OFENSIVA
Estados Unidos vão enviar 31 tanques de guerra para a Ucrânia
Segundo presidente Joe Biden, os veículos serão entregues em questão de meses
Por Da Redação com AFP
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira, 25, que vai enviar 31 tanques de batalha M1 Abrams para a Ucrânia. Segundo ele, os veículos de guerra serão entregues em questão de meses e a decisão ajudou a quebrar um impasse diplomático com a Alemanha sobre a melhor forma de ajudar Kiev na guerra contra a Rússia.
De acordo com Biden, os tanques são necessários para ajudar os ucranianos a "melhorar sua capacidade de manobrar em terreno aberto". Ele também agradeceu à Alemanha por sua decisão de fornecer à Ucrânia tanques Leopard 2.
"A expectativa por parte da Rússia é que vamos nos separar", disse Biden sobre os aliados dos EUA e da Europa. "Mas estamos totalmente, total e completamente unidos."
Sob pressão de seus parceiros, a Alemanha autorizou nesta quarta-feira o envio de tanques de guerra Leopard para a Ucrânia, que os reivindicava insistentemente para se defender melhor contra a invasão russa.
De acordo com o porta-voz do governo alemão, Seffen Hebestreit, a Alemanha entregará 14 tanques Leopard 2A6 à Ucrânia e permitirá aos países europeus, que assim desejarem, fornecer a Kiev os veículos blindados em seu poder.
"Fazemos o que é necessário e possível para apoiar a Ucrânia. Ao mesmo tempo, devemos evitar que o conflito se transforme em uma guerra entre a Rússia e a Otan", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, à Câmara baixa do Parlamento.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que esses veículos de combate podem ajudar a Ucrânia a "vencer" a guerra. E o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, transmitiu a Scholz seus "sinceros agradecimentos".
Em Berlim, o embaixador russo, Sergei Nechaev, alertou que a decisão é "extremamente perigosa" e "levará o conflito a um novo nível de enfrentamento".
"Isso nos convence mais uma vez de que a Alemanha, assim como seus aliados mais próximos, não quer uma solução diplomática para a crise ucraniana e quer uma escalada permanente", disse o embaixador.
"O objetivo é reunir, rapidamente, dois batalhões de tanques Leopard 2 para a Ucrânia", disse anteriormente o porta-voz do governo alemão.
O treinamento das forças ucranianas no uso desses tanques "começará em breve na Alemanha", acrescentou o porta-voz.
O pacote acordado após intensas negociações com os aliados da Ucrânia inclui apoio logístico, munição e manutenção desses tanques de combate.
Além de Alemanha, a Noruega também anunciou o envio de tanques de combate Leopard 2.
"A Noruega e o seu governo apoiam a doação de veículos de combate para a Ucrânia. A Noruega vai participar", declarou o ministro Bjørn Arild Gram em entrevista à emissora pública NRK, sem detalhar o número de tanques que serão enviados.
A Espanha disse que está "disposta" a enviar vários dos Leopards que possui para a Ucrânia e ofereceu treinamento para operá-los e mantê-los.
"Os tanques queimarão"
O Leopard é um tanque pesado que, segundo especialistas, pode romper as linhas russas no leste da Ucrânia, 11 meses após a invasão.
Esses tanques estão espalhados pela Europa, mas, para serem enviados para Kiev, precisavam da autorização da Alemanha. Nos últimos dias, o governo alemão sofreu uma tremenda pressão de seus parceiros da Otan.
O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, alertou nesta quarta-feira, antes do anúncio da decisão, que o Ocidente "superestima o potencial que (os tanques) podem dar ao Exército ucraniano".
"Esses tanques queimarão, como todos os outros. São muito caros", frisou.
Do lado ocidental, as primeiras reações pela decisão de Berlim não demoraram a chegar.
O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, que pressionou muito o governo alemão nos últimos dias, agradeceu a Berlim. "É um grande passo para parar a Rússia. Juntos somos mais fortes", disse ele.
Os Leopard "fortalecerão o poder de fogo defensivo da Ucrânia" e são "a decisão certa", disse o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, cujo país anunciou recentemente o envio de 14 tanques pesados Challenger 2 para a Ucrânia.
A França disse que acolheu a decisão alemã, mas o governo do presidente Emmanuel Macron ainda não decidiu se enviará seus próprios tanques Leclerc para a Ucrânia.
Segundo analistas, as hesitações da Alemanha se deviam ao temor de uma escalada militar com a Rússia. A questão gerou tensões dentro do governo de coalizão, entre o Partido Social-Democrata de Scholz, os Verdes e os Liberais.
Agradecimento
O anúncio dos Estados Unidos e Alemanha é um "passo importante" para a vitória do país, invadido pelo Rússia, afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, nesta quarta-feira.
O presidente ucraniano agradeceu no Twitter ao chefe de Estado americano, Joe Biden, pela "poderosa" decisão. "É um passo importante rumo à vitória", opinou.
"Hoje, o mundo livre está unido como nunca antes com um objetivo comum: a libertação da Ucrânia", acrescentou.
Kiev vinha reivindicando insistentemente esses equipamentos para conter o avanço do Exército russo.
O chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, classificou o dia como "histórico" e garantiu, em postagem no Telegram, que os tanques "vão decidir" a "futura vitória" da Ucrânia.
"Jamais nos esqueceremos disso. Chega o grande momento. A democracia vai prevalecer", acrescentou.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou que o anúncio dos Estados Unidos era "o resultado sólido das negociações com os aliados e uma prova do apoio global à Ucrânia".
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