ESPORTES
Hamilton comemora condenação de Piquet por racismo e homofobia
Ex-piloto vai ter que pagar R$ 5 milhões para entidades de promoção da igualdade
Por Da Redação
O piloto Lewis Hamilton reagiu a condenação do tricampeão da F1 Nelson Piquet, que terá que pagar R$ 5 milhões para entidades de promoção da igualdade racial e combate á LGBTQIA+fobia. O brasileiro protagonizou falas racistas e homofóbicas sobre o heptacampeão.
"Logo que isso aconteceu, eu comentei sobre isso e ainda acredito que não devemos dar atenção para essas pessoas cheias de ódio. Mas eu gostaria de reconhecer o que o governo do Brasil fez, é impressionante que tenham responsabilizado alguém e mostrado às pessoas que isso não é tolerado. Racismo e homofobia não são aceitáveis, não há lugar para isso em nossa sociedade. Por isso, amo que tenham mostrado que eles se posicionam", disse Hamilton.
Piquet apresentou as falas preconceituosas em uma entrevista realizada em 2021. As colocações viralizaram na internet em junho do ano passado. O ex-piloto chamou o heptacampeão de "neguinho" em duas oportunidades.
"O 'neguinho' meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, 'aqui eu arranco ele de qualquer maneira'. O 'neguinho' deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem", afirmou o brasileiro em entrevista.
Como resposta, Hamilton pediu uma mudança de mentalidade das pessoas e um combate efetivo ao racismo por parte da F1.
Em outro momento do vídeo, Nelson Piquet aparece tendo declarações homofóbicas, sugerindo que Hamilton foi derrotado por Nico Rosberg em 2016 por "estar dando mais c...".
Piquet foi processado por entidades de promoção da diversidade racial e da comunidade LGBTQIA+ e a ação foi acatada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DTF). No início de março, o órgão se manifestou pela condenação do ex-piloto.
Declaração do juiz Pedro Matos de Arruda
"Esta ofensa é intolerável. Mais ainda quando se considera a projeção que é dada quando é uma pessoa tão reconhecida e tão admirada como o réu. Assim, tenho que o dano moral coletivo está caracterizado, porque houve ofensa grave aos valores fundamentais da sociedade. Desta forma, considerando que o réu se propôs a pagar mais de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para ajudar na campanha eleitoral de um candidato à presidência da república (Jair Bolsonaro), objetivando certamente a melhoria do país segundo as suas ideologias, nada mais justo que fixar a quantia de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) – que é o valor mínimo de sua renda bruta anual – para auxiliar o país a se desenvolver como nação e para estimular a mais rápida expurgação de atos discriminatórios".
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