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20/07/2021 às 7:05 | Autor: Aurélio Lima

OLIMPÍADA

Jogos de Tóquio oferecem a chance para outros atletas se consagrarem

Simone Biles promete fazer muito barulho em solo japonês | Foto: TeamUSA | Reprodução
Simone Biles promete fazer muito barulho em solo japonês | Foto: TeamUSA | Reprodução -

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 (adiados para 2021 devido à pandemia da Covid-19) acontece apenas na sexta-feira, 23, mas nesta terça, 20 (no horário da Bahia) já teremos disputa no softball, com o duelo das meninas japonesas com as australianas, às 21h. Na madrugada de quarta, 21, começa o futebol feminino, com o Brasil enfrentando a China às 5h.

Entretanto, grandes estrelas olímpicas só veremos mais para a frente. Por sinal, não tantas como nas edições anteriores. Para diminuir a falta de consagrados astros como Usain Bolt e Michael Phelps, esta Olimpíada oferece a chance para outros atletas se consagrarem no Olimpo, unindo-se a outras estrelas irrefutáveis como, por exemplo, a ginasta norte-americana Simone Biles. A partir da próxima sexta, começam as qualificatórias da ginástica e Biles já poderá ser vista em ação.

Os feitos dela começaram na Rio-2016, em que ela garantiu ouro no salto e também no solo, no individual geral e na disputa por equipes. De quebra, ainda faturou o bronze na trave. O currículo de Biles é repleto de conquistas também em campeonatos mundiais, em que ela soma incríveis 19 ouros, além de três medalhas de prata e três bronzes.

A estrela da ginástica levou para Tóquio uma apresentação nova que promete tirar o fôlego dos espectadores e içá-la novamente aos primeiros lugares no pódio. No Pan de Lima-2019, ela desafiou a gravidade ao executar um duplo mortal com tripla pirueta, inédito na categoria feminino.

Para Tóquio, promete um novo movimento que leva o nome da ginasta e consiste num duplo mortal esticado com meia volta, seguido de um mortal esticado. É um verdadeiro voo nas alturas, tão belo quanto perigoso, a ponto de Biles já ter brincado que ela morre se errar o movimento.

Por mais que seja uma pequena notável, Simone Biles ainda tem longa estrada a trilhar em relação ao currículo do compatriota Michael Phelps. O nadador tem incríveis 23 títulos olímpicos, 26 mundiais e 37 recordes mundiais, dentre outras grandes conquistas.

Seu ‘herdeiro’ mais cotado em Tóquio é Caeleb Dressel, com dois ouros na Rio-2016 no revezamento. Três anos depois, Dressel cresceu mais um pouco e no Mundial de Gwangju, na Coreia do Sul, em 2019, faturou seis ouros e duas pratas inéditas para um atleta em uma única edição. A natação estreia em Tóquio no sábado.

Quanto ao também multicampeão olímpico e mundial Usain Bolt, os oito ouros olímpicos conquistados consagram e diferenciam o velocista jamaicano de qualquer outro da categoria. Ele também é dono de onze títulos mundiais. Em Tóquio, uma compatriota tentará minimizar sua ausência: Shelly-Ann Fraser-Pryce.

A partir do dia 30 deste mês, quando começam as provas do atletismo, Shelly-Ann, de 34 anos, fará as honras a Bolt. Afinal, assim como seu compatriota, ela é a única velocista a ter subido ao pódio olímpico nos 100 m em três edições consecutivas dos Jogos. Saiu vencedora em Pequim-2008 e Londres-2012. Até agora com dois ouros, três pratas e um bronze, tudo indica que Shelly-Ann, pela sua idade, dará adeus às provas olímpicas em solo japonês.

Outro adeus

Também deverá confirmar sua aposentadoria a velocista norte-americana Allyson Felix, de 35 anos. Ela soma seis ouros e três pratas nos 200 m, 400 m e revezamentos 4 x 100 m e 4 x 400 m do atletismo.

Os Estados Unidos justificam também a fama de potência mundial com a nadadora Katie Ledecky, de 24 anos. Dona de cinco ouros e uma prata em Olimpíadas, sua performance notável nos jogos começou aos 15 anos, em Londres-2012, quando foi campeã nos 800 m livre. Quatro anos depois, na Rio-2016, garantiu outras quatro medalhas de ouro, consagrando-se como a nadadora mais premiada dos Jogos e ainda se destacou na piscina ao estabelecer dois recordes mundiais.

Sua concorrente mais próxima em termos de conquistas é a húngara Katinka Hosszú, que também na Rio-2016 faturou três ouros e uma prata. Como as provas de grandes competições escassearam devido à pandemia, a referência é a temporada 2019.

No Mundial do ano retrasado, Katinka fez história com o tetracampeonato em uma prova individual, neste caso os 200 m medley. Ela também é a única mulher com cinco títulos mundiais na mesma prova, os 400 m medley.

Foco nos anfitriões

O Japão e o mundo estarão de olho também no anfitrião Kohei Uchimura. O ginasta de 32 anos estará defendendo o título olímpico depois de ter sido campeão na Rio-2016 na modalidade individual geral. Com três medalhas de ouro e quatro de prata nos Jogos, além de dez ouros, seis pratas e cinco bronzes em Mundiais, Uchimura é tido como o ginasta mais completo da história.

Ele garantiu essa fama por manter uma hegemonia na ginástica que dura desde 2009. Até a última edição da Olimpíada, faturou todos os títulos, assim como nos Mundiais. Ao lado dele, o principal nome do Japão é o da tenista Naomi Osaka, primeira de seu país a entrar para o seleto time de campeãs de simples em um Grand Slam. O tênis começará também no sábado.

Ao vencer o Aberto da Austrália em 2019, Naomi ganhou status de primeira asiática líder do ranking mundial da WTA. A atual número dois do mundo também ganhou notoriedade pelo seus posicionamentos políticos.

Mas, naturalmente, o nome absoluto para reinar em Tóquio entre os tenistas é o do sérvio Novak Djokovic, atual líder do ranking da ATP. Somente nesta temporada ele faturou o Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon.

Os japoneses também têm motivos para não ignorar o judoca francês Teddy Riner, não só pelos seus 2,04 m de altura e 130 kg. Ele já está sendo badalado como o maior judoca da história. Berço desta arte marcial, que começará também no sábado, o Japão ostenta o título de tricampeão olímpico em uma categoria de peso, conquistado por Tadahiro Nomura.

Porém, essa marca está perto de ser igualada por Riner, que foi bicampeão olímpico na Rio-2016, após ter sido bronze em Pequim-2008. O judoca de 32 anos segue sendo uma referência para Tóquio-2021, também por acumular no seu currículo oito títulos mundiais na categoria pesado.

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