ENTREVISTA
"Vou seguir me desafiando", projeta Bia Ferreira
Confira a entrevista com a boxeadora Bia Ferreira
Por Luiz Teles
Há apenas uma semana de sua primeira defesa do cinturão do profissional da International Boxing Federation (IBF), após a conquista do título em abril deste ano, a baiana Beatriz Ferreira, Prata em Tóquio-2021 e bronze em Paris-2024, e que também possui dois títulos mundiais no currículo, faz seus últimos ajustes para enfrentar a francesa Licia Boudersa, em Monte Carlo, pela categoria até 61kg. Em meio à dura rotina de treinos, ela reservou um tempinho para conversar com o A TARDE sobre o desafio do próximo dia 14.
A luta do dia 14 não apenas é a sua primeira defesa do cinturão, mas também a primeira após Paris-2024. Você chegou a se dar uns dias de descanso? Como aproveitou o período?
Sim, tive um período de descanso após os Jogos Olímpicos. Passei alguns dias em Salvador e Juiz de Fora, revendo amigos e familiares. Foram dias bons para que pudesse renovar e tornar aos treinamentos com foco no boxe profissional.
Agora, com foco exclusivo no boxe profissional, como ficou sua rotina de treinos? Quem hoje compõe sua equipe?
Mantenho minha base de treinamento no Centro de Treinamento Olímpico de Boxe, complementando a parte física no Núcleo de Alto Rendimento Esportivo [NAR]. Apesar de treinar no mesmo local, sigo uma rotina com horários e métodos específicos para o boxe profissional. Minha equipe é composta pelo head coach Mateus Alves, o fisioterapeuta Conrado [da equipe olímpica de boxe], preparador físico Robson Silva, a analista de desempenho Paula Avakian, empresa Matchroom, assessoria de imprensa Fokus Assessoria e a gestão comercial com o Team Amma.
Treinamentos à parte, como você reorganizou sua vida para essa nova rotina?
Essa nova fase no boxe profissional tem sido um processo desafiador e uma rotina bem diferente do que eu vivia no boxe olímpico. Já comecei com foco total, especialmente com uma luta marcada para a defesa do título. Por isso, o tempo tem sido curto para outras atividades, mas acredito que, com menos competições ao longo do ano, conseguirei aproveitar um pouco mais entre os treinos. Tudo vai depender do calendário de lutas para o próximo ano.
E como está sua expectativa para enfrentar Licia Boudersa, em Monte Carlo?
Estou totalmente focada no combate. Realizei uma preparação intensa com minha equipe, analisando os principais pontos e estratégias que posso aplicar na luta. Minha expectativa é muito boa, sinto que me preparei da melhor forma possível. Agora, estou ajustando os últimos detalhes para chegar com tudo no dia 14 de dezembro.
Algumas regras do boxe profissional são diferentes do olímpico. Isso muda em alguma coisa seu estilo?
Apesar de serem o mesmo esporte, o boxe olímpico e o profissional são completamente diferentes. No boxe profissional, as lutas têm mais rounds de 2 minutos, não usamos capacete e as estratégias são distintas. Nos primeiros rounds, geralmente usamos o tempo para estudar a luta e só depois intensificamos os ataques, algo que no boxe olímpico não acontece. Como já vinha treinando de forma híbrida, já vinha adaptando meu estilo ao profissional.
Como está hoje seu contrato profissional com a Matchroom Boxing? Já houve renovação após o fim de sua carreira híbrida com o boxe olímpico?
Nosso contrato foi estabelecido independentemente da carreira híbrida, com um foco a longo prazo. Tenho uma parceria sólida com meu empresário e a empresa Matchroom, e tudo está bem estruturado. Acredito que, ao nos aproximarmos do término do contrato, ele será renovado. Temos metas claras e estamos completamente alinhados para alcançá-las juntos.
Quais seus planos para os próximos anos. Você falou antes da Olimpíada que queria acumular o máximo de cinturões. Tem também a possibilidade de mudança de categoria?
Estou com 31 anos, quase 32, e com certeza com o objetivo de colecionar cinturões e alcançar feitos que nenhuma brasileira ainda teve oportunidade no boxe. Gosto de ser pioneira e de me desafiar sempre, por isso coloquei como objetivo unificar os cinturões e, eventualmente, mudar de categoria. Conforme for atingindo minhas metas, vou continuar me autodesafiando. Das minhas cinco lutas, já competi em dois pesos diferentes, então mudanças de categoria não serão algo fora do comum.
Está feliz com a campanha do seu Vitória no Brasileirão?
Estou feliz sim, com certeza, e até mais tranquila para ir para a defesa do título, sabendo que meu Vitória está fora do rebaixamento. É um alivio, fico muito feliz quando o Leão está indo bem e espero que continue assim, que essa fase só melhore.
Quer fazer uma convocação para seus fãs, em especial para os baianos?
Minha gratidão a todos que me acompanham, torcem por mim e, especialmente, à torcida baiana, que sempre faz a diferença com tanto carinho e energia. Vamos juntos para o combate do dia 14. Conto com vocês!
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