ESPORTES
Mesmo com conquista do estadual, Atlético ainda vive dificuldades, mas mira um 2021 grandioso
Por Nuno Krause*
A taça do Campeonato Baiano pintou como um sonho, e o Carcará foi atrás com tudo. Caçou, matou, comeu e comemorou o título estadual pela primeira vez em sua história, após um ano repleto de dificuldades, causadas principalmente pela pandemia do novo coronavírus. Em 2021, porém, a história promete ser outra. Diante de uma série de desafios, o Atlético de Alagoinhas pretende fazer deste ano mais um passo rumo ao futuro.
Além de enfrentar novamente a Série D, o clube também terá de se preparar para a fase de grupos da Copa do Nordeste de 2022, da qual participará pela primeira vez na história. Porém, o planejamento já começa com uma possível reformulação do elenco. Afinal, a conquista do Baianão deu grande visibilidade aos atletas.
“É natural. Não seguro jogador. Acho que eles têm que sair, fazer a vida financeira. Esse é o momento, não vão ter outra oportunidade. E a gente espera que eles tenham uma boa sequência. Eu fico feliz. É sinal que demos uma contribuição para a carreira deste atleta”, pondera o técnico Sérgio Araújo, que, a princípio, deve seguir no comando do time campeão.
Um dos atletas sondados já durante a decisão baiana foi Ronan. O artilheiro do estadual, com cinco gols - marcou três só na final -, foi o principal destaque do Carcará. Porém, o presidente Albino Leite garante que, até o momento, não houve nenhuma proposta concreta pelo atacante.
“O clube precisa negociar um ou dois jogadores, até para ter equilíbrio financeiro. E também ver um lugar que seja bom para o atleta. Ronan pode até ter sido sondado, mas ainda não chegou nada de concreto”, afirmou, ontem, em entrevista ao A TARDE.
“Estamos correndo atrás para pagar dívidas do Campeonato Baiano, tentando arrumar patrocinadores para a Série D. Dia 6 de junho já temos que ir para Arapiraca, fazer nossa estreia contra o ASA. É uma correria”, alertou Albino.
A meta é subir!
No ano passado, o Atlético de Alagoinhas fez uma campanha além do esperado na Quarta Divisão. Passou à segunda fase, onde foi eliminado para o Goiânia, após empatar em 1 a 1, em casa, e perder por 3 a 2, fora. Dessa vez, o Carcará está alocado no Grupo 4, junto com ASA, Bahia de Feira, Itabaiana, Juazeirense, Murici, Retrô e Sergipe.
Ao todo, são outros dois baianos no grupo, Bahia de Feira e Juazeirense, contra quem o Atlético já jogou pelo menos três vezes nesta temporada. Afinal, passou pelo Cancão na semifinal do Baianão e bateu o Tremendão na final. Para o técnico Sérgio Araújo, essa combinação pode ser prejudicial.
“O ideal é que pudéssemos ter adversários mais fora desse contexto. Até porque os caras conhecem a gente. A Juazeirense, o Bahia de Feira. Eles vêm preparados para qualquer tipo de situação. Quando você joga com uma equipe que não conhece a nossa, o imponderável acontece com certa frequência”, avalia.
Segundo Albino Leite, as possibilidades de subir de divisão dependerão de uma parceria que o clube pode firmar amanhã com um outro clube de futebol. Sem querer especificar qual, o gestor afirmou que “ou ter oxigênio, local para treinamento, e as coisas podem melhorar para a Série D. Se fechar a parceria com um clube de futebol na Bahia, vamos brigar para subir. Quero iniciar a Série D já com essa parceria”.
Na tática e na sorte
Uma das possíveis estratégias que o Carcará pode seguir para fazer uma boa Quarta Divisão é a que o levou ao título do Baianão. O técnico Sérgio Araújo, que chegou “no meio do caminho”, após a demissão de Estevam Soares, reforçou que o ajuste do sistema defensivo foi o principal trunfo de sua equipe.
“Procuramos ajustar bem a última linha. Estabelecer um posicionamento tático, porque o time jogava muito aberto, distante. Também melhoramos a compactação, pois existia um hiato entre as linhas, entre a primeira e a última. Trabalhamos em cima de um jogo posicional, e procuramos atacar os espaços do adversário, desorganizar mais o adversário. Somos uma equipe técnica, que tem um bom trabalho de saída e de transição”, revelou o comandante.
Para Albino, também vale a superação. “Ninguém é campeão sem um fator fundamental: sorte. Isso tinha acontecido em alguns jogos lá atrás. Isso começa a adentrar a nossa essência de filosofia”, afirma.
*Sob supervisão do editor interino Rafael Tiago Nunes
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