Yuri assume 'responsa' e confirma força da base rubro-negra

O Vitória chegou a ter 2,6% de chance de acesso para a segunda fase da Série C, mas, contra todas as possibilidades, avançou entre os oito melhores, e uma posição à frente da que precisava. Na rodada final, o jovem Yuri Sena, cria da base rubro-negra, assumiu a missão de proteger a meta do time e foi bem. Ao último apito do jogo, lá estava o Leão classificado no que o arqueiro considerou como “jogo mais importante da vida” dele. Após entrar em um momento complicado, o goleiro virou um símbolo da força da base, mas ele é um entre tantos outros jogadores formados no clube que vem ajudando na campanha do time na Série C.

O triunfo era o único contexto possível para não depender de outros resultados, e o 3 a 1 foi o suficiente para fazer o Barradão explodir em festa. “Foi uma sensação de dever cumprido. Eu ajoelhei para agradecer a Deus pela classificação”, afirmou Yuri Sena em entrevista coletiva. “Sem dúvida, o jogo mais importante da minha vida foi aqui, no sábado”, comentou.

Com diferentes histórias, o arqueiro Yuri Sena é mais um dentre alguns jogadores, e até mesmo integrantes da comissão técnica, que deram gás à reação do time. De atletas mais experientes a um promissor treinador e uma mescla de uma equipe que justifica a fama de ‘Fábrica de Craques’ do clube, a Série C demonstrou a relevância de se utilizar bem a base em uma temporada em que a diretoria realizou mais de 30 contratações.

A começar pelo próprio gol, Lucas Arcanjo foi um dos atletas mais participativos do Vitória na Terceira Divisão. Tendo disputado os 13 primeiros jogos, o goleiro não foi vazado em seis oportunidades, mesmo em meio à grande instabilidade pela qual a equipe passava antes da chegada de João Burse. O arqueiro se machucou e passou a tocha para Dalton, que ainda teve tempo de ser suspenso e ver Yuri Sena brilhar no último sábado.

No meio de campo, Eduardo e Léo Gomes são figurinhas repetidas a cada escalação do time. O primeiro atuou em 15 partidas, já o segundo jogou em 14 oportunidades. Aos 22 anos, o meia Eduardo demonstrou consistência e técnica que já ficavam explícitas no Campeonato Baiano. Depois de tanta regularidade, a pouca experiência do jogador se tornou apenas um detalhe.

Já Léo Gomes assumiu a titularidade posteriormente, mas chegou para ficar. No esquema de Burse, ele foi essencial para as últimas rodadas do torneio, mas protagonizou uma história curiosa. Suspenso para o jogo contra o Brasil de Pelotas, o volante assistiu ao jogo no meio da galera na última rodada.

Mistura de sucesso

Foi difícil encontrar a zaga titular do Rubro-Negro baiano, porém o encaixe perfeito ocorreu na hora certa. Entre Rafael Ribeiro, Ewerton Páscoa e Danilo Cardoso, a dupla que ficou com a vaga foi composta por Alan Santos e Marco Antônio, o zagueiro artilheiro.

Depois de 13 anos, Alan Santos voltou ao Leão e reencontrou seu melhor futebol. Muito mais experiente, a cria da base se tornou capitão da equipe e guiou Marco Antônio na Série C. Em dado momento, a partir da estreia de João Burse, a dupla chegou a cinco jogos consecutivos tendo tomado somente um gol.

O fator comum que fez todos esses jogadores subirem de produção já é conhecido. João Burse assumiu o elenco em um momento instável e complicado na temporada, mas cumpriu a missão de classificar a Fábrica de Craques. Formado pelo clube, Burse já havia comandando o time profissional de forma interina em 2018, mas essa é, de longe, sua melhor passagem. Em oito partidas, o técnico passou pelo teste invicto e classificou a equipe para a segunda fase com muitos méritos.

Atletas da base do Leão na Série C

Lucas Arcanjo

Goleiro (24 anos)

10 gols sofridos em

13 jogos

Yuri Sena

Goleiro (21 anos)

1 gol sofrido em

1 jogo

Marco Antônio

Zagueiro (21 anos)

3 gols em 15 jogos