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Garoto do subúrbio de Salvador é a nova promessa do jiu-jitsu na Bahia

Henry Tererê tem apenas 10 anos e contabiliza 16 títulos em cerca de dois anos

Publicado terça-feira, 26 de março de 2024 às 11:54 h | Autor: Da Redação
Henry posa com medalhas conquistadas
Henry posa com medalhas conquistadas -

Salvador recebeu, neste domingo, 24, uma etapa do Bad Boy Internacional de Jiu-Jitsu. O torneio serviu de preparação para o jovem Henry Maxi Vilas Boas, de apenas 10 anos. O garoto, que cursa o 5° ano na Escola Municipal Ivone Vieira Lima, em Plataforma, iniciou sua carreira no jiu-jitsu há dois anos.

Com o pseudônimo de Henry Tererê, a lista de conquistas acumuladas pelo pequeno nesse período é de dar inveja: ele contabiliza 16 títulos. Dentre as premiações, ele é campeão Norte/Nordeste 2021, bicampeão baiano 2022/2020, campeão da Copa do Brasil 2022, além de ser vice–campeão mundial 2021/2022. O título mais recente nessa conta é o de vencedor do Campeonato Bahia BJJ Pro, realizado aqui em Salvador, no último dia 17 de março.

Henry agora vai lutar no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu, que será realizado em São Paulo, nos dias 23 e 24 de junho. Com técnica e muito preparo adquirido nos treinos realizados três vezes por semana, o garoto mira no campeonato mais desafiador para sua carreira. Nesta e nas demais competições, Tererê disputa na categoria de 10/11 anos e peso até 37 quilos.

“Estou vivendo meu sonho. Eu amo o jiu-jitsu. Eu pretendo ainda ganhar muitos títulos para um dia ser treinador. Eu brinco muito de luta com meu irmão Jordan, de dois anos, e quando ele crescer, quero que ele aprenda comigo”, contou Henry.

Disciplinado tanto nos estudos quanto no esporte, Henry tem se dedicado muito para desenvolver suas técnicas no tatame. Ele exibe com bravura a faixa amarela que simboliza o progresso no jiu-jitsu.

“É sempre muito bom trazer medalhas para casa, e eu quero conquistar o título brasileiro e seguir com o meu sonho. Estou ansioso para participar do campeonato. Na escola meus colegas me dão apoio, falam das competições que eu participo. Já mostrei até medalhas. É muito bom poder estudar e lutar”, declarou.

A mãe do pequeno, Sisleusa Vilas Boas, afirmou que o coração anda em festa pela trajetória do filho. “A gente nunca imaginou ter um filho atleta. Colocamos ele no jiu-jitsu para ele ocupar a mente, não ficar na rua, aprender a se defender. Mas, desde que ele disputou o primeiro campeonato, foi uma emoção tremenda, e aí não parou mais. A gente sempre dá apoio para que ele consiga todos os objetivos dele”, disse.

Henry ao lado dos pais
Henry ao lado dos pais |  Foto: Jefferson Peixoto | SECOM PMS

Orgulhoso da dedicação do filho, o pai Jusseni Silva Costa contou que a inserção do menino no esporte trouxe vários benefícios, dentre eles, a aproximação familiar. “Com seis meses de academia ele disputou o primeiro campeonato e se destacou. O professor gostou muito da postura do Henry e a adrenalina do campeonato nos motivou. Hoje, os coleguinhas que antes brigavam com ele, pedem para que ensine alguns golpes. Ele sabe que não pode, para não machucar, mas é legal. Então para a gente tem sido maravilhoso, até porque na família não tem ninguém que pratique esporte. E, quando tem campeonato, é sempre muita emoção”, afirmou.

Henry participa da Escola de Luta Matheus Torquato, também em Plataforma, e que ensina práticas esportivas para 200 alunos. O treinador do atleta, Matheus Torquato, destaca que o menino tem um futuro promissor na modalidade.

“O Henry é muito talentoso e com objetivo, porque ele sabe o que quer. Com o apoio da família, ele está conseguindo o espaço dele dentro do esporte. Usamos aqui o esporte como ferramenta de inclusão social, não só para criar atletas, mas cidadãos também dentro e fora do tatame. Está sendo incrível essa correria para que ele vá para o brasileiro, que para mim é o campeonato que tem o nível mais alto, até mesmo maior que o mundial. A meta é ver a experiência que ele terá”, concluiu.

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