EC.VITÓRIA
Malhadinho abre a guarda: último combate, cinturão e pedido ao Vitória
Baiano concede entrevista exclusiva ao MASSA! logo após vencer mais uma luta no UFC
Por Santiago Oliveira | Portal MASSA!
ascido e criado em Brotas, como o mesmo faz questão de declarar, o lutador baiano Jailton Almeida 'Malhadinho', de 32 anos, vem chamando muita atenção no cenário do Ultimate Fighting Championship (UFC). No último sábado (4), ele amassou o estadunidense Derrick Lewis, na luta principal do UFC São Paulo, na categoria peso pesado, e chegou à sexta vitória sem nenhuma derrota dentro da organização.
Com o cartel mais invejado do top 10 da categoria, Malhadinho agora está próximo da luta pelo cinturão no UFC. O atual dono do título é o lendário norte-americano Jon Jones, o qual Jailton diz ser fã.
Só que, para chegar ao topo, o baiano tem que ralar muito. Por isso, em entrevista ao MASSA!, ele detalhou a sua rotina de treinos, como foi o seu último combate e qual seu pensamento sobre a disputa de cinturão. Além disso tudo, o torcedor rubro-negro também falou da sua paixão pelo Vitória e disse que está aguardando pra ser embaixador do clube.
Confira tudo na entrevista abaixo:
Com quem você treina e como é a sua rotina de treinos?
JM - Treino na academia Galpão da Luta, fica localizada em Brotas, próximo ali do Hospital Geral do Estado. Hoje a academia tem mais ou menos uns sete anos de fundada, foi através de dois amigos, na verdade eram quatro sócios, e hoje só tem três sócios: Yuri Moura, Herrick Marinho e Vinícius Paranhos. São os caras que estão erguendo a academia lá e hoje, graças a Deus, a academia está show, está sendo destaque mundialmente, através dos meninos que acreditaram no potencial, acreditaram na gente, e hoje está colhendo os frutos, fico muito feliz.
Qual a diferença da última luta, com Lewis, para as outras?
JM - A diferença dessa luta com Derrick Lewis é que tem um cara mais pesado e muito experiente, que já lutou pelo título, que lutou pelo cinturão do UFC, que é muito bem reconhecido, que tem um poderio de nocaute surreal e que tem recorde no UFC. Esse é o diferencial de todas as minhas lutas que eu fiz, e o que mais me impressionou foi que ele não vendeu barata essa luta, foi um cara que fez a estratégia dele ali de não se mover, deixar a luta correr até o momento do juiz mandar a volta em pé para poder me surpreender com o golpe, que é o golpe fatal dele, que tem a mão muito pesada. E o que eu vejo de diferente das outras lutas é que eu consegui fazer o que todo mundo temia, não terminar a luta no primeiro round, nem no segundo, nem no terceiro e ir para o quinto round com um cara extremamente perigoso, muito mais pesado do que eu, que a qualquer momento poderia acabar a luta. O diferencial foi esse, que eu não consegui finalizar, que muita gente esperava e consegui manter a mesma constância na luta fazendo os cinco rounds.
Qual a expectativa para disputar o cinturão do peso pesado?
JM - A minha expectativa pra disputar o cinturão do peso pesado é muito grande, né? A gente não sabe como é que vai ficar agora a divisão, né? Como eu sempre digo: 'É tudo no tempo de Deus, tudo vai acontecendo naturalmente'. E eu tenho que me manter preparado pra quando pintar a oportunidade, eu estar apto pra poder cumprir a missão. Então, a expectativa é muito grande. Eu não sei como é que vai ficar a divisão agora com a lesão de Jon Jones, o Miocic já falou que não quer lutar com outra pessoa, ele quer lutar com Jon Jones. Então, tem um cinturão inteirinho aí em jogo agora. É uma parada muito aleatória, a categoria. Então, eu vou ficar aqui no aguardo esperando e vou subindo de degrau em degrau, né? Até chegar no objetivo final.
Após sua luta, no último sábado (4), houve algumas manifestações do mundo do UFC. Inclusive do atual campeão do peso leve, Islam Makhachev. O que tem a dizer sobre as críticas dos gringos?
JM - É uma coisa que eu estava falando na entrevista, lá na coletiva do UFC e depois eu vi no Twitter, né, que o próprio Makhachev falou. Eu acho que Makhachev não falou diretamente pra mim, acho que ele falou para o Derrick Lewis, que ele estava deitado praticamente no 'cage', que era pra dar um travesseiro pra ele, entendeu? Acho que foi dessa forma que ele mandou a mensagem, né? Mas eu fico triste de ver atletas de MMA em si, né, a galera que luta profissionalmente, criticar uma luta do outro atleta, do outro parceiro de profissão, né? Sendo que, se for ver pelo histórico aí, atleta de alto rendimento passa muita coisa pra poder chegar bem em alta performance, sofre muito, tem que treinar duro, se dedicar bastante, e isso é muito sacrifício que você faz. Isso acaba desvalorizando o esporte, o próprio atleta criticando o outro atleta da mesma modalidade. Eu não levo nada pro coração, até porque eu não ligo para o que os outros falam, eu luto para mim luto, para meus amigos, para minha equipe. Eu sou um cara que independente de qualquer coisa eu sempre busquei terminar a luta em vias rápidas e essa é a minha primeira luta no UFC que isso acontece, né? Sempre prezo isso.
Qual sua relação com o Esporte Clube Vitória e o que você acha do carinho da torcida rubro-negra?
JM - Sempre gostei de ir para estádio, eu sempre gostei, sempre ia com meus amigos, ia com minha namorada também para os jogos, e eu sempre fui apaixonado pelo futebol, todo mundo sabe que eu gosto de futebol e eu me identifico muito com o Vitória, todo mundo sabe que eu amo o Vitória, sou torcedor do Vitória nato. Curti a Série B, a Série C toda, assisti todos os jogos, vi o time passar por vários momentos difíceis e hoje a gente está vivendo um momento épico em nossas histórias, que é o Vitória ser campeão, subir para a Série A, né? E esse carinho da torcida é inexplicável, é surreal, a torcida, os Imbatíveis, a Camisa 12, toda a torcida organizada. E nada mais justo que prestar essa homenagem para o Vitória lá no UFC São Paulo, com a bandeira. Estou esperando só o momento de Fábio Mota e toda a diretoria do Vitória me consolidar como embaixador do Vitória. Vai ser uma coisa muito especial e todo mundo sabe que eu amo o clube.
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