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ESTRATÉGIA

Empreendedores aumentam as vendas e conquistam novos clientes em feiras de rua

Pequenas marcas de moda, gastronomia e artesanato encontram novas oportunidades nestes espaços

Por Joana Lopes

23/02/2025 - 7:00 h
Tamyres, que trabalha há dez anos com confecções em crochê, participa pela primeira vez da Feira da Cidade
Tamyres, que trabalha há dez anos com confecções em crochê, participa pela primeira vez da Feira da Cidade -

Tamyres Souza trabalha há 10 anos com confecções em crochê. Sempre fez chapéus e tops e, há alguns anos, se aperfeiçoou na criação de bolsas. Ela divulga o trabalho nas redes sociais, onde às vezes recebe encomendas, mas vende principalmente em lojas colaborativas, que cobram 15% sobre o valor de cada peça. Pesquisando alternativas para lucrar mais, um amigo, também empreendedor, recomendou que ela participasse de alguma das várias feiras de rua de Salvador que reúnem pequenas marcas de moda, gastronomia e artesanato. Neste final de semana, ela participa pela primeira vez da Feira da Cidade, que acontece no Rio Vermelho.

“Feiras como essa têm crescido e são uma boa oportunidade de apresentar a marca a outros públicos”, diz Tamyres, que pretende somar cerca de R$ 2 mil em vendas. Além dos 30 modelos com os quais trabalha, ela criou peças menores e mais baratas, como bolsas pequenas, biquínis e pulseiras para o Carnaval. Para participar do evento, ela preencheu um formulário de inscrição e pagou R$ 300 referentes ao aluguel de mesa, cadeira e toldo para criar seu stand. Esse valor pode chegar a R$ 600, dependendo do espaço que o empreendedor deseja ocupar para expor seus produtos.

Anne Cristina Nogueira, coordenadora de empreendedorismo da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), foi uma das pioneiras nesse movimento. Há oito anos, ela criou uma feira onde professoras aposentadas passaram a vender os macramês, arranjos florais e outros artesanatos que produziam. De lá para cá, a iniciativa cresceu e hoje reúne de 40 a 80 negócios por edição. “Para pequenos empreendedores, desempregados, aposentados de baixa renda e trabalhadores que dependem da renda extra, esses eventos são essenciais. Ajudam a fazer a economia criativa girar”, afirma.

Segundo Nogueira, a maioria das marcas é de mulheres que são arrimo de família. “Muitas delas que começaram como expositoras hoje têm suas próprias feiras e criaram juntas outras iniciativas. Às vezes, a pessoa sabe fazer, mas não sabe vender, ou vice-versa. As feiras são também esse lugar de encontros e networking”.

Muitos dos negócios são empresas familiares. É o caso da Tok Artesanal, marca de moda infantil e ecojóias, comandada por Lorena Dias Nascimento, junto com seus pais. Veterana, ela participa desde 2009 das feiras de rua, tanto em Salvador, quanto Porto Seguro e outras cidades do interior. “Além dos eventos na rua, estamos em feiras de condomínios e feiras indoor¸ em hotéis, por exemplo. Elas são uma grande vitrine para o negócio, é onde temos um retorno mais rápido, com um público diverso que, além de comprar, propaga a marca para outras pessoas”, diz.

A Tok Artesanal fatura cerca de R$ 2 mil por feira, e a empreendedora conta que, mesmo os eventos nos quais vende pouco geram encomendas e renda futuras. Sua dica para quem quer aproveitar essas iniciativas é levar o máximo de modelos possível, com variedade de tamanhos e valores. “Também é interessante visitar antes o local e o bairro onde o evento será realizado. Eu sempre seleciono os produtos de acordo com o endereço da feira. Quando ela acontece na Praça Ana Lúcia Magalhães, por exemplo, onde há muitos parquinhos, capricho nas peças para crianças”, acrescenta.

Verena Nascimento, dona da Vezel Modas, é outra veterana das feiras de rua, tendo participado de eventos na Barra, no Rio Vermelho e no Santo Antônio Além do Carmo, além de cidades do interior. Ela, que empreende há 13 anos, começou como “sacoleira”, mas em 2011 viu a oportunidade de aumentar a renda graças a esses eventos. “Conheci muita gente e isso ajudou a expandir o negócio. Hoje, faturo de R$ 3,5 mil a R$ 4 mil a cada edição”, conta. Segundo ela, o período de janeiro até o Carnaval é o melhor para as vendas.

“Todos se apoiam”

Membro da Associação dos Artesãos da Bahia (Adaba), Verena ressalta a importância de criar uma espécie de comunidade entre os pequenos empreendedores. “Todos se apoiam. Tem pessoas que vêm do interior para as feiras da capital e recebem apoio com alojamento, por exemplo. E elas também nos ajudam quando vamos vender em outras cidades. ”

Apesar do fomento à economia local, as feiras têm enfrentado dificuldades com a liberação de alvarás para a realização dos eventos, de acordo com organizadores e empreendedores. “Nem sempre os alvarás de autorização das feiras têm sido liberados de forma justa ou com a celeridade necessária”, diz Anne Cristina Nogueira, da ACEB. Já os participantes pedem que a Prefeitura forneça infraestrutura com segurança, limpeza, banheiros públicos e logística de transporte. Para garantir uma distribuição mais equilibrada dos espaços e oportunidades, a ACEB propõe que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (SEMDEC) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) estabeleçam um calendário anual que contemple os diferentes grupos de empreendedores ao longo do ano e nos diversos espaços públicos da cidade. O órgão não respondeu, no entanto, a demanda da reportagem sobre o assunto.

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