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19/01/2024 às 5:40 • Atualizada em 19/01/2024 às 11:36 - há XX semanas | Autor: Alex Torres e Marcos Valença

EXCLUSIVO!

Fábio Mota revela planejamentos para Arena Barradão e SAF; saiba mais

Presidente do Vitória projeta vaga na Sul-Americana como meta do clube em 2024

Presidente do Rubro-Negro falou com exclusividade com a equipe do Portal A TARDE
Presidente do Rubro-Negro falou com exclusividade com a equipe do Portal A TARDE -

Em outubro de 2021, após afastamento de Paulo Carneiro e pedido de licença do vice-presidente Luiz Henrique Vianna, o então presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Rios Mota, assumiu o comando do clube. Naquela altura do campeonato, o rebaixamento do Leão para a Série C era algo dado praticamente como certo e que veio a se confirmar menos de um mês depois.

Repleto de desafios, o primeiro ano de Fábio Mota à frente do Vitória foi de altos e baixos, mas terminou com a consagração de um acesso heróico para a Segundona. Já na temporada seguinte, o feito foi ainda mais impressionante — uma campanha incontestável que deu o inédito título de campeão da Série B para o Vitória.

Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, o presidente Fábio Mota falou sobre o processo de reestruturação do clube, que retorna à elite do futebol nacional após seis anos. Ele deu detalhes ainda sobre a retomada de valorização das divisões de base, além de projetos para o Estádio Manoel Barradas e conversas sobre a possibilidade do Vitória se tornar Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Confira:

Como foi essa sua chegada ao Vitória e o que ainda tem das gestões antigas que seguem atrapalhando a vida do clube?

Foi o maior desafio da minha vida. Sou da iniciativa privada e depois para a iniciativa pública, passei por secretarias em todas as instâncias, até a nacional. Tive muitos desafios em Salvador, mas igual a esse não existiu. Tive que me dedicar 24 horas por dia, porque o dia só tem 24 horas. Tínhamos dívidas e problemas em todas as áreas, eram seis meses de salário atrasado. A bolsa-auxílio da base estava atrasada, problemas até de alimentação, que realmente não tinha nada. Tínhamos perdido o título de clube formador. Estrutura completamente prejudicada, em condições sub-humanas. Era um verdadeiro filme de terror. Tínhamos bons profissionais, mas instalações ruins. Basquete e futebol feminino desativados, o remo estava paralisado. O Vitória devia R$ 117 milhões de INSS, IR e FGTS atrasados, R$ 35 milhões à Justiça do Trabalho, R$ 30 milhões à CNRD, R$ 26 milhões de transferban à Fifa, entre muitas outras coisas. Então o cenário era de filme de terror mesmo. Clube estava destroçado, ninguém tinha motivação.

Com relação à base, o que o clube tem feito para a reestruturação dessa categoria que sempre foi tão importante?

Primeira coisa que fizemos foi montar uma gestão profissional. Não precisa ser SAF para ser profissional. Para isso, existem alguns requisitos, como: planejamento, transparência e execução do que foi planejado. Primeira coisa foi escolher as pessoas certas. Montar uma equipe coesa, com pessoas que fazem um ótimo trabalho. Uma pessoa só não resolve um problema como esse e o diagnóstico era claro. A base tinha 'parado de existir'. Você não consegue enfrentar os clubes do eixo Rio-SP se não tiver uma base forte. O orçamento deles, a gente nunca vai ter. O exemplo está no próprio clube, porque os últimos títulos nacionais que o Vitória disputou tiveram atletas oriundos da base. Os maiores investimentos que temos feito foi na base. Implantamos do sub-9 ao sub-20, porque não havia mais iniciação no clube, que não realizava mais peneiras. Colocamos uma nutricionista e uma psicóloga para base. Reformamos todos os alojamentos, os gramados, temos um prédio inteiro lá em cima para a base, contratamos analistas para as principais categorias... ou seja, foi um orçamento de R$ 14 milhões apenas para a base e colocamos a parte financeira toda em dia. Fizemos quatro camarotes e os valores são revertidos para a base, cada um de R$ 120 mil. Encontramos um projeto da Academia do Leão e conseguimos tirar do papel. A ideia é ter 2 mil meninos na escolinha oficial do Vitória e isso vai render dinheiro para o clube. Alguns destes meninos ainda podem se destacar e se tornar talentos. Então temos que ter paciência, o projeto é de longo prazo. Vamos voltar a ter a melhor base do país em cinco anos.

Tivemos alguns talentos já nesta Copinha. Quem você acredita que tem condições já estar subindo ao profissional?

Investimos muito na estrutura da base do Vitória, para que os profissionais que lá estejam e para os profissionais que estão no profissional dialoguem e cheguem a conclusão, sobre quem deve subir pra profissional e quem deve esperar um pouquinho. Essas reuniões já estão acontecendo. Léo Condé já fez a reunião com o Laelson (Lopes) e com o Carlão. Podem ter certeza que nós vamos ter de três a quatro atletas que vão subir para o profissional. Não quer dizer que esses vão estar no profissional, e nem que esses que ficaram no sub-20 estão renegados. Isso é uma coisa normal.

Sobre estruturação, o Barradão deve passar por obras em breve. Como está a situação com a Fatal Model e os próximos passos para essas reformas?

A gente entrega nos próximos 10 dias, mais oito camarotes que já estão todos vendidos por R$ 150 mil cada. Quando eu cheguei não tinha nenhum. Se eu for embora amanhã, eu tô deixando 12 camarotes para o clube. São quatro camarotes por R$ 120 mil e sete por R$ 150 mil, porque um é da presidência. Veja quanto isso vai dar por ano ao clube, que vai ser revertido todo para a base. A gente está entregando agora, na primeira semana de fevereiro, oito camarotes e seis salas administrativas. Então a gente vai fechar, em dois anos e dois meses que estou no clube, 12 salas administrativas e 12 camarotes. Agora, ainda em fevereiro, a gente entrega a Academia do Leão. A gente começa as reuniões com a Fatal Model a partir de sexta-feira. Eles estão chegando em Salvador para traçar com a gente os próximos passos do Naming Rights. Estamos caminhando para isso e com certeza a gente vai chegar a um denominador comum. Depois, a gente já está fazendo a nossa outra parte. Vou falar aqui para vocês com exclusividade. Internamente a gente precisa adaptar nosso projeto da Arena Barradão. Esse é um projeto grande de R$ 360 milhões. Não temos esse valor, então temos que fatiar o projeto. Temos uma reunião na quinta-feira, onde avaliaremos a possibilidade de colocar a cobertura e também fechar o anel do estádio. A ideia é a gente já fazer o nosso dever em casa, preparar o fechamento do anel e a cobertura, e ver quanto vai custar isso para que possamos tomar uma decisão. Estamos levando em consideração os R$ 100 milhões que a gente teria da negociação com Fatal Model.

Mota detalhou como pretende realizar o projeto da Arena Barradão
Mota detalhou como pretende realizar o projeto da Arena Barradão | Foto: Victor Ferreira | EC Vitória

Muita gente do sul critica o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Entre as críticas, estão algumas relacionadas ao Vitória, como se o clube fosse beneficiado com Ednaldo na presidência. Como você enxerga isso?

Ednaldo é um grande exemplo de vida. Sair de onde saiu e chegar onde chegou, não é por acaso. Ele se tornou presidente da CBF em eleição de forma quase unânime. O Ministério Público homologou a decisão. Foram 19 votos de times da Série B, 20 votos de times da Série A, além de todas as federações. Como alguém contesta isso? Agora, ele é o primeiro presidente fora do eixo Rio-SP e isso incomoda algumas pessoas. Existe um preconceito muito grande. A Justiça acertou quando reconduziu ele de volta ao cargo. Está na cara que isso foi um movimento político por pessoas que destroem o futebol e que querem voltar para fazer o que fizeram no passado. Sobre a relação dele com o Vitória, é ótima. O clube não precisa de R$ 4 milhões para subir. Somente a folha do clube era R$ 2,2 milhões. A gente subiu a partir do nosso planejamento. Sem tudo o que fizemos, não iria acontecer. A gente tinha certeza que iriamos ser campeão porque planejamento, não aconteceu por acaso. Precisávamos do título para disputar a Copa do Brasil e fizemos isso acontecer.

Em que andamento está a situação do Vitória com a Libra. Como estão as conversas para o clube receber o valor que ainda resta?

O Vitória e todos estão na mesma situação. A Libra está negociando com a Globo, está negociando com um fundo, para vender antecipação por 20 anos, arrecadar o recurso e distribuir com os seus filiados. Cada clube vai decidir o que vai fazer. A outra, que é a Futebol Forte, fez isso e distribuiu por 50 anos. Entendo que esse recurso da Libra, se assim vier logo esse ano, ele tem que vir para a pagar as dívidas do clube para você ter esperança e conseguir respirar. Hoje você vive vendendo almoço para comprar a janta, bloqueio de conta hoje, bloqueio de conta amanhã... Por mais que a gente tenha feito toda a operação de equacionar a questão fiscal, a gente parcelou as dívidas, temos todas as certidões, mas precisamos pagar esses parcelamentos, isso vai engessando o clube. Então, a gente tem esperança muito grande de receber parte desse recurso esse anos para poder começar a quitar as dívidas. Acho loucura pegar dinheiro de antecipação e usar em investimento de atleta. Uma coisa é usar para pagar salário, porque não tem para onde correr, mas boa parcela é para saldar dívida.

Vocês têm noção exata do montante que o Vitória deve atualmente?

O Vitória devia R$ 320 milhões, quando a gente chegou. Hoje, a gente sabe que essa dívida está na casa dos R$ 180 milhões. A principal dívida segue sendo as cíveis, porque as outras a gente conseguiu parcelar e estamos pagando, mas as cíveis estão espalhadas e a gente não consegue concentrar, porque sempre vai aparecendo uma nova.

O senhor tem pontuado algumas vezes que o modelo de SAF que o clube busca é um em que não precise ser necessário vender a maior parte das ações. Acredita que um investidor poderia se interessar por esse modelo/formato?

Primeiro, o Vitória precisa ter um modelo de SAF, que ainda não tem. Internamente, precisamos resolver nossos problemas.Se o caminho for SAF, eu defendo que seja uma onde você continue com o controle do futebol e com o seu patrimônio. Eu sou contra vender patrimônio. Segunda coisa, se eu sou um clube formador e já revelei tantos atletas, eu não posso vender a instituição a preço zero da Divisão de Base. Todos os clubes que venderam, não teve o valuation da divisão de base, que foi de brinde. Com o Vitória, que tem 180 meninos aqui e mais de 700 fichados na divisão de base como atleta do clube, se você botar do sub-9 ao sub-20, você tem mais de 1500 fichados... Nesse universo todo, se desses sair um David Luiz ou um Hulk, você paga tudo que o Vitória deve. Então, quem vendeu os clubes nesse modelo de SAF, fez porque não tinha outra opção. E vendeu, tudo bem. Não estou recriminando. Quando eu cheguei aqui na Série C, eu recebi uma proposta de um dos maiores fundos do país, que me ofereceu R$ 200 milhões pelo Vitória. Para o investidor, ele via no Vitória um clube grande que estava deterioridado na Série. Queriam colocar qualquer dinheiro ali, que ele chegava na Série A e quadruplicava o investimento que fez. Mas eu estou aqui porque sou torcedor. Larguei minha vida e vim aqui para dentro. Fiquei 14 meses sem receber salário e pagando passagem do meu bolso. Estou olhando os interesses do clube, não os meus. Neguei as propostas e disse que a gente discutia quando chegasse na Série A. Precisamos urgentemente levar essa discussão para o sócio-torcedor sobre o modelo de SAF. O que eu defendo é não vender patrimônio e trazer um sócio para gerir o futebol daqui para a frente. Ainda não temos o modelo, quando isso for definido, acredito que seja mais fácil encontrar alguém que queira fazer parte.

Com o seu trabalho em evidência, tirou o clube da Série C para uma Série A, sendo campeão ainda, você se considera o maior presidente do Vitória?

Não estou aqui para isso. Sou um torcedor que virei presidente. Minha identificação com a torcida vem disso, sei o que o torcedor pensa e fala. Na arquibancada, sempre escutei que o clube era fechado e ninguém sabia informação de nada. Por isso que falo muito, quero passar a informação. O torcedor quer saber. Se pudessem, eles passavam o dia no Barradão olhando as coisas. Eu sou torcedor e me coloco neste lugar. Só não posso ser torcedor na hora das decisões.

Faço a parte que me cabe, chego 7h e não tenho hora para sair, todos os dias da semana, mas afirmo que faço por amor. Estou aqui porque eu quero. Nesses dois anos e dois meses, muitas coisas aconteceram em minha vida e eu faria tudo de novo. Pela primeira vez em minha vida, acordo de manhã motivado para cuidar do Vitória

Fábio Mota - presidente do Vitória

Nas redes, muitas pessoas falam que o senhor costuma falar demais e isso por vezes terminaria 'atrapalhando' o clube? Você concorda com isso?

Eu tenho uma relação muito franca com a torcida do Vitória. Por muito tempo, o clube passou calado, ninguém falava pelo clube. Eu falo tudo o que acontece, não tem porque esconder. Se eu falo demais, faço em benefício do clube. Quero trazer o torcedor para dentro do clube e essa é a minha missão. Quando cheguei aqui, tínhamos 4 mil sócios e passamos a ter 33 mil. Posso dizer que tenho grande apoio da torcida do Vitória e isso me move. Quando falo, é sempre com a intenção de informar. Se aconteceu, eu estou falando.

Teve algum convite político para voltar a vida pública?

No dia que decidi largar a secretaria para vir ao Vitória, coloquei um ponto final na carreira política. Tanto assim, que minha relação com o Governo do Estado e Prefeitura de Salvador é espetacular. A gente conversa sobre o projeto da arena e eles querem viabilizar isso, porque vai beneficiar a cidade e o estado como um todo. Quando você vira presidente do clube, a gente precisa esquecer isso. Estou aqui para trabalhar pelo Vitória. A vida política ficou lá atrás.

Você viveu muita coisa ruim também, como presidente do Vitória. Em nenhum desses momentos, chegou a se arrepender da decisão?

Foram muitas dificuldades, teve o episódio que meus filhos foram ameaçados. Foi algo muito complicado, mas já foi resolvido. Neste momento, você chega a repensar. Tudo isso são provações, eu tenho muita fé em Deus e acho que precisava passar por isso. Me considero uma pessoa muito melhor. Na minha vida nada foi fácil, saí de Valente com 14 anos para vir para cá. Então nunca tive nada fácil. Dois momentos ruins, mas que também foram viradas de chave, foram contra o Botafogo-SP, pela Série C, que estávamos para cair para a Série D; e contra o Nova Iguaçu, pela Copa do Brasil, que fomos eliminados. No entanto, foi a partir deles que viram alguns dos momentos mais felizes da minha vida. O acesso para a Série B é algo que me arrepia até hoje. A volta para a Série A, em Novo Horizonte, foi o segundo momento mais feliz desses meus dois anos, dois meses e 10 dias no Vitória. O título nacional também, foi um terceiro momento, porque nos deu essa volta para a Copa do Brasil.

Qual o pensamento do Vitória para a Série A deste ano?

Diferente do ano passado, a primeira coisa que fizemos para esse ano foi manter a base do time, pensando no Baianão e na Copa do Nordeste. Trouxemos 10 contratações como reposição, temos dois atletas por posição e isso que queremos. Está fechado isso aqui. Devemos receber mais um atleta e fechar neste primeiro momento. Temos a outra janela, que abre em abril, e nosso planejamento é trazer mais cinco ou seis jogadores com bom nível para a Série A. Na segunda-feira ainda serão apresentados o Luan, o Alerrandro, o Everaldo e o Maycon Cleiton. Ou seja, são 14 jogadores agora e mais esses seis depois. Com esse perfil, nosso objetivo no ano é classificar para a Copa Sul-Americana. Trocaria tranquilamente o título estadual e da Copa do Nordeste para cumprir esse objetivo.

Você disse algumas vezes sobre um camisa 10. O Vitória tentou Danielzinho e Daniel Jr, mas não se concretizou. Essa posição ainda é vista como uma prioridade do clube?

O Luan também faz essa posição. Mas o Vitória, para fechar o ciclo de contratações desse primeiro trimestre, falta um atleta de meio-campo. Chega para ajudar e acho que tudo vai se resolver até sexta-feira de uma vez por todas. Vamos observar agora o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste, pensando no Campeonato Brasileiro.

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