ESPORTES
Histórico do Ba-Vi em finais do Baianão aponta para vantagem preciosa
Ir para a decisão do campeonato por um empate é trunfo
Por Daniel Farias
Cada Ba-Vi tem a sua história particular. Fase dos times, entrosamento, sintonia com as torcidas, mando de campo, entre outros fatos que influenciam no enredo do clássico. No caso do Campeonato Baiano, a disputa carrega uma trajetória de momentos inesquecíveis para ambos os lados, sobretudo nas decisões, épicas, com personagens emblemáticos e reviravoltas.
Mais uma vez, o duelo entre Bahia e Vitória na final da competição estadual está acontecendo e mobilizando os torcedores dos principais clubes do futebol baiano. Trata-se de um confronto especial, uma vez que marca o retorno do clássico após o Rubro-Negro viver anos difíceis e árduos, tanto de rebaixamentos e recuperações memoráveis, em que ficou de fora do mata-mata. O último Ba-Vi na final do Baianão havia ocorrido em 2018, com a conquista do Tricolor.
O Leão retornou e com força na batalha. Venceu a primeira, no Barradão, em uma virada que ficará na história dos clássicos. Após começar perdendo por 2 a 0, conseguiu empatar e virar nos acréscimos em uma partida acirrada diante da sua torcida. Para o Esquadrão de Aço, a derrota foi amarga, mas a história do confronto mostra que reverter o placar em um mata-mata de dois jogos contra o seu principal adversário já ocorreu em outros ocasiões.
Força do empate
Ao longo do tempo, a tendência das finais de Campeonato Baiano é que o time que consegue a vantagem do empate se consolida como campeão no segundo jogo e levanta a taça. Em 24 finais, cada um venceu doze. As finais em dois jogos se tornaram obrigatórias a partir de 1999, ano em que o título acabou sendo dividido (o que tornaria o número total de finais 25). Em todos os casos, chegar na frente para o desenlace foi decisivo.
Porém, em uma avaliação mais profunda dos clássicos Ba-Vi em confrontos em duas etapas, a história se mostra um tanto diferente. Apenas em disputas iniciadas na Toca do Leão, seis no total, o Bahia perdeu quatro na partida de ida, mas duas vezes conseguiu recuperar o placar. Em 2020, na final do 2º turno do estadual, perdeu de 2 a 1 no Barradão e aplicou um 3 a 0 em casa. Mais recente, pela Copa do Nordeste, em 2017, reverteu o mesmo placar ganhando por 2 a 0 na Fonte Nova.
O Colossal, por sua vez, tem ampla vantagem nos confrontos em ida e volta. Das 11 vezes que os dois times se enfrentaram na final do Campeonato Baiano com esse formato, o Rubro-Negro superou o Tricolor oito vezes, o que revela o retrato da hegemonia nos últimos 25 anos. No quadro mais amplo das disputas, o número de títulos do Esquadrão de Aço é muito superior, com 50 títulos contra 29 do seu rival.
Alento
Se, na frieza dos números, o Tricolor olhar apenas para o histórico no estadual, a missão fica complicada. Já, se considerar a possibilidade de vencer por dois gols de diferença, em casa, em um confronto de mata-mata, o precedente existe e pode ser considerado uma fonte de ânimo para o time que encontrará uma Fonte Nova lotada no próximo domingo.
Contudo, o clássico envolve elementos que não se explicam somente pelo percursos dos times em suas trajetórias de existência, tampouco pelo resultado inicial, diferenças de qualidade técnica, diferenças de orçamento. Há dimensões de envolvimento, concentração, garra, paixão, força da torcida, que escapam às estatísticas.
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