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29/06/2024 às 7:00 - há XX semanas | Autor: Luiz Teles

ENTREVISTA

“Na vida, o boxe foi a minha melhor escola”, diz Keno Marley

Confira a entrevista com o boxeador baiano

Imagem ilustrativa da imagem “Na vida, o boxe foi a  minha melhor escola”, diz Keno Marley
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Os holofotes baianos para Paris-2024 estão direcionados para os já medalhistas olímpicos Bia Ferreira, Isaquias Queiroz e Ana Marcela Cunha, mas se tem outro atleta local que precisa ficar no radar de todos é o boxeador Keno Marley, que na França disputará sua segunda Olimpíada.

Após o quinto lugar em Tóquio-2020, o atleta de Conceição do Almeida busca a medalha que por pouco não veio no Japão. Hoje, aos 23 anos, traz no currículo um vice-campeonato mundial, em 2021, além de duas pratas em Jogos Pan-Americanos, em 2019 e 2023, e o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018.

A TARDE bateu papo com Keno no último dia 13, no Rio de Janeiro, a convite do Time Petrobras. Na entrevista, ele falou sobre sua expectativa para Paris, a difícil caminhada no atual ciclo olímpico e da força e importância que o boxe e a Bahia têm em sua vida.

Você chegou muito perto da medalha em Tóquio, perdendo nas quartas de final uma luta bem apertada. De lá para cá, foi vice mundial e no Pan. Como você se vê para Paris?

As minhas expectativas são as melhores. Não somente pelos resultados nas competições, mas também por toda a preparação. Nesta reta final até a Olimpíada, ajustamos os treinos e vamos finalizar os trabalhos em busca de uma medalha, que é o que me faz estar aqui. Já fui medalhista mundial, sul-americano, pan-americano, e o que falta para mim é essa medalha olímpica. Tenho lutado contra os melhores do mundo. Três anos parece pouco tempo, mas fiz mais de 53 combates. Eu tenho certeza de que sou um novo Keno, com uma bagagem gigante, evoluído em questões físicas, táticas, técnicas e até psicológicas.

O ouro é sonho possível?

Eu sempre lutei para ser campeão. A luta em que fui vice-campeão mundial foi bem disputada. Perdi no detalhe. Tenho consciência de que o pódio é possível e seria maravilhoso, mas quero muito mais. Estou lutando pelo ouro. É muito pouco que falta. Uma linha tênue. No Pan-Americano de Santiago, lutei contra o atual campeão olímpico [o cubano Julio César La Cruz]. Apesar da prata, foi uma decisão dividida, e isso mostrou o quanto já estamos em nível de igualdade e que os árbitros já estão na dúvida de quem realmente foi o vencedor.

Em Tóquio, você lutou ainda na categoria meio pesado, até 81 kg. Nesse ciclo olímpico, subiu de peso e está agora entre os pesados (até 92 kg). Isso afetou muito sua preparação? Não é um risco?

Na minha carreira, tem sido natural mudar de categoria, pois sou jovem ainda e meu corpo mudou muito. Tenho apenas 23 anos e comecei com 11, quando eu tinha aproximadamente 40 kg. Então, por uma evolução natural, lutei em todas as categorias do boxe (risos). Inclusive, nessa agora, eu já tive conquistas importantes e consistentes. Em todos os principais eventos deste ciclo eu subi ao pódio. Não houve risco, foi algo natural e planejado, conversado com a comissão técnica.

Após Tóquio, você cogitou ir para o boxe profissional?

Meu foco todo, como atleta, meu sonho, é ter uma medalha olímpica. Posso te dizer que é uma tendência que eu dispute boxe profissional após a Olimpíada, mas é algo a ser analisado. No momento e desde o início do ciclo, tenho foco total na Olimpíada.

Em 2021, você sofreu dois grandes baques, o assassinato de seu irmão Jeremias e a morte prematura de seu primo Mário Você já declarou que precisou se tratar de transtorno pós-traumático. Como foi passar por tudo isso e como você está hoje, mentalmente?

Foi tudo muito duro, muito difícil mesmo, porque tinha apenas 21 anos e tive que lidar com aquilo tudo, junto com um bocado de coisa da minha carreira que estava acontecendo. O meu irmão era a pessoa mais próxima que tinha em minha vida. Foi um choque terrível. Eu perdi a noção do tempo, das coisas, e questionei muito a minha vida, o que fazia sentido. Comecei no boxe com meu irmão. Era com ele que eu conversava antes das lutas e competições. Foi duro, mas foi graças também ao boxe que me reergui. Tive apoio da seleção, dos técnicos e colegas, dos psicólogos e psiquiatras, porque também precisei de remédios controlados, pois fui diagnosticado com transtorno pós-traumático. Na vida, o boxe foi a minha melhor escola e vai ser sempre o suporte familiar que eu vou ter. Para a minha outra família, a de sangue, na Bahia, também foi o boxe que trouxe felicidade novamente para minha mãe e para todos que sofreram.

Como você se sente sendo um baiano no mundo do boxe?

Com mais motivação. É algo importante saber que estou representando minha cidade, Conceição do Almeida, meu estado, a Bahia, e o Brasil inteiro. Sempre que posso, volto para casa, para ver minha mãe, minha família, meus amigos e minha terra. Saí de casa muito cedo, mas não tem como não ter saudade de lá. Tenho muito orgulho de onde eu vim.

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