Pela honra dos camisas 9 da dupla Ba-Vi

De um lado, Léo Gamalho, de 36 anos. Do outro, Everaldo, 31. Ambos carregam a mesma responsabilidade para esse início de 2023: ser a principal fonte de gols da dupla Ba-Vi. Após tentativas que não deram certo em 2022, os clubes, agora, apostam em nomes com maior valorização no mercado e, sobretudo, rendimento recente comprovado.

Se o Bahia busca alguém com bom rendimento nos últimos anos e que pode ser um acréscimo de rodagem em um elenco tão jovem, Everaldo é esse cara. Já o Rubro-negro encontra em Gamalho um jogador com vasto histórico de gols e conhecimento da Segundona. Experientes e experimentados, eles são a bola da vez da maior dupla baiana.

Diversos foram os nomes que os times tentaram emplacar como homem-gol no último ano. Por parte do Vitória, as fichas foram depositadas em nomes já conhecidos. Rodrigão, Dinei e Trellez foram os principais. Somados, os gols dos três na última temporada empaca em míseros nove. O torcedor do Leão viu em Rafinha, jogador que atua nas beiradas ou como segundo atacante, desempenho superior.

Já no Bahia, Rodallega, Davó e Jacaré foram os nomes que mais apareceram nessa busca. Desde a saída de Gilberto, em janeiro do ano passado, ninguém assumiu a camisa 0 e tomou conta da posição. O trio, somado, alcançou 16 gols na campanha do acesso. É pouco para um clube que busca respirar novos ares na elite do Brasil, principalmente com a chegada do Grupo City. Além do mais, dos três, apenas Jacaré permaneceu no elenco.

Novos tempos

Dessa vez, a decisão na Toca do Leão foi ir ao mercado, disputar com outros clubes e contratar Léo Gamalho, em busca de firmar um camisa 9. Como esperança de gols, Léo tem desempenho recente que anima o torcedor. Não só já jogou a Série B por diversos clubes, como foi vice-artilheiro da competição em 2021, pelo Coritiba, tendo marcado 16 vezes, um a menos que o principal goleador.

Em estatísticas gerais, foi o artilheiro do Coxa Branca nos dois últimos anos. Autor de 20 gols em 2021 e 15 em 22, ele não pôde entrar em campo na estreia do Vitória na temporada, contra o Cordino-MA, válido pela Pré-Copa do Nordeste. Por ter cumprido contrato com o Coritiba até 31 de dezembro, o atacante só poderá regularizar sua situação a partir de 11 de janeiro, data de abertura da janela brasileira de transferências.

Velho conhecido do futebol baiano, Léo passou pelo seu agora rival em 2015, mas não deixou saudades. Pelo Esquadrão, foram 27 jogos e apenas seis gols marcados. Acabou, naquele mesmo ano, se transferindo para o Avaí. Agora, oito anos depois, volta ao solo soteropolitano em outro momento da carreira e com uma missão clara: alçar o Leão de volta à elite.

De volta do Japão

Mesmo após passar os últimos três anos no Kashima Antlers, do Japão, o novo camisa 9 tricolor tem boa experiência na Série A do Brasileiro. Em seu último ano no país, 2019, jogou pela Chapecoense e teve bom desempenho. Apesar de o time Condá ter sido rebaixado, o centroavante foi destaque, com 13 gols registrados em 33 jogos. Números que fizeram dele o maior artilheiro em uma edição da Primeira Divisão do Brasileiro na história da Chape.

Com a camisa do Kashima, teve seu último ano abaixo, com titularidade em apenas seis partidas e sete gols marcados em 27 jogos. No entanto, seu retrospecto geral no Japão é mais positivo. Foram 101 jogos com a camisa do time asiático, 34 gols e 15 assistências. Começou entre os 11 titulares em 65 partidas.

Além disso, apresentou uma boa taxa em uma importante estatística: balançou as redes em 52% das grandes chances que teve. Ou seja, em média, a cada duas oportunidades que o atacante tinha, em uma ele estufava o barbante da meta adversária.

Por se tratarem de rivais, o confronto é inevitável e a comparação, guardada as devidas proporções, também. Se o melhor centroavante é aquele que faz muito com pouco, os números mostram que Léo Gamalho leva ligeira vantagem nesse quesito. Na última Série A que Everaldo disputou, registrou um índice de aproveitamento de grandes chances de 11%. Enquanto Gamalho, no ano passado, findou a competição com 22%.

A verdade é que dados são ótimos para entender o contexto, mas nada fala mais alto do que o rendimento em campo. É lá que vai se medir o sucesso de cada um, em um duelo que promete ser à parte. O desafio que os dois carregam é de honrar a camisa 9 de seus respectivos clubes, que já tiveram grandes nomes, como Beijoca, pelo Tricolor, e André Catimba, pelo Rubro-negro, e marcar seus nomes na história.