ESPORTES
O mundo sem o Rei Pelé
Homenagens, preparativos da despedida e o legado de Pelé, o maior jogador de todos os tempos
Uma pergunta parece pairar desde a última quinta-feira, quando foi confirmada a morte do maior jogador de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, Pelé: como será o mundo sem o Rei? Dos quatro cantos do mundo, as mensagens chegaram. Do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao da França, Emmanuel Macron. Do maior tenista da história, Roger Federer, ao maior campeão da Fórmula 1, Lewis Hamilton. Todos celebraram a memória de Pelé.
Até a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, publicou homenagem, com foto de uma galáxia, a do Escultor, em verde e amarelo. No texto da publicação, nas redes sociais, destaque para o “Rei do jogo bonito”. Tudo isso demonstra a imensidão do craque de futebol.
Pelé faleceu em decorrência de um câncer de cólon, aos 82 anos de idade, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, cercado de seus familiares, que o acompanharam em seus últimos dias. O melhor jogador da história será velado e sepultado em Santos, cidade na qual se forjou como um fenômeno do futebol.
O caixão de Pelé será exibido em um velório público no estádio do Santos, onde jogou 18 de seus 21 anos como profissional, e terá duração de aproximadamente 24 horas. Já o funeral será reservado aos familiares de Edson. As cerimônias acontecerão entre a próxima segunda e terça-feiras.
Único jogador a conquistar a Copa do Mundo três vezes (1958, 1962, 1970), Pelé foi internado no mês passado para reavaliar seu tratamento contra um câncer de cólon diagnosticado em setembro de 2021. Permaneceu no hospital em dezembro, onde assistiu a fase final da Copa do Mundo e foi acompanhado por sua família. Seu quadro de saúde piorou com o passar dos dias, coincidindo com a final do Mundial no Catar. Mesmo assim, o ex-jogador conseguiu acompanhar os jogos da Seleção até a eliminação nas quartas de final.
Legado
O Rei, criador do futebol arte, do jogo bonito, da brasilidade dentro de campo, transmitiu o seu principal legado em vida: além dos títulos e gols, dribles, bicicletas, caneta, chapéu, gols de diferentes jeitos, se tornaram mais comuns nas partidas depois de Pelé. Uma inspiração viva que conquistou três dos cinco títulos mundiais do Brasil.
Quando ele estava vivo, de vez em quando surgia uma conversa de “novo Pelé” , alcunha de peso, imposta pela imprensa ou pela torcida a dezenas de jogadores de diferentes níveis.
Mas o que Pelé, de fato, pensava disso? “Como na música, em que só existe um Frank Sinatra e um Beethoven, ou nas artes, com um único Michelangelo, no futebol só há um Pelé", disse em 1998, quando era ministro dos Esportes. “Meu pai e minha mãe fecharam a fábrica!”, costumava dizer.
Alguns jogadores já foram comparados ao Rei, de Zico até Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. Mas duas crias do Santos que foram mais associadas ao melhor do mundo: Robinho e Neymar nasceram para o futebol no Santos, o lendário clube de Pelé. Sobre o primeiro, franzino, bom de drible, Pelé sentenciou: “Esse garoto será um dos grandes”.
Com apenas 18 anos, Robinho foi campeão brasileiro em 2002, após 18 anos de seca do Santos. Foi transferido com pompa para o Real Madrid, mas sua carreira desmoronou rapidamente. Definitivamente, não estava ali o “novo Pelé”, como se isso fosse realmente possível.
Já Neymar chegou a ser considerado joia do time. Em 2013 foi para o Barcelona e deixou sua marca na Seleção, tornando-se um dos capitães do time após o desastre do 7 a 1 na Copa de 2014. Nunca chegou perto dos títulos, da liderança, do carisma e da identificação de Pelé.
Uma grande promessa de títulos com a Seleção Brasileira, Vinícius Júnior não tem raiz no Santos, mas já foi comparado a Pelé na Espanha. Exemplo de jogador, focado, dedicado, criativo, e que vem em uma crescente nos últimos anos. Em seu primeiro gol em uma Copa do Mundo, no Qatar, homenageou o maior de todos os tempos.
Em suas redes sociais, Vinícius Júnior falou, em publicação, sobre o Rei: “O seu legado jamais será esquecido”. E não será apenas um jogador ou outro que vai seguir com esse legado. O que o Brasil e o mundo vêm mostrando é que será um legado coletivo, de milhões de pessoas, e Pelé continuará eterno.
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