GUERRA NA UCRÂNIA
Líderes mundiais criticam Putin por ameaça de uso de armas nucleares
Putin afirmou que decisão foi motivada para "proteger a pátria, sua soberania e integridade territorial"
Por Da Redação
Lideranças de todo o mundo criticaram o presidente russo Vladmir Putin após o anúncio de mobilização parcial de seus cidadãos para a guerra na Ucrânia e a sugestão de uso de armas nucleares.
Durante discurso feito nesta quarta-feira, 21, Putin afirmou que a decisão foi motivada pela necessidade de "proteger nossa pátria, sua soberania e integridade territorial, para garantir a segurança de nosso povo e do povo nos territórios libertados".
Ele amarrou a declaração afirmando que a ameaça era real. "Utilizaremos todos os meios disponíveis para proteger a Rússia e o nosso povo. E estou dizendo 'todos os meios' [...] Isto não é um blefe".
A oposição a Putin na Rússia se manifestou contrária à decisão do presidente. Principal opositor de Putin na Rússia, Alexei Navalny afirmou que a guerra é criminosa e fracassada e convocou mobilização contra a medida.
“Está claro que a guerra criminosa está piorando, se aprofundando, e Putin está tentando envolver o maior número possível de pessoas nisso”, disse Navalny em uma mensagem divulgada pelos seus advogados.
Ele afirmou que Putin quer manchar "centenas de milhares de pessoas com esse sangue".
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg afirmou que, apesar de perigosa e imprudente, a retórica não causa surpresa.
"Portanto, estamos preparados. Vamos manter a calma e continuar a dar apoio à Ucrânia. O discurso do presidente demonstra que a guerra não está indo de acordo com os planos de Putin".
Na Ucrânia, o anúncio de Putin foi alvo de duras críticas, principalmente pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Ele quer afogar a Ucrânia em sangue, mas também no sangue de seus próprios soldados", disse.
Zelensky afirmou que a guerra não segue como planejado pela Rússia e Putin precisou topmar decisões impopulares.
"Nós já sabemos que eles mobilizaram cadetes — caras que não podiam lutar. Esses cadetes caíram. Eles não conseguiram nem terminar o treinamento. Todas essas pessoas não podem lutar. Eles vieram até nós e estão morrendo”, frisou Zelensky.
"Ele vê que suas unidades estão apenas fugindo. Ele precisa que um exército de milhões venha até nós, porque vê que grande parte daqueles que vêm até nós simplesmente fogem.” “Ele quer jogar mais homens nas chamas da guerra que ele não tem chance de ganhar”, pontuou.
Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia e a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, condenaram as operações russas no país vizinho.
Em nota, afirmaram que a invasão russa está falhando e o anúncio de Putin "é uma declaração de fraqueza”.
No Twitter, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que a mobilização parcial é um “ato de desespero”.
"A Rússia não pode vencer esta guerra criminosa. Putin subestimou completamente a situação desde o início — a vontade da Ucrânia de resistir e a união de seus amigos".
O presidente da França, Emmanuel Macron, considerou que Putin está cometendo "um novo erro".
“Hoje, a Rússia está cada vez mais isolada e cada vez mais comprometida com uma guerra que só [a Rússia] quer, e que é ilegal e ilegítima. Todo mundo está pedindo paz. Ninguém entende mais as escolhas feitas pela Rússia”, pontuou.
A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, afirmou que a decisão de Putin mostra com quanto medo ele está.
"A ameaça sempre foi real, considerando que a Rússia é uma potência nuclear. E vemos que esta guerra não está de acordo com os planos de Putin, então ele está claramente com medo", disse em entrevista à CNN.
Kallas afirmou ainda que apesar da ameaça de uso de armas nucleares, o mundo não deve ter medo.
"Não devemos ceder um centímetro. Na verdade, devemos colocar mais pressão sobre a Rússia para parar esta guerra, porque agora o descontentamento dentro da sociedade russa também está aumentando, porque eles também estão sentindo a guerra na pele, por assim dizer".
Sem cita o nome de Putin ou da Rússia, o papa Francisco, durante discurso na Praça de São Pedro na Cidade do Vaticano, criticou a operação.
"Esta guerra trágica nos leva ao ponto em que algumas pessoas estão pensando em armas nucleares, essa loucura".
O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, disse que a Rússia está protagonizando uma tentativa de destruir a Ucrânia e tomar parte do território.
"Não podemos concordar com isso. Quando a Rússia mostra sua força bruta, devemos mostrar nossa força de defesa. A Polônia faz parte da aliança mais importante da história do mundo e isso é uma poderosa garantia de segurança para nós".
Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda, afirmou que a Ucrânia está "cada vez mais capaz de virar a maré" e a Rússia deu o sinal de pânico.
"Você também vê que o apoio ocidental está começando a funcionar, então nossa ajuda com sistemas de armas e outras coisas. Precisamos realmente continuar com isso".
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