento? Bahia falha em 1° teste com time da Série A
Tricolor teve brusca queda na quantidade de passes realizados
Por Léo Silva
O saldo do início de trabalho na temporada ainda é positivo e promissor, mas a derrota no primeiro clássico fez lembrar a entrevista do dia 27 de janeiro, após o segundo triunfo da equipe principal no ano, contra o Bahia de Feira, quando o treinador Rogério Ceni fez uma previsão preocupante. “Da maneira como foi contratado e construído esse time, se ele não tiver a bola, ele vai sofrer bastante. Nós precisamos ter o controle do jogo, ser protagonistas do jogo. Claro que no Campeonato Baiano a chance é maior do que no Brasileiro, mas nós vamos tentar evoluir até março para que quando enfrentar outras equipes também estejamos preparados”. No primeiro Ba-Vi do ano, a previsão de sofrimento feita pelo ex-goleiro foi comprovada pela primeira vez, com a derrota por 3 a 2.
Pode soar paradoxal, afinal o Bahia ainda teve 53% da posse de bola do clássico, mas a brusca redução do total de passes realizados e a leve diminuição da porcentagem de passes certos, aliadas ao já previsto baixo poder de combate cobraram um preço alto. A equipe teve 85% de acerto do total de 383 passes, com 58 erros, contra o primeiro adversário de Série A no ano.
Nas sete partidas anteriores, a média de passes trocados por jogo era de 647, chegando a passar dos 700 em duas oportunidades, contra o Barcelona de Ilhéus e o América de Natal, mas caiu para 383 no domingo contra o Vitória. Antes, o menor número de passes trocados havia sido de 575 contra o Bahia de Feira, ainda muito superior.
Com o adversário equilibrando a posse de bola, ficou escancarada a falta de capacidade de combate, seja por posicionamento, seja por características dos jogadores. Durante os 90 minutos do clássico, o Tricolor conseguiu realizar apenas cinco desarmes, por exemplo. Como comparação, no jogo anterior contra outro adversário de Série A, ainda em 2023, na goleada contra o Atlético Mineiro, por 4 a 1, foram 13 desarmes.
O jogo citado contra o Atlético deu fim ao sofrimento vivido pelo Bahia em 2023, findando o risco de queda para a Série B. Com os investimentos, manutenção da base e de destaques, a exemplo do meia Cauly, contratações de impacto, como a dos três meio-campistas - Éverton Ribeiro, Jean Lucas e Caio Alexandre - e ótimas atuações anteriores, a expectativa é de que o time não repita o mesmo sofrimento em 2024, mas a derrota e a forma como a equipe não conseguiu se impor diante do Vitória acendem o alerta.
Os números na atual temporada ainda são impressionantes e, mesmo na derrota no clássico, a criatividade e a força ofensiva foram mostradas principalmente nos lances que resultaram em gols, com intensa troca de posições.
No primeiro, o centroavante de ofício, Everaldo, atuando praticamente como meia ou ponta direita, partiu pelo meio e conseguiu passe incrível de trivela, por cobertura, para Thaciano, um meia, que vem atuando no ataque, mas estava jogando quase como ponta esquerda, aparecer nas costas da zaga e marcar. No segundo, Luciano Juba, um meia ou ponta-esquerda, escalado como lateral, fez cruzamento perfeito para um meia, Éverton Ribeiro, aparecer como centroavante e cabecear certeiro, sem chances.
Fica, portanto, inegavelmente claro, que o elenco está fortalecido no aspecto ofensivo, mas a fragilidade defensiva precisa ser corrigida, seja com peças, seja com posicionamento, para que o Bahia não volte a sofrer com frequência. E não desperdice o potencial existente para realizar uma temporada memorável.
Copa do Brasil
Bem mais próxima do que o início da Série A será a largada na Copa do Brasil, em que o Bahia estreará amanhã, às 20 horas, contra o Moto Club, no Maranhão, em jogo único. O Esquadrão tem a vantagem do empate para passar à segunda fase da competição.
Até o momento, a equipe principal jogou três vezes como visitante na temporada e venceu apenas a primeira, contra o Bahia de Feira, na Arena Cajueiro. Nas outras duas oportunidades, perdeu para o Ríver, no Piauí, e para o Vitória, no Barradão.
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