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22/06/2024 às 9:00 - há XX semanas | Autor: Luiz Teles

ENTREVISTA

“Hoje eu remo feliz, não é mais obrigação”, diz Isaquias Queiroz

Confira a entrevista com o canoísta medalha de ouro em Tóquio-2020

Imagem ilustrativa da imagem “Hoje eu remo feliz, não é mais obrigação”, diz Isaquias Queiroz
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O fenômeno ubaitabense Isaquias Queiroz dos Santos chegará em Paris-2024 cercado de muita expectativa. Dono de quatro medalhas olímpicas e atual campeão dos Jogos na categoria C1-1000m da canoagem de velocidade, ele vive a expectativa de poder se tornar o maior medalhista brasileiro vivo, caso conquiste duas medalhas na França.

Após um ciclo olímpico curto, atípico e conturbado, Isaquias, aos 30 anos, chega na Olimpíada como um atleta e pessoa mais madura. Nessa conversa exclusiva com o A TARDE, no evento de apresentação do Time Petrobras para os Jogos, ele falou de sua preparação, suas ambições e do orgulho que tem de levar a Bahia para o mundo.

A pouco mais de um mês para o início da Olimpíada, como está a confiança e o coração de Isaquias Queiroz?

Estou leve e tranquilo. Ainda faltam alguns dias e vou executar treinamentos para ganhar mais confiança e chegar lá mais firme na remada, mental e tecnicamente. Sempre fui um cara animado, ‘de boa’ e sei lidar com a pressão. Conheço todos os meus adversários, nenhum esconde nada. Sei o que tenho que fazer para chegar lá e dar o meu máximo.

Você chegará em Paris com duas pressões extras: a de defender o ouro olímpico de Tóquio e a da expectativa de se tornar o atleta brasileiro com mais medalhas em Jogos Olímpicos, passando as cinco de Robert Scheidt. Como tem lidado com isso?

Eu me sinto leve, de verdade. Gosto de ter esse desafio, mas o Lauro [Lauro Jr., o ‘Pinda’, treinador da seleção de canoagem de velocidade] sempre conversou comigo sobre essa questão, reforçando que não preciso ficar com a carga nos ombros, de ganhar medalhas. Lógico que nós, atletas, sempre queremos mais. Então faço um equilíbrio das coisas. Uso como motivação, como uma ambição positiva. Não rola pressão, não. Até porque acho que a Rebeca [Andrade, da Ginástica Artística] pode até me superar, né? Ela vai ter cinco provas na Olimpíada. Mas vou focar no meu, na execução do meu trabalho

Você viveu um ciclo olímpico bem atípico. Ciclo que já foi curto por Tóquio ter sido em 2021. Teve praticamente um ano sabático e um período de treinamentos em Ilhéus, sem a seleção e seu treinador. Contudo, de 2023 para cá, retomou a rotina e até sofreu uma mudança de preparação, emagrecendo e melhorando seus resultados. Como avalia essas mudanças e essa preparação?

Estou muito tranquilo. Muita gente não entende que nós atletas precisamos dar uma descansada. Até o Lauro conversou comigo: 'Isaquias, eu sinto que errei, que tinha que ter te dado um descanso a mais, você vem de muitos anos se dedicando ao esporte'. É isso. Desde 2009, quando saí de casa, aos 15 anos, eu vinha de 15 temporadas na seleção, de títulos, de mundiais... então tinha uma hora que eu tinha que dar uma sossegada. Foi bom pra mim, pro meu corpo, pra minha mente. Pude curtir minha família, meus filhos [no período, houve o nascimento do segundo filho, Luigi. Isaquias também é pai de Sebastian, de 7 anos]. Foi um ano que eu pude sentir o que é ser o Isaquias Queiroz. Não ser o Isaquias Queiroz da canoagem, mas quem eu sou fora do esporte, e que me faz ser bom nele também. Graças a Deus pude descansar bastante, voltar com toda energia. Até o Lauro falou: 'Você voltou com outro pensamento, outra força de vontade, um outro cara'. Por isso a gente está treinando bastante.

Você já havia chegado a dizer em entrevistas que talvez não fosse a Paris e que, se fosse seria seu último ciclo olímpico. Agora, já mira Los Angeles 2028 como ponto de encerramento de sua carreira. Como isso aconteceu?

Como disse, vinha na seleção desde 2009. Me privei de muita coisa. Vivo muito o esporte. Minha vida é 100% no esporte olímpico. Acordo, treino, volto para casa e almoço, durmo e treino novamente à tarde. Quando é descanso, prefiro dormir. Finais de semana, eu gostaria muito de ir ao barzinho, mas preciso dormir para aguentar a semana de treinamento. Eu não estava aguentando mais isso, porque sentia como uma obrigação. No meu período de descanso, sinto que amadureci muito como atleta e pessoa. Pude conversar com minha família e perceber que mesmo com todo sacrifício, sou feliz fazendo o que faço e posso melhorar minha rotina de treinos, ficando perto da minha família. Comprei agora uma casa em Lagoa Santa (MG), para ter todos por perto sempre e poder terminar meu dia de trabalho junto a eles. Isso é especial para mim. Hoje eu remo feliz, não é mais obrigação. Acredito que poderei aproveitar a vida social depois dos Jogos de Los Angeles-2028. Tinha receio também de me aposentar e ter aquele pensamento de que poderia fazer algo a mais. Quero executar o meu trabalho no esporte olímpico sem essa vontade e, quando me aposentar, não ter a saudade de fazer canoagem.

E como é carregar a Bahia e Ubaitaba para onde você vai? Como é essa seleção brasileira de canoagem que tem, na canoa, 100% de representatividade de baianos, no masculino e no feminino?

Não é? É bom ver a Bahia se destacando na canoagem de velocidade. Muita gente pergunta ‘como é que você conheceu a canoa’? Na Bahia, lá no Sul, a canoagem tem muito destaque. Ubaitaba, Itacaré, Ubatã... Sempre teve muito reconhecimento. E não é de agora. Foi de lá que veio o Jefferson Lacerda, que foi um dos primeiros atletas a representar o Brasil na canoagem em olimpíadas. Tenho certeza de que a gente vai formar ainda mais campeões olímpicos, não só eu.

Por fim, mande um recado aos baianos e faça sua convocação para a torcida em Paris...

Ah, é sempre bom poder contar com a com o carinho da torcida brasileira, principalmente o carinho da torcida baiana. Eu tenho muito orgulho de ser baiano, galera, e quase briguei várias vezes quando o pessoal falava mal da Bahia (risos). Eu fico feliz de poder chegar na Olimpíada, no mundial e representar bem a minha, a minha Bahia, o meu Nordeste e o meu Brasil. Nunca uma Olimpíada é fácil. É sempre é difícil, mas com a torcida de vocês, com o carinho, as mensagens de apoio, é um grande incentivo. Em Tóquio, eu recebi muitas mensagens da Bahia, do Brasil inteiro. Aquilo me ajudou bastante, me motivou para poder ir em busca da medalha de ouro. Espero que essa energia se repita em Paris.

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