ESPORTES
Virna Jandiroba sobe no ringue do UFC em busca do cinturão
Baiana de Serrinha encabeça, pela primeira vez, um card da categoria
Por Felipe Paranhos
Todo o esforço dos 14 anos da carreira de Virna Jandiroba será recompensado hoje, em Las Vegas (EUA). A baiana de Serrinha encabeça, pela primeira vez, um card do UFC, fazendo a luta principal do evento contra Amanda Lemos, pelos pesos-palhas (até 52kg). E uma vitória pode mesmo render uma disputa pelo título até porque ela prometeu, em entrevista exclusiva, que vai pedir essa chance.
Apesar de hoje a ‘Carcará’ ser a quinta colocada no ranking, o cenário da categoria pode permitir que ela fure a fila por uma vaga de desafiante ao cinturão. Isso porque três das quatro lutadoras acima dela perderam recentemente ou entre si ou para a campeã, Weili Zhang, e a atleta restante, a americana Tatiana Suarez, tem a carreira frequentemente interrompida por lesões que travam sua ascensão no Ultimate. Ela, inclusive, enfrentaria Amanda em fevereiro, mas outra vez se contundiu.
Por sua vez, caso vença Lemos, Virna chegará à quarta vitória consecutiva e pode se encaixar no timing ideal para disputar o cinturão.
“Essa minha luta de sábado pode definir, sim. Sobretudo porque a Amanda já lutou contra a Weili Zhang, né? Eu nunca lutei, então acho que é uma boa luta, porque ainda não foi feita”, declarou a baiana.
Ao vencer Lupita Godinez, em abril, Virna pediu lutas maiores e reclamou de “falta de boa vontade” do Ultimate ao agendar seus combates. Deu certo, e ela agora lidera um card contra a terceira do ranking. Por isso, já sabe o que vai fazer caso vença Amanda: pedir uma disputa pelo cinturão. “A gente tem que ter uma posição mais de se impor, dizer também o que a gente quer, porque, se você não fala, é difícil [pro UFC] saber. Então, eu também assumo a responsabilidade disso”, declarou.
“Estou muito feliz agora com a oportunidade, pelo reconhecimento do meu potencial, porque de fato eu sempre aceitei todas as lutas sem pestanejar, inclusive a minha última em tempo recorde. Então, me senti ali no direito de pedir uma luta à frente. E essa é uma posição que eu tenho adotado agora na minha vida de forma geral, mais madura também. É uma atitude sóbria, não arrogante, mas de merecimento mesmo”, acrescentou.
Maturidade
Aos 36 anos, Jandiroba analisou sua carreira e apontou que aprendeu a lidar com os limites de seu corpo, treinando de forma mais inteligente e evitando lesões. No entanto, uma outra transformação visível é na mentalidade, hoje também voltada para a sua valorização dentro dos negócios do MMA.
“Acho que eu era talvez um tanto rígida, tinha algumas crenças também. Tipo de ‘Não, basta você ser bom [para ganhar as oportunidades]’. E não é bem por aí, entendeu? É como o treino: a gente pode fazer as coisas acontecerem de forma mais fácil. Então, estou muito mais maleável quanto a isso. Entendendo como estar no jogo, como jogar o jogo”, afirmou.
Evitando a armadilha do tantas vezes forçado ‘trash talk’ – quando um lutador provoca o outro com declarações agressivas –, Virna destacou o modo que encontrou para se fazer notada pela organização. “Achei um caminho do meio, de autoafirmação, de merecimento, que é interessante pra mim, mas que não fere o que eu acredito”, concluiu a lutadora, que tem 20 vitórias e só três derrotas na carreira.
Time brasileiro
Além de Virna, estarão no card outros quatro representantes do Brasil: Kaynan ‘Bahia’ Kruschewsky – que, apesar do apelido, é paulista – enfrenta Kurt Holobaugh pelos leves (até 70kg); Bruno ‘Bulldog’ Silva encara Cody Durden nos moscas (até 57kg); Dione Barbosa mede forças contra Miranda Maverick, na categoria feminina dos moscas, a mesma em que duelam Luana ‘Dread’ Carolina e Lucie Pudilova.
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