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FABRICAÇÃO

Apesar de queda da produção, setor moveleiro aumenta de receita

Indústria brasileira de móveis encerrou o 1º semestre deste ano com um aumento de 0,6% na receita em relação

Por Dianderson Pereira*

23/09/2023 - 5:00 h
Luiz Valente, Juliano Torquato e Antônio Barbosa, sócios na Larplan: “Últimos 3 meses do ano são mais fortes”
Luiz Valente, Juliano Torquato e Antônio Barbosa, sócios na Larplan: “Últimos 3 meses do ano são mais fortes” -

O setor moveleiro do Brasil sofreu algumas oscilações no 1º semestre de 2023, apresentando aumentos na movimentação da receita, mas por outro lado, houve queda no volume de produção. De acordo com as edições do estudo Conjuntura de Móveis da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), desenvolvido pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), a indústria moveleira terminou o 1º semestre com uma movimentação de receita em R$ 35,5 bilhões, com um aumento em 0,6% em comparação a 2022. Em volume de produção do semestre, foram fabricadas 190,2 peças, com uma queda em 0,7% ao se comparar com 2022.

O presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, diz que essas oscilações ocorrem pela inflação da indústria moveleira. Conforme Irineu Munhoz, o setor moveleiro permanece enfrentando desafios no decorrer de sua cadeia, como uma carga inflacionária acima da média nacional, que alavanca consideravelmente os preços na ponta, combinada a um ambiente de crédito desfavorável e sem grandes ações de incentivo ao consumo ao longo do ano.

“O preço médio de produção de móveis, que fechou o primeiro semestre em R$ 193,20 por peça, registrou uma alta de 2,09% no acumulado de janeiro a junho deste ano. Isso demonstra que os desafios que enfrentamos em relação às flutuações econômicas e o ambiente de negócios desfavorável no Brasil e no mundo continuam a pesar sobre a indústria de móveis. Em relação ao preço médio dos móveis, o valor subiu em 0,60% em junho, por exemplo, e durante o semestre passou por outras oscilações com um acréscimo semestral de 2,7%”, explica Irineu Munhoz.

Irineu Munhoz, da Abimóvel.
Irineu Munhoz, da Abimóvel. | Foto: Abimóvel / Divulgação

Na Bahia, o levantamento da Abimóvel consta de 568 empresas atuando no mercado moveleiro, com 5,9 mil funcionários e apresentando um Índice de Potencial de Consumo em 5,08% em relação ao cenário brasileiro. Entre as empresas que mais empregam, as pequenas são as principais.

Juliano Torquato, proprietário da empresa de móveis planejados Larplan, comenta que a empresa busca produzir móveis que atendam às necessidades dos clientes, sendo realizadas sob demanda. O proprietário também fala que percebeu mudança no volume de produções, mas sinaliza uma maior busca ao final do ano, com maiores demandas em móveis de cozinha, guarda-roupa e rack de sala. “Existe uma tendência de aumento a partir do mês de outubro. Os últimos três meses do ano são mais fortes para o setor”, menciona Juliano Torquato.

Crédito para consumo

Os financiamentos para móveis são formas de fazer com que o mercado mobiliário também se movimente. O presidente da Abimóvel ressalta que eles são importantes para o setor porque colaboram para o acesso a compras de mobiliário que, de outra forma, poderia não ser financeiramente viável para as famílias brasileiras

Segundo a consultora financeira de bens e serviços, Gabriela Lyrio, existe uma procura significativa para aquisição de móveis planejados através do consórcio de serviços. “O cliente escolhe o valor do crédito e inicia participando das assembleias e galgando a contemplação através de lances. Após a contemplação o valor é pago ao prestador do serviço e o cliente segue pagando as parcelas pré-fixadas”.

Gabriela Lyrio pontua busca por consórcio para móveis
Gabriela Lyrio pontua busca por consórcio para móveis | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

A consultora comenta que algumas empresas de consórcios geralmente estabelecem um valor limite para a aquisição de bens, sendo necessário consultar o estabelecimento antes. “A partir de R$ 15 mil até R$ 30 mil, os financiamentos são sem bens de garantia, acima de R$ 30 mil, necessita ter um bem de garantia”.

Há também empresas que oferecem financiamentos sem limite de crédito, como a Sim, fintech do Grupo Santander, que funciona 100% digital. A Sim é responsável por conceder 45% das operações de crédito para aquisição de móveis a pessoas físicas, de acordo com a consultoria Iemi – empresa referência em Inteligência de Mercado e análise de dados.

O CEO da Sim, Marcelo Aleixo, explica que na plataforma não há limite de crédito, o que determina o valor que pode ser parcelado é o potencial financeiro do cliente e o seu score de mercado. Além disso, foram observadas as movimentações sobre o setor de móveis e decoração dentro da plataforma.

“Do começo do ano até agora notamos uma robustez na busca por financiamento de móveis e decoração: mais de 80 mil simulações foram feitas por mês dentro desse segmento. Vale ressaltar que temos mais de 15 mil lojistas parceiros cadastrados em nossa plataforma”, diz Marcelo Aleixo.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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Tags:

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