ESPORTES
Torcida do Bahia faz versão de música dos Mamonas e emociona jogadores
Por A TARDE On Line
Até poucos anos atrás, as torcidas de futebol tinham maneiras bastante semelhantes de incentivar suas equipes: ora gritavam o nome do time, ora apelidos como Mengo, Porco ou Tricolor. Mais recentemente, popularizadas pelos torcedores dos principais clubes do Brasil, as versões para sucessos da música brasileira viraram moda. No último sábado, diante do Ipatinga, o Bahia também ganhou um destes "hinos alternativos" e ele emocionou os jogadores.
Entoada pela torcida Bamor, a maior entre as uniformizadas do clube, uma versão para a canção "Pelados em Santos", do extinto grupo Mamonas Assassinas, ganhou as arquibancadas. A letra mistura expressões populares, como "Pituaço", forma de citar o estádio do clube sem dar espaço para rimas maliciosas, com elementos de um hino tradicional, como a utilização da 2ª pessoa do singular logo no segundo verso. Como não poderia deixar de ser, a "mina" da canção é o Bahia.
A primeira versão conhecida de "Pelados em Santos" foi feita pela torcida do Internacional, que a rebatizou de "Camisa vermelha", em referência à Brasília amarela que é citada na canção original. Assim como fizeram com o Tema da Vitória, peça instrumental criada para as vitórias de brasileiros na Fórmula 1 e com letra criada pela torcida colorada, os torcedores do Flamengo popularizaram a versão para a música do Mamonas.
A letra mescla elementos da versão do Flamengo e do Internacional, como o "manto sagrado" rubro-negro que vira "manto tricolor" e o "não importa o que digam" do Colorado. A principal contribuição tricolor para a letra está no refrão, que, confiante, pede o acesso da equipe à Série A do Campeonato Brasileiro. Cantado em outro ritmo, o mantra "vamo subir" deu sorte a dois clubes que estavam na Segundona: Atlético-MG e Vitória.
Em entrevista a A TARDE, o lateral-esquerdo Ávine, que fez grande partida no sábado em que a música "estreou" nas arquibancadas, elogiou a iniciativa e confirmou que ficou mais motivado em campo. "Acho que está no clima do acesso. Quando cai dentro de Pituaçu, aquilo vira um caldeirão e a gente fica muito forte", afirmou o jogador, que lembrou rapidamente o momento em que ouviu a canção pela primeira vez. "Logo no começo, a torcida começou a cantar. Isso me motiva muito. Já entro em campo inspirado", acrescentou.
Nova cara A torcida do Vitória também tem deixado de lado os gritos ofensivos aos adversários e adotado as versões. O refrão de "Dança do Vampiro", do Asa de Águia, ganha tons rubro-negros nas arquibancadas do Barradão. "Bom Demais", canção do Ara Ketu popularizada na voz do cantor Tatau que é torcedor declarado do Leão , também é cantada pela torcida.
As versões dos torcedores do Vitória vão além do Axé. As estrofes de "O Campeão", música interpretada por Neguinho da Beija-Flor e imortalizada pela torcida do Flamengo por seus versos iniciais "Domingo, eu vou ao Maracanã torcer pro time que sou fã" são outras a ser entoadas pelos rubro-negros baianos.
Tão criativa quanto a tricolor, a torcida do Vitória dá a emoção dos estádios a "Maracatu Atômico", de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, regravada por artistas como Gilberto Gil e bandas como Chico Science & Nação Zumbi.
Confira a versão tricolor para "Pelados em Santos":
Bahia, estaremos contigo
Tu és minha paixão
Não importa o que digam
Sempre estarei contigo
Meu manto tricolor
E no peito, o Esquadrão
Pituaço me espera
Pra começar a festa
Xalaiá-xalalaiá
Vamos subir, Esquadrão
Bahia, estaremos contigo
Você é minha paixão
Não importa o que digam
Sempre levarei comigo
A faixa tricolor
E no peito o Esquadrão
Pituaço me espera
Pra começar a festa
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