FENAGRO
‘Fenagro é muito mais do que uma feira’
Confira a entrevista com o secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Walisson Oliveira Torres
Por Miriam Hermes
Secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) desde janeiro de 2023, Walisson Oliveira Torres, conhecido como Walisson Tum, conversou com A TARDE sobre a expectativa para a 33ª Fenagro. Empreendedor rural, com atuação na política e passagem pela Assembleia Legislativa como deputado estadual entre 2019 e 2022, Tum falou sobre a importância do setor para a economia baiana e as boas perspectivas para a próxima safra.
Na última safra, a Bahia viveu um período com menor índice pluviométrico em diferentes regiões, com perdas principalmente entre os rebanhos bovinos e na produção de grãos. No entanto, o agro mantém um PIB em torno de 28%, evidenciando a força do setor. Como avalia o atual momento da agropecuária baiana?
O agronegócio baiano é como um gigante que se adapta, sabe? Está sempre se reinventando. Passamos por momentos mais desafiadores, como essa seca que você mencionou, mas sempre encontramos um jeito de superar as dificuldades. É a força do nosso povo, nossa capacidade de inovar e nossa paixão pelo campo que fazem a diferença. Olha só, o agro representa mais de 20% do PIB da Bahia. Isso mostra a importância que temos para a economia do estado. Geramos emprego, renda e movimentamos a economia de diversas cidades. E o mais legal é que estamos sempre buscando novas tecnologias, novas formas de produzir, para sermos cada vez mais eficientes e sustentáveis. A Bahia é um estado privilegiado. Temos um clima favorável, uma terra rica e uma biodiversidade incrível. Tudo isso faz da Bahia um lugar perfeito para produzir alimentos de qualidade. E o melhor de tudo é que estamos sempre investindo em pesquisa e desenvolvimento, para garantir que nosso agro continue crescendo e se desenvolvendo. Então, apesar dos desafios, estamos muito otimistas com o futuro do agro baiano. Temos tudo para continuar sendo um dos principais polos agrícolas do País.
O que esperar para o fim deste ano e para 2025?
Acredito que o agronegócio vai continuar sendo um setor importante na formação do PIB em 2025. As condições climáticas parecem favorecer a ‘perspectiva de safra recorde’. Os dados que temos até agora, do Prognóstico da Conab, estimam uma safra baiana de grãos 24/25 de 13,1 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 5,6%. Para 2025, esperamos que o avanço das tecnologias seja uma tendência no agronegócio, aliada à adoção de práticas sustentáveis e uma abordagem consciente em relação aos desafios globais.
Neste momento em que ocorerm os últimos preparativos para a 33ª Fenagro, qual a expectativa para a retomada do evento?
A expectativa é das melhores. Sempre digo que a Fenagro é como uma grande festa do agro, sabe? E depois de um tempinho sem, a vontade de voltar é ainda maior. A cada dia que passa, a gente vê que a feira está ficando ainda mais completa e com novidades que vão surpreender todo mundo. Estamos falando da maior exposição agropecuária do Norte e Nordeste. É um evento que movimenta a economia, que promove a tecnologia e que reúne os principais players do agronegócio. Mas não é só isso, a Fenagro também é um espaço para a família, com atrações para todas as idades. Imagina só: a criançada se divertindo na Fenagrinho, a gente aprendendo mais sobre os animais no Museu da Anatomia, e ainda tem shows pra animar a galera. É uma festa completa! Sem dúvida, essa edição vai ser histórica.
Além de ser vitrine da produção estadual e oportunidade de negócios, a Fenagro dissemina novidades. Qual a relevância da feira para a agropecuária e, em consequência, para a economia baiana?
A Fenagro é como um show do que a gente está fazendo no campo, sabe? É onde a gente mostra para todo mundo o nosso potencial, as novidades que a gente está trazendo e as oportunidades que o setor oferece. Imagina um lugar onde você encontra tudo o que precisa saber sobre o agro: as últimas tecnologias, as melhores raças de animais, as novas técnicas de cultivo. É um verdadeiro banquete de conhecimento para quem trabalha com agricultura. Mas a Fenagro não é só para quem está no dia a dia do campo não. É um evento pra todo mundo. As crianças adoram ver os animais, as famílias aproveitam para se divertir e até quem nunca pisou em uma fazenda pode conhecer um pouco mais sobre o nosso trabalho. E para a gente, que trabalha com o agro, a Fenagro é muito mais do que uma feira. É uma oportunidade de fazer negócios, de trocar ideias, de fortalecer as nossas parcerias e de mostrar para todo mundo a importância do nosso setor para economia do estado.
O que a Seagri trará de novidades para o evento? O que é possível revelar para os produtores rurais e demais visitantes?
Estamos preparando uma festa e tanto para essa Fenagro. Imagina um espaço onde você encontra tudo o que o governo da Bahia está fazendo pelo agro? É isso que o "Espaço +Bahia" vai ser. Vai ter de tudo um pouco: desde vacinação até simulações de trânsito. Queremos mostrar que o agro não é só plantar e colher. Tem muita tecnologia, inovação e cuidado com o meio ambiente envolvidos. A gente vai ter um espaço dedicado para cada cadeia produtiva da Bahia. Você vai poder conhecer de perto como a fruta que você come chega até a sua mesa, como a gente produz grãos de alta qualidade, e muito mais. E para quem gosta de um bom debate, teremos palestras e oficinas com especialistas em diversas áreas. A ideia é mostrar que o agro é um setor dinâmico e cheio de oportunidades. E a Fenagro é o lugar perfeito pra gente discutir o futuro do campo e celebrar as conquistas que já alcançamos.
A Seagri vem preparando diferentes setores da agropecuária baiana para enfrentar as mudanças climáticas e reforçar cuidados com a conservação ambiental. A temática estará presente na Fenagro?
Sim, a sustentabilidade é uma prioridade para a Seagri. Na Fenagro, vamos reforçar as diretrizes do Plano de Agricultura de Baixo Carbono do Estado da Bahia (Plano ABC+ Bahia 2024/2030), lançado em junho passado, que incentiva a adoção de práticas de baixo carbono e a recuperação de áreas degradadas. Acredito que a Fenagro será um espaço de troca de experiências e de aprendizado sobre como produzir mais e melhor, sem comprometer o meio ambiente. E temos direcionamentos claros quanto a isso, como as diversas tecnologias que promovem a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), tais como novas cultivares e raças mais produtivas com tolerância a pragas e doenças. Além de sistemas de produção integrados, como a integração-lavoura-pecuária-floresta (ILFP) ou a integração lavoura-pecuária (ILP), o manejo integrado de pragas e doenças (MIPD), o sistema de plantio direto (SPD), entre outros, e isso será mostrado, discutido e difundido na Fenagro.
A chegada de indústrias processadoras de milho no oeste para produção de biocombustíveis é uma das novidades que devem ser debatidas na feira. Embora para a safra 2024/25 a previsão seja de redução de área com milho (a cultura historicamente é a 3ª em área plantada), a demanda industrial poderá aumentar o interesse pela produção do cereal?
É como um novo vento soprando para a nossa agricultura. A chegada dessas indústrias de biocombustíveis na região oeste é um divisor de águas. Imagina só uma demanda constante por milho, o que significa um mercado mais seguro e com preços mais atrativos para o produtor. Mesmo com a previsão de redução na área plantada para essa safra, a longo prazo, acredito que essa nova realidade vai estimular cada vez mais produtores a investirem no cultivo de milho. Com a garantia de um comprador e a possibilidade de agregar valor à produção, muitos vão enxergar o milho como uma cultura ainda mais atrativa e estratégica. Além disso, essa nova dinâmica vai impulsionar a busca por tecnologias mais eficientes e sustentáveis. As parcerias com empresas de pesquisa e desenvolvimento vão se intensificar, o que é ótimo para a nossa agricultura. No fim das contas, todo mundo sai ganhando: o produtor, a indústria e o meio ambiente.
No segmento de fruticultura, além do consolidado vale do São Francisco (norte), também a Chapada Diamantina (centro) e o Médio São Francisco (oeste) têm resultados muito favoráveis. Com o objetivo de também agregar mais valor a esta produção, como estão as conversas no sentido da Bahia atrair mais agroindústrias?
É um tema que a gente discute muito por aqui. A Bahia tem um potencial enorme na fruticultura. O Vale do São Francisco já é conhecido mundialmente, mas a Chapada Diamantina e o Médio São Francisco também estão mostrando uma força incrível. A gente está trabalhando duro para transformar essa produção em riqueza para o nosso estado. Estamos de olho em atrair mais indústrias para processar essas frutas aqui mesmo na Bahia. A ideia é agregar valor, gerar mais empregos e, claro, garantir um retorno melhor para o produtor. Estamos conversando com investidores, criando um ambiente de negócios mais favorável e fortalecendo as nossas cadeias produtivas. As câmaras setoriais estão sendo fundamentais nesse processo, porque elas reúnem os produtores, o governo e a iniciativa privada para discutir as demandas do setor e encontrar soluções em conjunto. A Fenagro é mais uma oportunidade de mostrar para o mundo tudo o que a Bahia tem a oferecer. Queremos que a nossa feira seja um ponto de encontro para produtores, indústrias e investidores, para que a gente possa fechar novos negócios e impulsionar ainda mais o desenvolvimento do nosso agronegócio.
Deixe uma mensagem para os demais executores, produtores, expositores e para os visitantes da 33ª Fenagro.
Gente, a Fenagro está de volta com tudo! Depois de tanto tempo esperando, a gente preparou uma festa incrível para celebrar o agro baiano. É uma oportunidade única para todos nós, produtores, expositores, visitantes, todo mundo que ama o campo. A feira vai ser um show de novidades. Novidades em tecnologia, em genética, em práticas sustentáveis. Tudo o que a gente precisa para produzir cada vez mais e melhor. E o melhor é que a gente vai ter acesso a tudo isso em um só lugar. A Fenagro é muito mais do que uma feira, é um momento de encontro, de troca de experiências e de fazer negócios. É um evento que movimenta a economia do nosso estado e que mostra para o mundo tudo o que o agronegócio baiano é capaz de fazer. Então, não percam essa oportunidade. Convidem a família, os amigos, os vizinhos. Vamos juntos celebrar o sucesso do agro baiano.
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