CADERNO IMOBILIÁRIO
Elevadores sem manutenção colocam vidas em risco
Desgaste de peças e componentes acontece naturalmente e conservação dos equipamentos precisa ser periódica
Por Leilane Suzarte*
A manutenção de elevadores precisa ser constante, pois o desgaste de peças e componentes acontece naturalmente com o passar do tempo. Se isso não for feito dentro do prazo estabelecido pela empresa contratada pelo serviço, pode causar riscos, levando a acidentes graves e até a morte dos passageiros.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA), foram 16 ocorrências envolvendo emergências em elevadores ao longo de 2022, sem contar as outras notificações, porque na maioria dos casos quem é acionada é a própria empresa que faz a vistoria dos equipamentos.
É por isso que os gestores do edifício precisam contratar uma firma especializada para analisar todo o sistema do maquinário para que não ocorram problemas no dia a dia desse importante meio de transporte. “Os síndicos são responsáveis legais e podem responder até mesmo criminalmente sobre os assuntos do condomínio inclusive sobre contratação e ou manutenção inadequada e ou inexistente dos equipamentos do mesmo”, informa Bruno Queiroz, gerente de Novos Negócios da Cipa, uma das maiores administradoras de condomínios do país.
Alguns cuidados básicos e essenciais são indispensáveis para garantir a conservação das peças do extensor, como recomenda o engenheiro mecânico Marcelo Nascimento, responsável técnico da Expel Elevadores, que tem 25 anos de experiência no segmento de transporte vertical de passageiros: “Evitar, portanto, puxar as portas de andar; apertar os botões insistentemente ou usar chaves e outros objetos pontiagudos para acionar os mesmos; evitar brincadeiras nas cabinas, especialmente crianças, sendo que as menores de 12 anos, não devem andar desacompanhadas; evitar andar molhados nas cabinas, e também, evitar que objetos caiam nos poços”.
Detectar problemas
O especialista explica também o que deve ser observado no equipamento para que não haja problemas. “Em caso de ruídos, desnivelamento excessivo, trancos, suspeita de incêndio, e infiltração de água, interdite o funcionamento do elevador, e contacte a empresa mantenedora”, afirma Nascimento.
Dessa forma, saber de forma prévia quais sistemas ou peças precisam ser trocadas, permite que as intervenções sejam programadas para serem realizadas no melhor momento possível, principalmente se for um elevador antigo que necessita de uma modernização ou atualização, como aconteceu no empreendimento em que o síndico Diego Pereira atuava. “Eu tive um condomínio na Pituba, de 40 anos, que foi necessário trocar todas as 8 cabines do elevador porque elas eram antigas e já não estavam mais em condição de uso”, relata.
A administradora e síndica profissional, certificada com 5 estrelas pela Fundação Vanzolini, Joelma Virgens conta que houve também a necessidade de modernizar um elevador antigo. “Foi realizada a licitação e com implantação de taxa extra destinada para a revitalização do elevador, o que melhorou muito seu funcionamento além da estética, valorizando ainda mais o patrimônio”.
Vale lembrar que as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para elevadores não consideram que os equipamentos antigos sejam perigosos. “Nenhuma norma sugere retirar elevadores mais antigos de operação, ao contrário, há o cuidado de se registrar que os elevadores mais antigos não são, obrigatoriamente, inseguros, e isso é importante pois não há de se instalar um terror em nenhuma população, “apenas” porque o elevador é antigo. Cada caso carece de um parecer específico”, enfatiza o engenheiro.
*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló
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