HISTÓRICO
Travessia de gerações
Conectando memórias, a prova Mar Grande-Salvador volta a acontecer em 2023, com realização do A TARDE
Por Daniel Farias
A travessia Mar Grande-Salvador pode ser considerada um dos grandes eventos esportivos, culturais e históricos de Salvador. Com 68 anos de trajetória, desde que A TARDE promoveu a sua primeira edição, em 1955, a prova mobiliza diversos nadadores na cidade e de fora, que se preparam o ano inteiro para o grande desafio de cruzar a Baía de Todos os Santos.
O evento volta a acontecer em novembro no dia 19 de novembro, com a realização do Grupo A TARDE. Em um retorno especial, após a pandemia da Covid-19, a travessia será marcada pela saudade findada pelo reencontro, mas também pela sua significância para a capital baiana. Um documentário, registrando as memórias de pessoas que realizaram a travessia em quase sete décadas, e uma exposição serão lançados junto com a volta da prova.
“A travessia é um ícone dentre as provas esportivas na Bahia. São 68 anos desde que A TARDE realizou a primeira em 1955. Este ano buscamos revitalizar uma das mais amadas e desafiadoras provas de natação do Brasil, ajudando a promover a integração esportiva, o turismo e o desenvolvimento econômico da Bahia”, afirma Eduardo Dute, gestor comercial e de marketing do Grupo A TARDE.
Conectando familiares pelas braçadas, a água salgada e o amor, a travessia ocupa um lugar central na família de Bruno Riella, nadador, administrador e incentivador do esporte. Ele tem perpetuado uma tradição de cinco gerações ao fazer a prova, como seu avô, Raimundo Guimarães, e seu bisavô, Arlindo Guimarães.
“São muitas memórias, vivi grandes emoções na travessia Mar Grande-Salvador. Mas quando se fala dessa prova a minha maior memória é do meu avô Raimundo Guimarães, filho de Arlindo Guimarães, o primeiro homem a atravessar a Baía de Todos os Santos, que sempre foi meu guia e minha grande referência para essa prova”, conta Riella, que tem um histórico não apenas com a prova, mas com a própria memória do jornal A TARDE.
Em diversos momentos, o esportista, que já participou nove vezes da competição, contou a emblemática história de sua família na travessia, a exemplo da matéria publicada em janeiro de 2012. Naquela ocasião, Riella participou da prova e encontrou o seu avô, que, após a aposentadoria da travessia, se tornou o seu fiel escudeiro no barco obrigatório que acompanha os nadadores durante toda a prova. A referência se tornou uma espécie de técnico e de guia do próprio neto.
Incentivo e aprendizado
“A minha primeira participação como atleta foi em 1997, aos 17 anos, por incentivo da minha mãe e do meu avô. E participei também da última edição em 2016. Foram nove participações no total com muitos títulos, conquistas, superações e emoções”, diz. Com esse vínculo e experiência, Riella tem contribuído para a organização da prova em 2023 e fala com orgulho do trabalho realizado junto com o Grupo A TARDE.
“Trabalho na organização de eventos esportivos há mais de 15 anos, mas nunca tive a oportunidade de atuar nos bastidores da travessia Mar Grande-Salvador. Para mim é uma honra fazer parte do projeto e estar à frente da parte técnica do evento. A expectativa é de fazermos a melhor edição de todos os tempos”, fala o esportista e administrador, que tem treinado também com o seu filho, Gabriel, passando para frente os seus aprendizados.
“Gabriel, o meu filho de 7 anos, está treinando pra fazer a sua primeira prova no mar em Inema”, acrescenta, orgulhoso, Bruno, destacando a relevância da prova para a cidade.
“A travessia Mar Grande-Salvador faz parte da vida de muitas de pessoas, é um patrimônio inigualável da natação baiana. É, sem dúvida, a maior e mais importante prova de águas abertas do Brasil. Além disso, contribui de forma muito positiva para o turismo esportivo da cidade e do nosso Estado. Este ano teremos o privilégio de abrir o verão na com uma prova democrática e aberta. O retorno marca o resgate da história que começou em 1955 e que deverá seguir por gerações”, afirmou Bruno.
Segundo Eduardo Dute, essa tradição é fundamental para a identidade soteropolitana e a memória coletiva da cidade. “A travessia já faz parte da identidade de Salvador e contribui para a memória coletiva. Tem uma longa história, de várias décadas, e se tornou parte integrante da cultura local. Está enraizada na identidade da cidade. Muitos moradores têm memórias e experiências ligadas a esse evento, o que transforma a travessia em um elemento icônico”, completa Dute.
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