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EC.VITÓRIA

Caicedo desiste de férias para tratar lesão: "Quero ficar bom para o ano que vem"

Por Alex Torres*

26/12/2019 - 17:12 h | Atualizada em 26/12/2019 - 17:59
Na reta final da competição, Jordy conviveu com problemas físicos | Foto: Divulgação | EC Vitória
Na reta final da competição, Jordy conviveu com problemas físicos | Foto: Divulgação | EC Vitória -

Primeiro equatoriano a vestir a camisa rubro-negra em toda a história, Jordy Caicedo viveu fortes emoções em sua primeira experiência longe do seu país de origem. Em praticamente cinco meses na Toca do Leão, o atacante conseguiu ajudar o Vitória a se livrar do rebaixamento e ainda ser um dos artilheiros da equipe na Série B, com seis gols, ficando atrás somente de Anselmo Ramon, com sete. No entanto, nem tudo foram 'flores' para o jogador da temporada. Na reta final da competição, Jordy conviveu com problemas físicos que inibiram uma de suas principais características dentro das quatro linhas: as arrancadas. Em entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE, o equatoriano contou como tem sido esse período de recuperação visando o 2020 do Leão. O atacante também falou sobre sua adaptação em solo baiano e a diferença no ambiente de quando chegou ao Vitória, com o time na 18ª posição, para quando terminou o ano, com o time livre do rebaixamento.

Aqui no Brasil, a maioria dos jogadores vem de famílias mais carentes, passam por uma infância difícil e sofrem muito até se conseguir se profissionalizar. Também é assim em seu país? Como foi o começo de sua trajetória no futebol?

A maioria dos atletas sofrem com isso. Lá no Equador, acredito que 90% dos profissionais passam por essa transição e entram no futebol para ajudar sua família. Eu fui um desses jogadores, vim de uma família muito humilde, meus pais são do campo. Mas graças a Deus e a eles (pais), que sempre estiveram comigo e me guiaram para um bom caminho, consegui chegar aonde eu cheguei.

Como tem sido sua adaptação em Salvador? Sua família veio com você? Já tem algum lugar preferido na cidade? O que você gosta de fazer quando não está no Barradão?

Eu cheguei aqui com meu representante, minha família ficou lá no Equador. Mas isso para mim já é algo normal, estou acostumado. Quando atuava no meu país, eu jogava em outra cidade. Mas ficar sozinho em outro país é, de fato, muito complicado, porque a gente não entende o idioma, a comida também é um pouco diferente, não tem muita gente para conversar. Então é difícil, mas acaba se habituando. Nos primeiros meses fiquei sozinho, depois trouxe minha esposa. Agora, ela foi embora e estou sozinho de novo, mas acho que todo sacrifício tem suas recompensas.

Você caiu nas graças da torcida. Chegou a ser presenteado no desembarque, após o jogo contra a Ponte Preta. Esperava que pudesse haver esse carinho todo da torcida com você?

Na verdade, não. Quando meu empresário falou da proposta do Vitória, eu estava jogando no Equador, comecei a pesquisar o time na internet, em vídeos no Youtube, entender a forma de jogo, em que lugar do Brasil ficava o time. Aos poucos eu fui entendendo que era um time grande, de muitos anos, muita tradição. Então cheguei aqui com uma expectativa muito grande de dar o meu melhor, ganhar o carinho da torcida, mas, acima de tudo, por mim também, para me sentir bem e honrar essa camisa. Não tem sido fácil, por conta dos problemas que ocorreram. Foram duas lesões, primeiro uma no joelho que me impedia de jogar bem, agora essa no púbis. Não tem sido fácil, mas continuo trabalhando duro para alegrar essa torcida que me trata tão bem.

Quando chegou o clube estava no Z-4 e depois conseguiu escapar do rebaixamento terminando em 12°. Como você avalia o ambiente do clube desde a sua chegada e até se livrar da degola?

No geral, os brasileiros têm fama de serem muito alegres, muito brincalhões. Mas quando eu cheguei o ambiente estava um pouco ruim, meio pesado, sabe? Por conta da situação que estava o clube. No entanto, os jogadores sempre mantiveram a confiança de que as coisas iriam dar certo. Quando eu comecei a treinar, o grupo sempre deu o melhor de si, treinavam bem e, assim, fomos seguindo pouco a pouco. Dias depois que conseguimos nos livrar do rebaixamento era tudo uma festa. Todos contentes, se abraçando, comemorando e isso foi algo muito bom. Espero que o ano que vem seja da mesma forma, que fiquemos entre os quatro primeiros, consigamos o acesso para termos o privilégio de jogar a Série A. Sabemos que não vai ser fácil, agora tem o Cruzeiro também, que é um time de muita tradição, mas temos que trabalhar da melhor maneira alcançarmos o objetivo.

Muitos dos jogadores que formaram o grupo dessa temporada não continuarão para o ano que vem. Como você imagina essa reformulação no elenco rubro-negro?

Na verdade, eu só fiquei sabendo nesses últimos meses que quase todos os jogadores eram emprestados. Achava que todos pertenciam ao clube e que iríamos seguir juntos no próximo ano. Eu já havia começado a falar muito com o Gedoz, Baraka, Everton Sena, Lucas Cândido, todos eles são pessoas muito boas. Agora é tocar em frente, formar o grupo de novo e torcer para que os jogadores que estejam chegando venham para agregar e fazer um time ainda melhor.

O Vitória tem um histórico positivo com muitos jogadores estrangeiros. Você acha que é possível chegar ao patamar de nomes como Petkovic e Aristizábal, por exemplo?

Como jogador, acredito que ainda tenho muito a percorrer. O Vitória é um time que confiou em mim, é minha primeira saída do meu país de origem. Não tenho como dizer se serei ou não melhor do que esses jogadores, mas, com certeza, vou estar sempre dando o melhor de mim para manter um bom desempenho aqui no time.

Por falar em referência, existe algum jogador em quem você se inspira?

Quando eu era mais novo, um jogador que eu me espelhava muito era o Didier Drogba, gostava muito dele. Atualmente, um que admiro bastante é o Lukaku. Dentre os jogadores brasileiros, eu assistia muito o Adriano. Não lembro muita coisa do Ronaldo (Fenômeno), mas o Adriano era um que eu admirava muito pelas características, ele era forte e potente. Gostava também do Jô. Outro que eu admirava pela forma como batia na bola era o Hulk. Eu procuro me espelhar em alguns aspectos desses jogadores.

Por causa de um duplo significado de seu sobrenome, você deixou de ser Jordy Caicedo para ser apenas Jordy. Como você encarou isso?

Não me incomodou em nenhum momento, foi algo normal para mim. Lógico que lá no Equador todo mundo falava meu nome, meus companheiros sempre me chamavam de Caicedo ou 'Caice', eram poucas pessoas que me chamavam de Jordy. Mas quando eu cheguei aqui me explicaram isso, então não me importo. Eu vim para cá jogar e dar o meu melhor, não tenho nenhum problema com relação a isso.

Nessa reta final de Série B você sofreu com problemas de lesão. Já havia passado por algo parecido antes?

Essa é a primeira vez em que eu paro por conta de uma lesão. Nunca tive nenhum problema relacionado a lesão em minha carreira. Na verdade, tive uma em 2017 na mão, tentei dar uma bicicleta e quebrei o dedo. Mas isso foi tranquilo, porque não me impedia de fazer nada. Agora é a primeira vez que preciso realmente parar por estar me incomodando. É algo muito sério, começou a me incomodar bastante. Antes eu já sentia um pouco, mas se agravou no jogo contra o Criciúma e desde então não consigo correr bem. Acho que a velocidade é o meu forte, só que jogando é algo que me atrapalha.

E como está o processo de recuperação? Vai precisar seguir algum cronograma especial nas férias?

Nas férias eu acabei ficando aqui. Eu cheguei a falar com meu empresário e com o dirigente daqui que iria ficar para ter uma melhor recuperação. Com essa lesão, eu perdi algumas oportunidades no Equador de jogar pela minha seleção. Mas como falei: todo sacrifício tem sua recompensa. Estou aqui perdendo minhas férias, mas estou focado mentalmente, me recuperando bem e quero ficar bom para o ano que vem. Tive alguns companheiros que já tiveram essa lesão no púbis, como o Gedoz e o Garcia, e eles sugeriram também que eu fizesse a cirurgia. Eu quero ficar bom, quero recuperar logo, voltar ao campo e não ter mais nenhum problema. Porque se essas dores voltarem, talvez eu precise realmente fazer a cirurgia e ficar mais tempo parado.

Você chegou a atuar fora de posição em alguns momentos na Série B, acha que isso dificultou sua adaptação?

A maioria do meu jogo é centralizado, como 'camisa 9'. Eu posso atuar por fora, pelos lados, mas não é muito minha posição. Me sinto melhor jogando centralizado. Posso jogar mais aberto, pelo lado direito, só que gosto mais de atuar como centroavante. No entanto, não tenho nenhum problema com relação a isso.

Em coletiva, você chegou a declarar que perdeu espaço no esquema do time com Carlos Amadeu. Como você encarou essa situação?

Não houve nenhum problema. Ele chegou aqui depois do jogo contra o Brasil de Pelotas, onde fiz meu primeiro jogo, atuei por 20 minutos. No jogo seguinte era aqui, contra o Paraná, ele me colocou de titular e marquei meu primeiro gol. Depois jogamos lá com o CRB, sofri um pênalti que o Gedoz bateu e vencemos de 1 a 0. Era os meus primeiros dois jogos completos e eu acho que estava bem, fazendo tudo certo, ajudando o grupo, só que no jogo seguinte ele decidiu me colocar no banco. Como todo jogador, eu não gostei mas não falei nada. Não tive nenhum atrito com ele, inclusive, até trabalhava mais forte para estar bem. Fazia mais exercícios, treinava mais forte para que, quando a oportunidade surgisse, eu pudesse aproveitar da melhor maneira. Mas acho que não foi bem assim, porque acabei perdendo ritmo de jogo. Mesmo assim, não tive nenhum problema pessoal com ele.

Como você planeja o próximo ano?

A expectativa é muito boa com o Vitória. Eu estou aqui me preparando e espero estar bom logo. Agora, em janeiro, tem jogos pré-olímpico com o Equador. Se eu estiver bem, eles irão contar comigo e me chamar. Eu me apresento pela seleção, para o torneio, e, depois, me reúno novamente com o time. Minha meta é trabalhar forte para poder dar sempre o meu melhor.

Você já declarou em entrevista que gosta do ritmo Salsa e, se fizesse 15 gols nessa temporada, comemoraria dançando em campo. A aposta continua válida para 2020?

Acho que sim, viu? Gosto muito de dançar e escutar salsa. Los Van Van é minha banda favorita. Mas lá no Equador a gente também é muito alegre, muito bom. Acho que qualquer jogador ficaria contente em fazer essa quantidade de gols. Talvez eu faça (a dança), mas não garanto. As pessoas falam que eu sou muito sério, muito calado, então não é muito meu tipo fazer essas coisas. Mas quando estou muito contente, pode ser que eu comemore algumas vezes assim.

*Sob a supervisão do editor Nelson Luis

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