MORAL DOS CAMPEÕES
Jogadores remanescentes da Série B ganham destaque no Vitória
Para o técnico Léo Condé, é preciso valorizar elenco que levantou a taça
Por Léo Silva
Um acesso para uma divisão superior geralmente precede um dilema. Manter a base que alcançou o feito, acreditando que é capaz de dar conta mesmo em maior nível de exigência, ou reformular, com jogadores teoricamente melhor talhados para a nova missão? A contratação de 15 reforços deu pistas de que o Vitória poderia seguir a segunda linha, mas optou por um meio termo, mantendo a base do time titular campeão da Série B em 2023. E, pelo menos por enquanto, é ela que vai dando conta do recado.
Após a vitória de domingo, por 3 a 0, contra o Atlético de Alagoinhas, no Barradão, o técnico Léo Condé, em coletiva, comentou os insistentes pedidos pela entrada de Luan, e cobrou uma maior valorização dos jogadores remanescentes do ano passado.
“O torcedor pode não estar valorizando a equipe do Vitória, uma equipe que foi campeã com esses jogadores aí. Um time que está perto de classificar depois de cinco anos, que ganhou Ba-Vi. Então temos que valorizar esses que estão aí em campo”, disse.
Os pedidos pela entrada de Luan começaram durante o empate da quarta passada, contra o Náutico, primeira partida em que ele foi para o banco de reservas. O novo coro substituiu uma pedida recorrente com a qual as arquibancadas do Barradão já estavam acostumadas, pela entrada do atacante Zé Hugo, comumente decisivo na campanha do acesso e bastante querido e elogiado pela torcida.
Maioria
Na escalação inicial de domingo, apenas quatro reforços estavam presentes: Muriel, PK, Willian Oliveira e Alerrandro. Veteranos, Zeca, Camutanga, Wagner Leonardo, Rodrigo Andrade, Matheusinho, Matheus Gonçalves e Osvaldo completaram a escalação.
Já na equipe que iniciou e venceu o clássico Ba-Vi, principal jogo do ano até o momento, a mesma quantidade de reforços estava presente. A diferença estava na lateral, em que, naquela ocasião, Lucas Esteves substituiu PK. Entre os outros, duas diferenças. No clássico, Dudu e Iury Castilho atuaram, enquanto Rodrigo Andrade e Matheus Gonçalves começaram contra o Atlético.
Um time-base formado por aqueles que mais atuaram como titulares seria formado pelo time que iniciou o Ba-Vi, com quatro reforços. A quantidade poderia ser ainda menor caso Rodrigo Andrade, já recuperado, Lucas Arcanjo e Léo Gamalho não sofressem lesões.
Nos gols, a contribuição vem sendo equilibrada. Nove dos 16 gols foram marcados por remanescentes de 2023, com cinco de Osvaldo, dois de Iury Castilho, um de Rodrigo Andrade e outro de Camutanga. Os outros sete têm autoria de novatos. Alerrandro e Daniel Júnior fizeram dois, enquanto Willian Oliveira, Caio Vinícius e Caio Dantas fizeram um.
Ainda na coletiva, Condé creditou o fato de privilegiar os remanescentes de 2023 à pressão existente para conseguir classificar o Vitória novamente para a semifinal do Baiano, algo que não acontece há cinco anos, e que foi praticamente alcançado no domingo.
“Tenho feito valer aquilo que a gente tem de melhor que é o nosso conjunto. Então, a gente vai aproveitar os atletas que chegaram à medida em que os espaços vão aparecendo na equipe, como foi com PK, Willian Oliveira, Alerrandro e Muriel”, disse Condé.
O outro lado da moeda pôde ser visto nas partidas em que uma equipe alternativa foi formada predominantemente por reforços. Com derrotas contra o Jequié, com seis novatos, pelo Campeonato Baiano, e contra a Juazeirense, com sete, pela Copa do Nordeste.
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