PROMETEU MELHORIAS
Baianão tem força mesmo com calendário menor? Presidente da FBF opina
Ricardo Lima defendeu o novo formato com semifinais e final em jogo único e enalteceu o torneio

Por Marina Branco e Téo Mazzoni

Em meio às muitas mudanças de calendário e funcionamento, muitos torcedores questionaram a competitividade e a força do Campeonato Baiano em 2026 - mas para Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol, não há motivo para se preocupar.
Para ele, o Baianão seguirá forte e competitivo, mesmo com a redução no número de datas determinada pela CBF. Em entrevista após o lançamento realizado nesta segunda-feira, 3, o dirigente destacou que a mudança é mínima e que o estadual continuará sendo "um produto grandioso do futebol baiano".
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"A forma é praticamente a mesma. Vamos torcer para que seja um campeonato maravilhoso e que vença quem realmente jogar mais bola. Recebemos três modelos de fórmulas, discutimos os prós e contras com os clubes e chegamos a um denominador comum, por unanimidade. O objetivo é fazer com que essa competição continue crescendo e se consolidando", afirmou.
O Baianão 2026 terá apenas 11 datas, começando em 10 de janeiro e terminando até 8 de março, com semifinais e final em jogo único. Segundo Ricardo Lima, a FBF preferia manter as 13 datas tradicionais, mas precisou se adequar ao novo calendário nacional.
"Lógico que eu preferia mais datas, mas precisamos enxergar a realidade e atender o que está disposto no calendário dos estaduais. Vamos testar esse novo modelo", disse. Taíse Galvão, diretora de competições da FBF, concordou com a fala do presidente, garantindo que a essência do Baianão está mantida.

"A gente manteve o todo do campeonato, a essência dele, e só reduziu duas datas nas fases finais. A primeira fase segue sendo o coração da disputa, é onde tudo acontece, onde se decide quem avança e quem cai. Isso garante o mesmo nível de emoção e de atratividade para o torcedor", garantiu.
"Nos últimos anos, os calendários ficaram muito inchados, com muitas competições e pouco tempo de recuperação para os atletas. Era uma reclamação constante dos clubes. Essa redução é necessária, pensando no todo do futebol brasileiro", afirmou.
"A gente espera que não enfraqueça. Pelo contrário, esperamos que os clubes mantenham elencos competitivos, façam partidas atrativas e mostrem que o Baianão continua forte. A perda precisa ser vista apenas na redução de duas datas, e não no produto final, que é a entrega dos clubes dentro de campo", completou.
Mando de campo
Para equilibrar a perda de jogos e de mandos de campo, a federação decidiu que as rendas das semifinais e finais serão divididas igualmente entre os clubes. "Se o mando é de um, o outro também tem custos", afirmou.
"Então, decidimos que 50% da renda líquida de cada partida será para cada um dos dois clubes. É uma forma de compensar e tornar o formato mais justo", explicou o presidente.
Bahia e Vitória com times alternativos?
Questionado sobre o uso recorrente de times sub-20 e sub-23 por Bahia e Vitória nas edições recentes, Ricardo Lima afirmou que a FBF não interfere nas decisões técnicas dos clubes, mas ressaltou que o fortalecimento do estadual depende de todos os participantes.
"A Federação faz o calendário e coloca a competição à disposição dos seus filiados. Se o Bahia e o Vitória vão jogar com o sub-20, sub-23 ou profissional, não cabe à FBF interferir", explicou.
"O fortalecimento da competição é um conjunto não só da federação, nem só do Bahia ou do Vitória, mas de todos os clubes. Eu vejo isso acontecer, inclusive com o empenho dos times do interior. Isso não vai diminuir o charme do Campeonato Baiano", completou.
Gramados
A intenção da federação é, então, fortalecer o Baianão - e isso passa também pela estrutura na qual o torneio é jogado, tocando na condição dos gramados, alvo de críticas dos clubes em 2025.
O presidente revelou que a FBF lançou um projeto de requalificação dos campos, em parceria com a CBF, priorizando estádios que recebem competições nacionais. "Anunciamos o projeto há poucos dias e ele já está em curso, começando por Riachão do Jacuípe. Vamos priorizar os estádios que disputam competições nacionais, porque o projeto é viabilizado pela CBF", explicou.
Durante a reunião do Conselho Técnico, foi criada uma comissão com cinco clubes (Bahia, Vitória, Jacuipense, Juazeirense e Porto) para definir critérios mínimos de qualidade dos campos e segurança para os atletas.
"Não existe veto a estádios neste momento, mas estamos buscando algo consensual, que traga segurança para todos. A ideia é chegar a um caderno de encargos, com exigências mínimas para garantir boas condições de jogo", completou.
"O importante é que o futebol baiano continue crescendo, com organização, transparência e boas condições para todos que fazem o espetáculo", concluiu.
Retorno de Galícia e Bahia de Feira
As mudanças estão preenchendo a parte organizacional, mas o futebol também conta com suas novidades. Em 2026, Bahia de Feira e Galícia retornam à Série A estadual, após campanhas de destaque na Série B.
"Esse resgate foi superimportante. Temos tido Série B's muito disputadas, com clubes cada vez mais organizados e competitivos, mesmo com menos recursos. Bahia de Feira e Galícia souberam aproveitar as oportunidades e retornam para somar ainda mais", avaliou a diretora.
Para ela, a volta dos dois clubes representa a força do interior e o peso da tradição na capital. "O Bahia de Feira tem feito trabalhos consistentes há anos, e o Galícia traz um simbolismo enorme, um time histórico do futebol baiano voltando à elite. Isso engrandece o campeonato, aumenta o nível técnico e reforça a diversidade do nosso futebol", finalizou.
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