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Reunião do Conselho Deliberativo acentua racha no Vitória

Publicado terça-feira, 29 de dezembro de 2015 às 23:03 h | Autor: Ricardo Palmeira
Reunião Conselho Deliberativo
Reunião Conselho Deliberativo -

A reunião do Conselho Deliberativo, segunda-feira, 28, na Toca do Leão, que teve como pauta aprovar a proposta orçamentária para 2016, trouxe novas polêmicas ao Vitória. A principal diz respeito ao Conselho Fiscal. O presidente do órgão, Christóvão Rios, teria declarado na reunião que é "liderado pelo presidente do Vitória, Raimundo Viana".

José Rocha, presidente do Conselho Deliberativo e líder da oposição, lembrando que o Conselho Fiscal deve ser independente, pediu a renúncia de Rios.  "Depois de uma afirmação assim, fica claro que ele não merece estar no posto, pois  não tem isenção e autonomia para dirigir um órgão fiscalizador", disse Rocha.

Rios rebate: "Não há a menor possibilidade de eu renunciar. Quando eu disse ser 'liderado por Raimundo Viana', era como torcedor e conselheiro, pelo sucesso que obtivemos neste ano, como a volta à Série A e uma série de títulos nas divisões de base. Nesse sentido, todos nós fomos liderados por Raimundo Viana".

Discussão sem fim

José Rocha aproveitou a reunião para nomear a nova Comissão de Ética do clube. Os membros serão Amauri Cerqueira (presidente), Antônio Carlos Rodrigues, Ivan de Almeida, Paulo Catharino Gordilho e Claudio Lessa. Os nomeados são, na maioria, do grupo de oposição.

A maioria do Conselho Deliberativo é formado por integrantes da situação. Segundo o A TARDE apurou, alguns deles pensam em contestar a comissão, pois o estatuto do clube permite ao presidente do Conselho nomear membros, mas não todos eles.

Já o orçamento para 2016 será de cerca de R$ 80 milhões - metade a ser gasta no departamento de futebol - e foi aprovado quase por unanimidade. Não antes sem polêmica. Dos 111 conselheiros presentes,  foram 109 votos a favor e duas abstenções. As duas vieram de Amauri Cerqueira e Antônio Carlos Rodrigues, que contestaram o fato de o orçamento apresentado pela diretoria executiva não vir com gastos detalhados.

A contestação gerou uma discussão no local. Um conselheiro, que pediu para não ter o nome citado, reclamou: "O que eles queriam é dar vistas ao processo, como se isso fosse uma prestação de contas. Mas proposta orçamentária é outra coisa. Quiseram polemizar sem necessidade. Aprovação de contas é feita depois de executado o orçamento. No exercício de 2016, caso ocorra gastos a mais do que o aprovado, aí sim o Conselho estará lá para pedir vistas das contas".

José Rocha comenta: "Era preciso que o orçamento fosse melhor debatido. Para negar as vistas, o Conselho Diretor alegou que um atraso na aprovação  inviabilizaria as contratações (o Vitória ainda não fez nenhuma para 2016). Foi por isso que alguns conselheiros aprovaram o orçamento do jeito que estava".

Esta é uma sequência da briga que rachou politicamente o Vitória. O ponto principal em disputa é o novo estatuto. Corre na Justiça um processo que discute a validade da Assembleia Geral Extraordinária de sócios, que reformou o regimento rubro-negro, permitindo eleições diretas para presidente.

A assembleia foi convocada por José Rocha, que, segundo o grupo de situação, teria alterado a comissão original de reforma do estatuto sem o consentimento do Conselho Deliberativo e não teria passado o novo texto pelo crivo do órgão. O grupo liderado por Raimundo Viana afirma ser favorável às eleições diretas, mas pede que uma série de outros pontos sejam discutidos no estatuto e que sua aprovação "passe pelo rito correto".

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