GUERRA EM ISRAEL
Para o Brasil, morte de crianças em Gaza faz pensar em 'genocídio'
Mais de 10.000 pessoas morreram sob as bombas israelenses na Faixa de Gaza
Por AFP
O representante do Brasil na Conferência de Ajuda Humanitária para Gaza, o ex-chanceler Celso Amorim, defendeu, nesta quinta-feira (9), um "cessar-fogo" e avaliou que a morte de milhares de crianças em bombardeios israelenses faz pensar em "genocídio".
Israel lançou uma campanha de bombardeios em Gaza em 7 de outubro em resposta ao ataque do movimento islamista Hamas nesse mesmo dia, o qual matou mais de 1.400 pessoas, em sua maioria civis, e que mantém sequestrados cerca de 240 reféns, segundo as autoridades.
Mais de 10.000 pessoas, em sua maioria civis e entre elas mais de 4.000 crianças, morreram sob as bombas israelenses na Faixa de Gaza, um pequeno território de 360km² onde vivem amontoados mais de dois milhões de pessoas, segundo o ministério da Saúde do Hamas.
"Eu reitero a condenação do Brasil dos ataques terroristas contra os israelenses e a tomada de reféns. No entanto, atos bárbaros como esses não justificam o uso indiscriminado da força contra civis", disse Amorim em um discurso em inglês.
"A morte de milhares de crianças é chocante. A palavra genocídio inevitavelmente vem à mente", acrescentou o assessor especial da Presidência brasileira durante o evento em Paris.
A França organizou essa conferência para reunir os principais doadores e acelerar a ajuda - alimentos, energia e equipamentos médicos - para a Faixa de Gaza, que também registra um êxodo de seus habitantes em direção ao sul.
As Nações Unidas estimam que seria necessário angariar 1,2 bilhão de dólares (quase 6 bilhões de reais) de ajuda para as populações de Gaza e Cisjordânia daqui até o final do ano.
O ex-ministro das Relações Exteriores e de Defesa brasileiro defendeu um "cessar-fogo humanitário" e que se garanta passagens seguras para a entrada de ajuda humanitária para hospitais e escolas.
Amorim considerou que a situação atual faz parte de "um conflito mais amplo que já dura 75 anos", cuja solução, em sua opinião, é "o reconhecimento de um Estado palestino viável" ao lado de Israel "com fronteiras seguras e mutuamente aceitas" por ambos.
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