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ESPORTES

"Quero conquistar o ouro na Rio-2016", diz Baby

Por Juliana Lisboa e Diego Adans

19/04/2015 - 13:58 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Rafael Silva, judoca brasileiro
Rafael Silva, judoca brasileiro -

Judoca brasileiro melhor colocado no ranking internacional da categoria acima de 100 kg, Rafael Silva, o Baby, projeta medalhas para ele e para a própria delegação brasileira na Olimpíada de 2016, no Rio. Antes disso, ele e a seleção disputam o Pan-Americano de judô em Edmonton, no Canadá, em torneio realizado entre 24 e 26 deste mês. Para isso, os atletas passaram seis dias em Salvador, treinando no Centro Pan-Americano de Judô (CPJ), em Lauro de Freitas.

A delegação brasileira de judô veio para Lauro de Freitas se preparar para o Campeonato Pan-Americano de Judô. Qual é sua perspectiva para essa competição?

Essa é uma competição importante, num ano de preparação da Olimpíada. Todo mundo quer ranking pra se classificar. Esse torneio vale como um sexto resultado, além dos cinco torneios que dão classificação para o atleta conseguir ir para a Olimpíada. Algumas categorias têm até dois atletas. Nossa expectativa é a melhor, muito porque a gente tem hegemonia na Pan-América. Queremos manter essa hegemonia que conquistamos ao longo dos últimos campeonatos: foram sete finais, com seis vitórias.

O que se pode tirar de proveitoso desse torneio?

Competição internacional é sempre importante porque faz o atleta rodar o mundo e ver o que os outros países têm para mostrar. A gente está sempre de olho em alguns judocas dos Estados Unidos e de Cuba. O Travis (Stevens, judoca americano), por exemplo, foi muito bem nos últimos Jogos e é uma promessa para 2016. É importante para testar o nível e saber o que vem na Olimpíada. Serve como teste para ver como lutar quando você cai na chave dele, o vice-campeão do mundial do ano passado. A competição tem um nível técnico muito alto. Minha meta é manter o ouro (ganhou os dois últimos campeonatos de que participou).

Durante seis dias, 18 judocas que representarão o país no Canadá treinaram no CPJ. Qual foi a impressão que você teve da nova estrutura esportiva em Lauro de Freitas?

Foi minha primeira vez aqui. É uma estrutura criada especialmente para o judô, por isso a gente está se sentindo em casa. É uma referência internacional para a América, todos os atletas. Além da estrutura técnica, a gente pode relaxar com essa paisagem da praia e dar um mergulho no mar quando o tempo estiver bom.

Qual o cenário atual do judô brasileiro? O que, na sua opinião, pode ser feito para melhorar o esporte?

Pra aprimorar o esporte, o imprescindível é investir na categoria de base, porque assim asseguramos a continuidade dos bons resultados. Para continuar conseguindo medalhas, então, temos que investir na base e inserir o judô nas escolas. Temos exemplos de vários países que conseguem pelas escolas, e aqui pode ser igual. Conseguimos um feito inédito em Londres, e a curva é ascendente, acho que só temos a melhorar.

Em Londres-2012, você ajudou o judô brasileiro a bater o recorde com quatro medalhas olímpicas. O que esperar para os Jogos do Rio e quais os adversários do Brasil?

Falar em quantidade de medalhas é complicado. A gente quer superar o número em 2012, claro, estamos trabalhando para isso. A equipe é muito homogênea, muito preparada e acredito mesmo que temos reais chances de medalhas nas 14 categorias que vamos disputar. Quanto a adversários fortes, precisamos ficar de olho na Rússia, que surpreendeu com três ouros no masculino. No mais, Japão e a França, que são as principais escolas. Mas vamos chegar com nível para brigar por medalhas.

Nos Jogos de Londres, em 2012, então aos 25 anos, você se tornou o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha (bronze) entre os pesos pesados do judô. É possível repetir isso no Rio de Janeiro, mas desta vez com o ouro?

Estou me preparando muito, sou muito diferente do Rafael de 2012. Evoluí muito, treinei muito. A curva é crescente. Eu estou muito bem, muito feliz com meu resultado no ranking e acho que ainda posso melhorar até o ano que vem.

Hoje, você é o brasileiro com melhor colocação no ranking mundial em sua categoria (acima de 100 kg). Querendo ou não, acaba sendo o 'alvo' a ser batido pelos adversários. Como lida com isso?

Não penso muito nisso, penso mais em cada luta individualmente e em como melhorar a cada treino. Lá na frente, vem resultado. Lutar pelo pódio, medalhar é consequência da melhora diária de cada treino, de cada exercício. Minha metodologia é essa.

O judô, assim como a natação, é um esporte de equipe visto pelo Comitê Olímpico Brasileiro como potencial fonte de medalhas no Rio. Você se sente pressionado? Mayra Aguiar (judoca campeã mundial) admitiu, na entrevista ao A TARDE em setembro passado: "Estamos pressionados para brilhar em 2016". Concorda?

Eu procuro deixar essa pressão de fora. O atleta tem que se preocupar em treinar, estar bem preparado é essencial. Em 2012, eu fiquei tranquilo, mas espero estar ainda mais tranquilo em 2016. Não é bom se deixar influenciar por isso, a pressão só prejudica o atleta.

Imagem ilustrativa da imagem "Quero conquistar o ouro na Rio-2016", diz Baby
| Foto: Marcio Rodrigues | CBJ | Divulgação

Foto: Marcio Rodrigues | CBJ | Divulgação

Até que ponto o fato de os Jogos Olímpicos serem realizados no Brasil, no Rio de Janeiro, acaba sendo favorável à delegação verde-amarela?

Depende de cada atleta. A tendência é se sentir bem, com nosso clima, fuso horário, nosso cardápio. A torcida vai incentivar, porque fica bem próxima dos tatames, e, além disso, porque tem a capacidade de pressionar o árbitro. Em alguns países, a gente enfrenta alguns problemas na arbitragem e outros problemas com refeição e fuso. Na China, e na Rússia, por exemplo, tivemos bastante dificuldade com a culinária. Mas esses são casos pontuais, porque normalmente os nutricionistas nos acompanham nas viagens. O fuso horário é que atrapalha muito, você fica cansado e, além disso, dorme num lugar diferente do que está acostumado.

Com 2,03 m de altura, e pesando mais de 100 kg, quem não o conhece imagina um lutador bravo. No entanto, você é chamado de Baby. De onde surgiu esse apelido? Seus adversários o provocam?

Alguns adversários sabem, mas nunca brincaram com isso, não... Não que eu saiba, pelo menos (risos). Me deram esse apelido quando eu me mudei para São Paulo, e ficou até hoje. Mas não sei o motivo, deve ser por causa do (personagem) Baby da Família Dinossauro. Eu era novinho, na época, né? Pode ser (risos).

Como foi que você começou a se interessar pelo judô?

Comecei com 15 anos, e logo depois, quando tinha uns 17 ou 18 anos, me mudei pra São Paulo só para treinar. Comecei com karatê e, como gostava do estilo de luta oriental, acabei migrando para o judô. O tamanho ajudou bastante (risos).

Por ser pesado, enfrenta dificuldades para dormir ou viajar para fora do país?

Não, não, dormir é tranquilo, nunca encontrei problemas com camas nos locais onde lutei. O mais complicado é o avião. Eu sou o que mais sofre no avião, tenho sempre que pedir para sentar na saída de emergência, que tem mais espaço entre as fileiras.

Já sofreu preconceito por conta de seu peso?

Sempre foi tranquilo. Talvez o fato de praticar esporte, ainda por cima luta, deixava as pessoas meio com medo de mim (risos).

Você não esconde a vontade de encerrar a freguesia para o atual campão olímpico, o francês Teddy Riner (Rafael perdeu todos os cinco duelos). O que seria para você uma final contra ele em 2016?

Significaria o resultado de um bom trabalho. Ele mudou a característica dos pesos pesados e é um adversário à altura de todos os meus treinos. Ganhar dele em casa seria um resultado importante, sem dúvida.

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