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CESSAR-FOGO

Reunidos no Egito, líderes internacionais pedem cessar-fogo

Encontro terminou sem um comunicado conjunto, devido à falta de acordo entre os países

Por AFP

21/10/2023 - 18:52 h | Atualizada em 21/10/2023 - 19:11
Autoridades israelenses afirmam que mais de 1.400 pessoas morreram no ataque sem precedentes do Hamas contra Israel executado em 7 de outubro
Autoridades israelenses afirmam que mais de 1.400 pessoas morreram no ataque sem precedentes do Hamas contra Israel executado em 7 de outubro -

Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, a entrega de ajuda maciça à Faixa de Gaza e uma solução definitiva para o conflito israelense-palestino, foram os pedido dos líderes árabes e ocidentais reunidos neste sábado na "Cúpula da Paz", no Cairo. Mas, de acordo com a diplomacia árabe, o encontro terminou sem um comunicado conjunto, devido à falta de acordo entre os países.

As autoridades israelenses afirmam que mais de 1.400 pessoas morreram no ataque sem precedentes do Hamas contra Israel executado em 7 de outubro. Cerca de 200 pessoas continuam sequestradas pelo grupo islamista palestino.

Quase 4.300 palestinos já morreram na Faixa de Gaza nos bombardeios diários israelenses em represália, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o enclave desde 2007.

As negociações, conforme as autoridades, tropeçaram em dois pontos: os países árabes se negam a assinar a “condenação clara ao Hamas” e “o pedido de libertação dos reféns” feito pelos ocidentais.

Em resposta, Israel lamentou a falta de uma condenação do que chama de “terrorismo islâmico”. “É lamentável que, mesmo depois de ter que enfrentar essas atrocidades horríveis, haja quem tenha dificuldade de condenar o terrorismo ou reconhecer o perigo”, criticou o Ministério das Relações Exteriores israelense.

A ONU calcula que são necessários ao menos 100 caminhões diários para ajudar os 2,4 milhões de moradores de Gaza, que enfrentam a falta de água, energia elétrica e combustíveis.

Guterres discursou para políticos do Egito, da Jordânia e da Autoridade Palestina, além de ministros das Relações Exteriores de países árabes e europeus, e dirigentes da Liga Árabe, da União Africana e da União Europeia. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, estava presente.

Rússia, China, Japão, Canadá e Estados Unidos também enviaram representantes, e Israel não participou do encontro.

O rei Abdullah II, da Jordânia, pediu "um cessar-fogo imediato", e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, insistiu no "direito dos palestinos de estabelecer seu Estado". "Não podemos permitir que esse conflito se torne uma crise regional", declarou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que governa na Cisjordânia, reiterou seu pedido pelo fim "da ocupação israelense dos territórios palestinos" e por uma solução de dois Estados.

"Não iremos embora" das terras palestinas, repetiu três vezes Abbas, que ao lado do Egito e da Jordânia expressa oposição há vários dias à ordem israelense para que os habitantes do norte da Faixa de Gaza abandonem a área e prossigam para o sul, na fronteira com o Egito.

Os líderes políticos da região consideram que este é um primeiro passo para um "deslocamento forçado" de palestinos em direção ao Sinai egípcio. Abbas afirmou que isto seria o equivalente a "uma segunda Nakba" (catástrofe em árabe), em referência à expulsão de quase 760.000 palestinos após a criação do Estado de Israel em 1948.

Vidas palestinas e israelenses

Abdullah II criticou "o silêncio global", que considerou uma "mensagem muito perigosa". "A mensagem que o mundo árabe recebe é alta e clara: as vidas palestinas importam menos do que as israelenses", declarou.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, denunciou "a ajuda militar incondicional a Israel, que serve apenas para manter a ocupação" dos Territórios Palestinos. Seu par saudita, Faisal bin Farhan, criticou a rejeição do Conselho de Segurança da ONU a duas resoluções que pediam o fim das hostilidades.

O Egito, que organizou a cúpula, quer desempenhar um papel diplomático importante no conflito. O país foi a primeira nação árabe a assinar um acordo de paz com Israel, em 1979, e desde então o Cairo atua como mediador habitual entre Israel e os palestinos, incluindo o grupo Hamas. Além disso, o Egito tem o único ponto de entrada para a Faixa de Gaza que não é controlado por Israel, Rafah.

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