Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > ESPORTES
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

ESPORTES

Incerteza aumenta dor de vítimas

Por Diana Gomes, do A Tarde

29/11/2007 - 23:40 h

Cinco dias após a tragédia da Fonte Nova, CBF, Esporte Clube Bahia e Sudesb não assumiram responsabilidades. Enquanto o jogo de empurra se mantém, as vítimas do acidente passam por dificuldades durante a recuperação. Germano de Andrade e Fábio Jorge dos Santos são exemplos de torcedores que ainda não tiveram direito à indenização.

As vítimas que não se enquadram entre os beneficiários do seguro contratado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), restrito para óbitos e invalidez, podem recorrer na Justiça. A medida é válida para quem sofreu ferimentos, seja pela queda da arquibancada ou em decorrência do tumulto causado pela invasão de campo no Estádio da Fonte Nova, na noite do último domingo.

Tudo sobre Esportes em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

Freqüentador assíduo da Fonte Nova, Germano, 27 anos, é um dos sobreviventes da queda de parte da arquibancada que vitimou sete torcedores. Depois de ficar internado por quatro dias no Hospital Geral do Estado (HGE), o torcedor recebeu alta nesta quinta.

Em uma casa de poucos cômodos em Narandiba, a mãe do rapaz, Maria Lúcia Andrade, precisa se desdobrar para dar conforto ao filho recém-chegado do hospital, que sente dificuldades para falar e não lembra do acidente. Com fortes dores na cabeça, devido à pancada que resultou em traumatismo craniano, Germano alterna o repouso recomendado pelo médico, entre o sofá de casa e uma cama de casal.

A rotina da família foi alterada: a cama costumava servir aos três irmãos do torcedor, enquanto ele dormia em um colchão no chão, no mesmo local. Os gastos com remédios e deslocamento têm comprometido a renda da família. As irmãs da vítima estão encaixando as recentes despesas dentro de um apertado orçamento doméstico.

Trabalhando como vendedora de roupas, Lília de Andrade Manqueiro, é a principal responsável pelo sustento da mãe e quatro irmãos. Ela fatura, por mês, R$ 280. Por isso, os quase R$ 50 gastos, nesta quinta, com remédios e transporte, vão fazer muita falta à família. Uma outra irmã complementa a renda com mais R$ 150. Germano está desempregado.

Dores – Apesar de ter recebido alta, Germano sente fortes dores na cabeça e tem deixado a família preocupada. Nesta quinta, enquanto conversava com a reportagem, passou mal e precisou levantar para vomitar. “Isso acontece sempre, desde que estava no hospital”, contou Maria Lúcia.

O irmão da vítima, Gilberto Andrade, discorda da alta recebida do HGE. “Eles fizeram apenas uma tomografia e nem realizaram um eletro”, disse ele, sobre o eletroencefalograma, exame que pode detectar problemas neurológicos.

Gilberto afirmou que pretende entrar com um processo contra os responsáveis pelo jogo, pedindo ressarcimento das despesas. “Meu irmão gastava o dinheiro todo com o Bahia. Quando não tinha, pedia emprestado”, lembrou.

Perna – Ainda internado no Hospital Jorge Valente, Fábio Jorge dos Santos, 23 anos, se recupera de uma cirurgia realizada na quarta-feira para a colocação de uma placa abaixo do joelho. Ele comemorava a classificação do Bahia para a Série B, apoiado no muro próximo ao gramado, quando foi surpreendido pelo tumulto que se formou minutos antes do término da partida. De costas para a multidão, foi empurrado, caiu no fosso e fraturou a perna direita. Sem previsão de alta, Fábio sabe apenas que ficará cinco meses de molho até voltar ao trabalho.

O plano de saúde é garantido pelo emprego como office-boy em uma empresa de equipamentos hospitalares. A preocupação agora é com despesas adicionais.

O pai do torcedor, que trabalha como porteiro à noite, promete entrar com um processo contra a Sudesb para ressarcir, inclusive, a camisa que Fábio usava no dia do jogo. Mesmo com a perna quebrada, ele foi saqueado e perdeu, além da camisa, bandeira, boné e R$ 65. Depois do susto, resta apenas uma certeza. “Nunca mais quero assistir a um jogo do Bahia no estádio”, disse o traumatizado torcedor.

Como reivindicar direitos: aAs opções são a Justiça comum e o Juizado de Pequenas Causas

Documentação | Para fazer abertura de processo, é preciso reunir maior número de provas possíveis, como ingressos, laudo médicos, notas fiscais e testemunhas

Advogado | Para abertura de processo no Juizado de Pequenas Causas, não é necessário advogado para indenizações de até 20 salários mínimos. De 20 a 40 salários mínimos, é solicitado advogado. O serviço pode ser gratuito, através da Defensoria Pública

Justiça comum | Indenizações acima de 40 salários mínimos vão para o fórum da Vara de Defesa do Consumidor da Justiça comum

Horário | O Juizado de Pequenas Causas do Iguatemi funciona de 8 às 21h30, para abertura de processos. Os agendamentos para indenizações até 20 salários são feitos para abril/2008. Acima desse valor, o advogado é quem fará a abertura de processo

Contato | Mais informações e esclarecimentos de dúvidas, pelos telefones 3367-9107, 3328-3131 e 3320-2755 - Juizado de Pequenas Causas e o especialista em direito desportivo Eduardo Carlezzo

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Assista lances de Kauê Furquim, a joia que o Bahia 'roubou' do Corinthians

Play

Vídeo: tiros interrompem jogo do Mundial Sub-20 de Polo Aquático em Salvador

Play

Salatiel: de carrasco a esperança do América-RN na Série D 2025

Play

Ex-jogador do Santos dá voadora em suposto ladrão; assista vídeo

x