ÚLTIMO ADEUS
Multidão se despede de Freddy Rincón em estádio de Cali
Ex-jogador colombiano morreu na última quarta-feira, aos 55 anos, após um acidente de carro
Por AFP
Centenas de pessoas compareceram neste sábado ao estádio Pascual Guerrero, em Cali, para se despedir da lenda do futebol colombiano Freddy Rincón, que morreu na quarta-feira aos 55 anos após um acidente de trânsito.
A cidade onde Rincón captou a atenção dos caçadores de talentos estrangeiros no início dos anos 1990 abriu as portas de seu estádio para que torcedores, dirigentes e ídolos do futebol colombiano prestassem uma última homenagem ao ex-jogador de Palmeiras, Corinthians, Real Madrid, Napoli e do América de Cali.
"Se choramos, choramos por sentimento, admiração e carinho... Freddy é um exemplo de vida para este país", disse com a voz embargada o ex-técnico da seleção colombiana Jorge Luis Pinto, que em 1986 levou Rincón à primeira divisão do futebol colombiano com o time da capital, o Santa Fé.
Diante de Pinto, uma multidão de torcedores se emocionava vestindo camisas do América e da seleção colombiana, com a qual o falecido meio-campista disputou três Copas do Mundo (Itália-1990, Estados Unidos-1994 e França-1998).
Faustino Asprilla, René Higuita, Óscar Córdoba, o treinador Francisco Maturana e outros ídolos dessa geração de ouro do futebol colombiano acompanharam Freddy Steven e Sebastián, filhos de 'El Coloso', numa plataforma atrás de um dos gols.
Uma missa católica deu início à cerimônia, com músicas da região da costa pacífica colombiana, onde Rincón nasceu em um lar pobre.
O meia entrou para a história da Colômbia na Copa do Mundo de 1990, quando marcou o gol de empate por 1 a 1 contra a Alemanha - que mais tarde se sagraria campeã mundial - com o qual os colombianos avançaram pela primeira vez para as oitavas de final do maior torneio de futebol mundial.
Na madrugada da segunda-feira, Rincón se envolveu em uma violenta colisão com um ônibus que deixou cinco feridos, sendo o mais grave deles o ex-jogador, que sofreu "grave traumatismo craniano".
Ele morreu na noite de quarta-feira em uma Unidade de Trat
amento Intensivo em Cali. Na sexta-feira houve uma despedida com uma caravana na cidade portuária de Buenaventura, onde nasceu.
Luto mundial
'El Coloso' também conquistou um lugar especial no coração dos corintianos, onde foi capitão e ergueu a primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa em 2000, disputada em São Paulo e no Rio de Janeiro, antes de pendurar as chuteiras em 2004.
As condolências também vieram de Nápoles, onde jogou 38 jogos e marcou 7 gols na temporada 1994-1995, sua primeira na Europa.
Sua atuação na defesa e no ataque o levou ao Real Madrid, mas ele fez acusações de "racismo" durante sua única temporada na 'casa blanca'.
Após sua aposentadoria, ficou preso no Brasil durante quatro meses e meio em 2007 a pedido do Panamá, que o estava investigando por lavagem de dinheiro do narcotráfico. Antes de ser absolvido em 2016, ele sobreviveu a um primeiro acidente de trânsito em 2013, no qual sofreu múltiplas fraturas e um ferimento na cabeça.
Um dos ocupantes do carro no acidente fatal de segunda-feira disse às autoridades que Rincón estava ao volante no momento do acidente. A família do ex-jogador nega esta versão.
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