GASTRONOMIA
Ingredientes finos são apostas de marcas para a Páscoa

Por Débora Rezende

Parece até passe de mágica. É só fevereiro terminar que prateleiras suspensas brotam nos mercados seus ovos de Páscoa em embrulhos coloridos. Rival em tradição até mesmo do bacalhau no período, tem chocolate para todos os gostos.
Na hora de pagar a conta, no entanto, os preços desanimam, e comprar a boa e velha barra simples vira tentação. Para equilibrar a balança, empresas apostam na qualidade dos ingredientes para justificar o custo dos produtos.
O conceito, refinado, não fica restrito às marcas consolidadas. Em Salvador, a recém-nascida Choc - Chocolates Finos acompanha cada etapa da produção. Criação do casal Julia Strand Leal e Rodrigo Bastos, ela usa o próprio cacau, plantado no sul da Bahia.
Em 2013, eles se dedicaram a aprender técnicas de refinamento do doce, em cursos em São Paulo e na Alemanha. O resultado virou o lema da Choc, no mercado desde outubro do ano passado. "A gente só usa manteiga de cacau", explica Julia. "Não tem nenhum tipo de gordura hidrogenada. É mais saudável".
A produção ainda é pequena - depois de processado o cacau, na fazenda, o preparo fica a cargo do casal. Sem loja física, eles vendem em alguns pontos da cidade (nas lojas Martha Paiva e Irá Salles e no Almacen Pepe) e na internet.
Para sua primeira Páscoa, a marca traz duas opções. "O ovo é diferente", conta Julia. "Ele tem um efeito aveludado". São dois tipos que parecem envoltos em camurça - o laranja, de chocolate ao leite recheado com caramelo flor de sal, e roxo, de chocolate meio amargo com recheio trufado.
Ambos são vendidos por R$ 75 (350g) e têm recheio na casca, cuja textura é resultado de uma técnica aprendida na Alemanha, que mistura manteiga de cacau, chocolate e corante. "As pessoas não sabiam se podia comer, se podia pegar", brinca Julia. "De longe, parece que é um veludo".
"A gente vai continuar aceitando encomendas até a Páscoa", acrescenta Julia. Como a loja física ainda é plano futuro, eles apostam também na entrega a domicílio, sem taxa adicional, na região do entorno de bairros como Pituba, Graça e Caminho das Árvores.
Chocolate belga
Ainda na linha do artesanal, a também soteropolitana Atelier Bombom traz o chocolate belga para a Páscoa. "A gente tem cinco sabores de ovos", diz Adriana Pinheiro, sócia da marca com os dois irmãos.
No mercado desde 2007 - com chocolate, desde 2012 -, a marca não produz seu cacau, mas só compra o produto com 30% ou mais de matéria-prima. "A gente manipula o chocolate que compra".
Com base no doce belga, a empresa traz o conceito da iguaria pura ("Chocolate hidrogenado não é chocolate", enfatiza Adriana). Os preços variam de R$ 15 a R$ 58.
Para o período, eles apresentam o Ovo de Palha Italiana (400g - R$ 48), Ovo de Brigadeiro Belga (350g - R$ 43), Ovo com Gotas de Chocolate (90g - R$ 15), Caixinha 6 Ovos (tamanho de ovo de galinha - R$ 32) e Ovo Toffee de Amêndoas (390g - R$ 54).
O Atelier aceita encomendas até a produção chegar no máximo ("O trabalho da gente é artesanal. Quando chegar no limite, a gente para. Não tem como prever", explica Adriana). É possível pedir os ovos pela internet e na loja física da marca, localizada na Graça.
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