Unidade é a marca da seleção de 5
Desde que o futebol de 5 se tornou modalidade paralímpica, em Atenas-2004, o Brasil não perdeu sequer uma partida. Neste sábado, 17, às 17h, diante do Irã, quer conquistar a medalha de ouro pela quarta vez consecutiva.
E uma as principais razões para o sucesso da equipe é a união e renovação andando de mãos dadas, às vezes literalmente. Esta é a quarta Paralimpíada do treinador Fábio Luiz Vasconcelos, que quer seu primeiro título como treinador. Até Londres-2012 ele atuava como goleiro da seleção, e logo depois assumiu como técnico da equipe.
"Todo mundo acha que ser goleiro de cego é fácil, quando muitos chutes são indefensáveis, e ainda tem que dar orientação aos atletas. Isso de certa forma ajuda a ser treinador, mas a responsabilidade que vem com o cargo é muito maior", disse.
Segundo ele, o relacionamento da equipe é como uma família. Tem horas de conversa, de alegrias e, também, de brigas. "Esse é um grupo muito bem treinado, que tem esquema de jogo, a gente se entende muito bem. Mas claro, tem hora que tem que dar uma pressão e tem hora que tem que dar bronca, mesmo. E eles sabem disso", explicou.
Além do treinador, muitos atletas estão há mais de um ciclo olímpico na equipe. É o caso de Ricardinho, tricampeão, do baiano Jefinho, bicampeão em Londres-2012 e Pequim-2008, e o baiano Cássio Lopes, campeão em Londres-2012.
Ricardinho e Jefinho já foram eleitos melhores jogadores de futebol de 5 no mundo. O primeiro em 2006 e 2014, e o baiano em 2010.
A principal renovação desde Londres-2012 ficou por conta dos goleiros, Luan, titular, e Vinícius, reserva. Os dois participam de uma Paralimpíada pela primeira vez. O angolano Dumbo, que substituiu o lesionado Glédson Paixão - que também é baiano - teve sua primeira convocação para compor a equipe nos Jogos.
Expectativa da final
A briga com o Irã promete ser difícil: campeão asiático, a equipe já foi adversária do Brasil no último jogo da fase de grupos na única partida em que o Brasil não venceu. O placar terminou 0 a 0.
"Vai ser um jogo difícil, um jogo duro, como toda final. O Irã veio bem preparado, deu trabalho pra gente na fase de grupos. Mas estamos prontos e vamos brigar pelo ouro", disse o treinador Fábio.
Responsável pela virada sobre a China na semifinal e pela vaga na quarta final consecutiva, Jefinho concorda. "Essa seminfinal foi muito difícil, mas, depois de quatro anos de muito treino, não ia ser agora que a gente ia desistir. A expectativa é que a final seja ainda mais dura", completou.
Um elemento que pode funcionar como um motivador é a torcida, que vem embalada nas partidas da modalidade. O baiano Cássio torce para que esse apoio não acabe.
"Nunca pensei que um dia eu seria aplaudido num estádio cheio, que teria tanta gente gritando meu nome e me incentivando numa partida. É uma sensação fantástica. Mas vamos torcer para que seja assim sempre, e que não termine com a Paralimpíada. O esporte merece isso", pediu.
A repórter viajou a convite da Nissan