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JUSTIÇA

Ex-tenista Boris Becker é condenado a 2 anos e meio de prisão

Tribunal sentenciou o alemão por sonegar 2,5 milhões de libras esterlinas (R$ 15,4 milhões na cotação atual)

Por AFP

29/04/2022 - 17:05 h | Atualizada em 29/04/2022 - 21:55
Becker, de 54 anos, foi vencedor de seis torneios de Grand Slam
Becker, de 54 anos, foi vencedor de seis torneios de Grand Slam -

O ex-tenista alemão Boris Becker foi condenado nesta sexta-feira, 29, a dois anos e meio de prisão pela justiça britânica por quatro acusações ligadas a sua falência.

Becker, de 54 anos e vencedor de seis torneios de Grand Slam, foi declarado culpado de ter sonegado 2,5 milhões de libras esterlinas (R$ 15,4 milhões na cotação atual) para evitar o pagamento de suas dívidas.

Com falência declarada em 2017, o ex-tenista foi condenado por acusações que incluem subtração de bens, ocultação de patrimônio e ocultação de dívida.

Becker, que reside no Reino Unido desde 2012, foi considerado culpado no dia 8 de abril pela Southwark Crown Court de Londres de ter transferido ilegalmente centenas de milhares de euros e de libras esterlinas para não ter que arcar com suas dívidas depois de ter declarado falência.

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Durante o processo, a promotoria afirmou que ex-tenista recebeu 1,13 milhão de euros (R$ 5,8 milhões na cotação atual) pela venda de uma concessionária de automóveis Mercedes que possuía na Alemanha, dinheiro que transferiu para uma conta bancária profissional que utilizava como "cofrinho pessoal" para bancar compras de luxo e gastos com a educação de seus filhos.

“A condenação de Boris Becker mostra claramente que a ocultação de bens em meio a uma declaração de falência é uma infração grave, pela qual perseguimos aqueles que a cometem”, disse o diretor-geral da Insolvency Service, a agência governamental britânica encarregada de administras as falências.

Problemas judiciais no passado

Há 20 anos, Becker foi condenado na Alemanha a uma pena de dois anos de prisão, que foi suspensa, e aplicou uma multa de 500 mil euros por sonegação de impostos.

A juíza britânica Deborah Taylor repreendeu o ex-tenista por não ter aprendido com seus problemas judiciais do passado.

“Não mostrou nenhum arrependimento, nem aceitação de sua culpabilidade, e procurou se distanciar de suas infrações e sua falência”, afirmou Deborah.

Segundo seu advogado, Jonathan Laidlaw, Boris Becker “não poderá encontrar trabalho e terá que contar com a caridade de outras pessoas para sobreviver”.

O ex-tenista ainda foi absolvido de outras 20 acusações, incluindo as que se referiam ao desaparecimento de seus troféus. Durante a audiência, afirmou que não sabia onde estavam.

No julgamento, Becker disse que ainda tinha em sua posse “muitas” de suas recompensas esportivas, mas que algumas tinham sumido.

Ele já vendeu em leilões uma parte de seus troféus por 700 mil libras.

Segundo explicou o próprio ex-tenista, a falência e a forma como a imprensa tratou o tema prejudicaram a “marca Becker”.

No passado, ele teve problemas com a justiça espanhola por dívidas referentes às obras em sua casa em Mallorca e também com a justiça suíça, por não ter pagado o pastor que celebrou seu casamento em 2009.

Ídolo do tênis alemão que caiu do pedestal

Campeão de Wimbledon aos 17 anos, Boris Becker foi um dos melhores jogadores de sua geração, antes que suas dívidas e diversas polêmicas o levassem aos tribunais depois de sua aposentadoria do tênis.

A condenação a dois anos e meio de prisão nesta sexta-feira por um tribunal de Londres por sua falência fraudulenta não foi a primeira de Becker. Em 2002, ele foi condenado a uma pena de dois anos e multa de 500 mil euros depois de um longo imbróglio com o fisco alemão, que o acusou de ter se declarado residente monegasco quando sua residência efetiva era em Munique.

Em 2017, um tribunal de Londres o declarou em falência depois de vários de seus negócios em diversos setores não terem ido bem (moda, venda de automóveis...), o que o obrigou a leiloar alguns de seus troféus para pagar uma dívida estimada em 59 milhões de euros.

Nas quadras, o alemão, que conquistou seis títulos de Grand Slam (três vezes em Wimbledon, duas vezes no Aberto da Austrália e uma vez o US Open), dava a impressão de ter uma grande confiança em si mesmo. Mas na realidade, era um homem frágil que sempre sofreu com o peso da fama.

"Adeus, liberdade! A pressão se tornou desumana". Foi assim que ele resumiu em sua autobiografia seu estado de espírito após o primeiro título em Wimbledon, em 1985.

Primeiro alemão a vencer um Grand Slam, Becker se tornou rapidamente uma superestrela em seu país. Suas aventuras amorosas, as relações conturbadas com seus treinadores: toda a sua vida passou a ser invadida e comentada na mídia.

Vício em remédios

Assediado por chantagistas, inundado de cartas, algumas ameaçadoras, perseguido pelos paparazzi, Becker teve que passar a usar a proteção de guarda-costas até para fazer compras ou para acompanhar os jogos de seu time do coração, o Bayern de Munique.

Idolatrado um dia e desprezado uma semana depois em função de seus resultados. "A ausência de piedade, a intransigência e a intolerância que eu tive que enfrentar me afetaram. Comecei a construir um muro ao meu redor, foi assim que sobrevivi", explicou.

Para lutar contra o estresse, recorreu aos remédios para dormir (frequentemente consumidos com cerveja ou uísque), dos quais se tornou dependente.

Aos 23 anos, Becker chegou a tomar a decisão de se aposentar depois da final de Wimbledon em 1991, somente em caso de vitória, "porque já tinha tido o bastante de uma existência na qual tudo o que fazia era acertar uma bola". Mas ele perdeu para seu compatriota Michael Stich.

Seu histórico é brilhante, mas inferior ao esperado por seu talento. Além dos seis títulos de Grand Slam, ele ganhou outros 43 torneios (entre eles três Masters), foi número um do mundo, campeão olímpico nas duplas ao lado de Stich em 1992 e deu à Alemanha suas duas primeiras Copas Davis. Para Ion Tiriac, seu primeiro mentor, Becker "deveria ter ganhado três vezes mais".

Aposentadoria nada tranquila

O alemão poderia se apresentar como um trator que destruía o adversário com apenas duas trocas de bola: "Boom Boom", como era apelidado. Seu saque era sua melhor arma junto com seu jogo na rede.

Wimbledon era seu quintal, onde disputou sete finais, três delas seguidas contra um de seus maiores rivais, o sueco Stefan Edberg, com uma vitória e duas derrotas. Também foi lendária rivalidade com o tcheco Ivan Lendl, a quem derrotou em três finais (em Wimbledon, Aberto da Austrália e US Open).

Ao término de sua carreira, em 1999, comprou uma casa em Londres, onde se estabeleceu para viver uma aposentadoria que foi tudo, menos tranquila, entre relacionamentos turbulentos, problemas com o fisco e investimentos fracassados.

Em 2000, se divorciou de sua primeira esposa, Barbara, que o acusou de tê-la traído quando estava grávida. A separação custou a Becker US$ 25 milhões, sua propriedade em Miami e a guarda de seus dois primeiros filhos.

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Tags:

Boris Becker, tenis, justiça, esporte

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