GASTRONOMIA
Filhos herdam dos pais o amor pela cozinha
Por Gabriel Serravalle

O chef Tiago Curvo atua como professor e consultor gastronômico. Já o chef Gabriel Lobo tem o restaurante como local de trabalho. Apesar das diferenças de atuação de cada um na profissão, eles possuem algo em comum: ambos tiveram o pai como grande inspiração para embarcar no mundo da gastronomia.
Os dois amantes da cozinha são só alguns dos exemplos de quem herdou do genitor a paixão pela comida. E, às vésperas do Dia dos Pais, eles resolveram lembrar como tudo começou. "Meu pai não era um cozinheiro profissional, mas quando chegava todo fim de semana ele cozinhava para a gente. E quem ajudava ele era eu", conta Tiago Curvo.
Para o chef, os primeiros contatos com a cozinha proporcionados pelo pai, durante a adolescência, foram despertando nele o gosto por cozinhar. "Ele via um programa, gravava, anotava uma receita e dizia: 'vamos fazer agora isso aqui'. Aos poucos, à medida em que crescia, fui pensando em levar isso adiante", diz.
Já o chef Gabriel Lobo conta que desde muito cedo teve contato com a culinária. Isso acontecia quando o pai o levava para as reuniões no terreiro do bisavô, que era babalorixá. "Era um momento em que estávamos com outros parentes e a gente falava sobre comida, que é algo muito presente na nossa família. Foi a partir daí que comecei a receber as primeiras influências de meu pai", lembra.
Mas foi no dia a dia que o chef, quando criança, aprendeu a "botar a mão na massa". "Quando meu pai chegava do trabalho ele sempre preparava algo para comer. E eu o acompanhava e aprendia".
Virou profissão
Apesar do prazer que tinham em lidar com comida, nenhum dos dois pais optou por seguir a carreira gastronômica. Os filhos, ao contrário, resolveram transformar a paixão em profissão.
Tiago Curvo resolveu partir para São Paulo para fazer o curso de Cozinheiro Chefe Internacional. Depois de adquirir conhecimento e experiência, voltou para Salvador, onde, hoje, presta consultoria para restaurantes e trabalha como professor de gastronomia na Unifacs.
Gabriel Lobo teve o primeiro contato com uma cozinha profissional aos 16 anos, quando trabalhou em uma unidade de uma rede de fast food. Depois teve a oportunidade de ir para a Espanha, onde ficou por seis meses. Lá teve contato com a alta gastronomia e aprofundou o aprendizado. Hoje ele é chef do restaurante Amadinho e presidente da Associação de Food Trucks & Comida de Rua da Bahia.
Tradição mantida
Mesmo com uma agenda intensa de trabalho, os chefs sempre reservam um tempo para manter a tradição de cozinhar ao lado do pai. "Eu e meu pai sempre fazemos a entrada e o prato principal. Minha mãe e minha esposa se encarregam da sobremesa", revela Curvo, que indica um risoto de salmão com abobrinha (ver receita ao lado) como uma boa pedida para o almoço do Dia dos Pais.
Para Lobo, também é um prazer continuar a ter o pai como companheiro de cozinha. Mas, segundo ele, com o passar dos anos algumas coisas mudam. "Hoje o meu pai é mais folgado. Ele sabe que eu já aprendi. Agora ele só quer comer. Então ele apenas espera que eu prepare toda a comida", brinca o chef.
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