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MORADIA

Casa própria: como conquistar o primeiro imóvel em 2026

Transformar o sonho da compra do imóvel em realidade exige cumprir requisitos e alinhar expectativas

Joana Lopes*

Por Joana Lopes*

27/12/2025 - 4:51 h
Larissa comemora a compra do primeiro imóvel
Larissa comemora a compra do primeiro imóvel -

Para muitos brasileiros, comprar a primeira casa ou apartamento é a principal conquista patrimonial. E essa decisão envolve muito mais do que gosto pessoal ou emoção. Trata-se de um compromisso financeiro de longo prazo, que exige planejamento, informação e olhar crítico para evitar frustrações futuras. Especialistas dizem que, antes mesmo de iniciar a busca, o primeiro passo é a autoanálise.

“A pergunta fundamental é: o que eu realmente preciso em um imóvel?”, afirma a arquiteta Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura. Segundo ela, alinhar expectativas ao estilo de vida atual e aos planos futuros ajuda a filtrar opções e economiza tempo. Questões como tamanho mínimo, possibilidade de crescimento da família, necessidade de home office, presença de pets, orçamento total e disposição para reformas devem ser respondidas logo no início do processo.

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A arquiteta reforça que o imóvel ideal não é apenas o mais bonito, mas o que se adapta às mudanças da vida. “Pode ser a casa dos sonhos, mas se não estiver preparada para adversidades, essa promessa vira problema”, alerta.

Entre todos os critérios, a localização costuma ser decisiva. Estar próximo a transporte público, escolas, hospitais, mercados e áreas de lazer impacta diretamente a qualidade de vida. “Muitas vezes, morar em um bairro bem servido de infraestrutura compensa mais do que um imóvel maior em uma região distante”, observa a também arquiteta Danielle Dantas.

Foi justamente a localização o que mais pesou na decisão de Larissa dos Santos Conceição, de 27 anos, técnica em projetos elétricos, que acaba de comprar seu primeiro imóvel em Salvador. A unidade fica perto do seu local de trabalho, do metrô e da praia, fatores que tornaram a decisão ainda mais assertiva.

“A acessibilidade influencia diretamente na qualidade de vida”, afirma. Para quem pretende comprar a casa própria em 2026, ela aconselha: “Avaliar bem a localização é essencial, porque ela influencia diretamente na valorização do imóvel ao longo do tempo”.

Para famílias com crianças ou animais de estimação, a proximidade de parques e áreas verdes também conta pontos. Além disso, visitar o imóvel em diferentes horários do dia ajuda a identificar ruídos, trânsito intenso, bares noturnos ou obras em andamento que podem se tornar incômodos no futuro.

Nos grandes centros urbanos, condomínios com áreas de lazer completas se tornaram atrativos, mas também elevam o valor da taxa mensal. Academias, piscinas, playgrounds e coworkings só valem a pena se realmente fizerem parte da rotina da família. “É essencial verificar se o condomínio cabe no orçamento e se os serviços serão utilizados”, orienta Danielle Dantas.

Conhecer o perfil dos vizinhos, ler atas de assembleias e entender as regras internas também evita surpresas. Uma simples conversa pode revelar problemas recorrentes ou conflitos que não aparecem no anúncio do imóvel.

Novo ou usado?

A escolha entre imóvel novo, usado ou na planta depende da condição financeira e da urgência da mudança. Para Nilson Araújo, presidente do Creci Bahia, imóveis prontos atendem melhor quem precisa se mudar rapidamente e já dispõe de recursos, como FGTS e crédito aprovado. Já os imóveis na planta costumam oferecer condições facilitadas de pagamento e financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação.

Ele lembra que “a parcela do financiamento não deve comprometer mais de 30% da renda mensal e que o uso do FGTS precisa ser bem avaliado — seja para entrada ou para amortização futura da dívida”. Outra alternativa que ganha espaço são os leilões imobiliários, com preços até 50% abaixo do mercado.

Larissa Conceição optou por um apartamento na planta, dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, financiado pela Caixa Econômica Federal. Além das várias etapas de simulação e análise de crédito, entrega de documentos e avaliação do imóvel, ela teve atenção redobrada com o orçamento. Um dos principais desafios foi lidar com a taxa de evolução da obra. “É um valor mensal que não é abatido do financiamento e aumenta conforme o andamento da construção, mas não ultrapassa o valor da parcela, como previsto em contrato”, explica. Para ela, entender essas regras desde o início foi fundamental para evitar surpresas.

O advogado especialista em Direito Imobiliário Rodrigo Karpat alerta que atrasos na entrega, divergências entre o projeto e o imóvel entregue e cobranças indevidas estão entre os principais problemas enfrentados por compradores. Pesquisar a reputação da incorporadora e da construtora, conferir materiais de divulgação e exigir acesso a toda a documentação do empreendimento são medidas básicas.

“Somente documentos devidamente registrados têm validade legal. Registrar o imóvel é essencial para garantir a propriedade e evitar fraudes”, destaca Karpat, que também recomenda a leitura cuidadosa do contrato com apoio jurídico especializado.

Aspectos técnicos muitas vezes passam despercebidos na primeira visita, mas fazem grande diferença no dia a dia. Boa iluminação natural reduz gastos com energia e aumenta o conforto térmico. Ventilação cruzada evita mofo e umidade. Além disso, nem todos os imóveis permitem reformas estruturais, como derrubar paredes ou integrar ambientes. Verificar essas limitações antes da compra evita dores de cabeça e gastos inesperados.

* Colaborou Isabel Queiroz

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